Toshio Shimada
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TENNYOS ANJOS CELESTIAIS USADOS NA TATUAGEM JAPONESA
Tennyu, também conhecido como Tennin ou Tenin, donzelas celestiais da mitologia japonesa, que é frequentemente retratado como anjos. Acredita-se que Tennyu habita o céu e são mensageiras dos deuses.
Na cultura japonesa, Tennyu é geralmente representado como uma figura feminina com asas, vestida com roupas tradicionais japonesas, como uma especie de quimono. Frequentemente são retratadas carregando objeto sagrado ou instrumentos de musica, e é vista como um símbolo de pureza bondade e uma beleza benevolência.
Além disso, Tennyu é frequentemente associado no budismo, já que a mitologia japonesa tem fortes influências budistas. Na tradição budista, Tennyu é vista como um ser que ajudou o Buda a ensinar a verdade aos seres humanos.
Em resumo, Tennyu é um ser celestial da mitologia japonesa que é comumente visto como um anjo, e é reverenciada como um símbolo de pureza, beleza e benevolência.
Tennyu é frequentemente usado em tatuagens no Japão por causa de seu simbolismo positivo e espiritual. Tennyu é visto como um ser celestial benevolente que protege e guia as pessoas em suas vidas, e é frequentemente associado com ideais como pureza, beleza e graça.
Além disso, a figura de Tennyu tem uma estética visual atraente que se presta bem à arte da tatuagem. A figura feminina com asas e o vestido tradicional japonês é frequentemente retratada de forma muito detalhada e colorida, o que faz com que ela seja um tema popular para tatuagens no Japão e em todo o mundo.
Por fim, as tatuagens de Tennyu também são vistas como uma forma de proteção e boa sorte. Muitas pessoas acreditam que ter uma tatuagem de Tennyu em seu corpo pode ajudar a afastar a má sorte e trazer prosperidade e sucesso em suas vidas.
Hagoromo é uma peça de vestuário celestial que é frequentemente associada com Tennyos na mitologia japonesa. Acredita-se que Hagoromo é um manto ou xale que é usado pelas Tennyos para cobrir seus corpos quando descem à terra.
De acordo com a lenda, uma vez uma Tennyu deixou cair seu Hagoromo enquanto estava nadando em um lago e um pescador o encontrou. A Tennyu implorou ao pescador que lhe devolvesse o Hagoromo, pois sem ele ela não poderia retornar ao céu. O pescador concordou em devolvê-lo, mas apenas se a Tennyu lhe ensinasse uma dança celestial em troca.
Essa história é frequentemente usada como uma metáfora para a importância da negociação e da boa vontade, e é uma história popular na cultura japonesa. Além disso, a imagem do Hagoromo é frequentemente retratada em arte japonesa e é um tema popular em danças e peças teatrais.
Em resumo, Hagoromo é um manto celestial associado com as Tennyos na mitologia japonesa, e é visto como um símbolo de pureza, beleza e graça. Sua história é frequentemente usada como uma lição de moral sobre a importância da negociação e da boa vontade.
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BAKU: O DEVORADOR DE SONHOS E PESADELOS DA TATUAGEM JAPONESA
No folclore japonês, Baku (獏 ou 貘) são yokais muito conhecido como “Devorador de Sonhos e pesadelos”, é uma criatura lendária da mitologia chinesa que ganhou popularidade no Japão. Embora tenha uma forma que lembra um pouco uma anta, na verdade sua aparência é uma mistura de várias partes de diferentes animais, como elefante, tigre, urso e rinoceronte.
Acredita-se que a aparência do Baku tenha sido influenciada por esses animais, que eram considerados auspiciosos e protetores na cultura japonesa. A anta, por sua vez, é um animal que também tem uma forte presença na mitologia e cultura japonesa, sendo associado à força, coragem e longevidade.
No entanto, a semelhança física entre o Baku e a anta pode ser uma questão de interpretação pessoal. Embora ambos tenham uma aparência robusta e poderosa, suas características físicas e comportamentais são bem diferentes. O Baku é considerado um ser espiritual, que tem a capacidade de devorar pesadelos e proteger as pessoas enquanto dormem, enquanto a anta é um animal terrestre, que vive em florestas e tem hábitos diurnos.
As Origens do devorador de sonhos.
A origem vem da China antiga, que descreve esse ser como um animal semelhante a um bode com de caudas longas, grandes orelhas e olhos que se acende como fogo. Baku, este mito foi levado para o Japão por volta do século XIV, a partir daí, a descrição da besta foi mudando ao longo do tempo. Geralmente é descrita como uma curiosa criatura com o tronco e as presas de um elefante, olhos de rinoceronte, a cauda de uma vaca, e as patas de um tigre. Assim como um documento do período Edo (1603-1868) que diz: “Nas montanhas do sul do Japão, vive uma besta. Ele tem uma tromba de elefante, os olhos de um rinoceronte, um rabo de boi, e as patas de um tigre. Seu corpo é amarelo e preto, e é chamado de Mò (na China). Dormindo sobre sua pele pode-se afastar as peste. Um homem deve fazer um esboço do Mo, a fim de ser protegido do mal”. No reino dos sonhos, o Baku é um espírito benevolente que protege as pessoas contra os terrores dos pesadelos. A imagem da criatura, quando colocada como ornamentos nas camas, é considerada benéfica e era usual pintá-las com tinta dourada nos travesseiros da nobreza. Imagens e talismãs do Baku também são comumente colocados sob o travesseiro para afastar os maus sonhos e maus presságios. Pessoas que acordam após um pesadelo podem pedir a ajuda do Baku, repetindo três vezes: “Dou o meu sonho para o bom Baku comer”. Imagens de Baku também são frequentemente colocadas sob o beiral de templos e santuários japoneses para afastar os maus espíritos, assim como as imagens de outro ser lendário o shishi (leão) e também do dragão. Todos os três são considerados protetores em templos budistas e santuários xintoístas. Também é comum pintar seu ideograma sob o casco ou vela do “Barco do Tesouro dos Sete Deuses da Sorte do Japão”, e orientar as crianças a mantê-los sob seus travesseiros no primeiro dia do ano como símbolo de bom agouro.
Como o Baku se tornou popular em tatuagens no Japão e em outras partes do mundo?
A figura do Baku se tornou muito popular na tatuagem japonesa por ser um símbolo de proteção contra pesadelos e maus sonhos. Na cultura japonesa, acredita-se que o Baku é capaz de devorar sonhos ruins e, por isso, é frequentemente associado a uma figura protetora.
Na tradição da tatuagem japonesa, é comum utilizar imagens de criaturas míticas e lendárias, como o Baku, para transmitir significados e simbolismos. A tatuagem japonesa é uma forma de arte que tem uma longa história no Japão e, por isso, a figura do Baku tornou-se um elemento importante na composição de muitas tatuagens.
Além disso, a popularidade do Baku na tatuagem japonesa também se deve à sua aparência impressionante e imponente, que faz dele um elemento visualmente impactante em uma tatuagem.
Hoje em dia, a tatuagem japonesa se tornou popular em todo o mundo, e o Baku continua a ser uma figura importante e simbólica nas tatuagens de estilo japonês, tanto para aqueles que buscam sua proteção quanto para aqueles que simplesmente apreciam sua imagem poderosa e icônica.
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HANNYA, SIGNIFICADOS E SEGREDOS POR TRÁS DA MÁSCARA
A máscara da Hannya é uma máscara japonesa tradicional que representa uma figura feminina com chifres, dentes afiados e olhos arregalados. Acredita-se que a máscara tenha sido criada durante o período Muromachi no Japão (1336-1573) e que seja utilizada em cerimônias e performances teatrais, principalmente no teatro Noh e Kabuki.
Existem algumas lendas e histórias em torno da máscara da Hannya que sugerem que ela tem poderes sobrenaturais ou que está associada a espíritos malignos. Uma das histórias mais populares é a de uma mulher ciumenta que se transformou em um demônio após a morte e passou a perseguir seu ex-amante. A máscara da Hannya é frequentemente associada a essa história e é vista como um símbolo do ciúme e da vingança.
Outros segredos sobre a máscara da Hannya incluem o fato de que ela é frequentemente feita de madeira ou papel machê e decorada com cores vibrantes e detalhes elaborados. Além disso, a máscara é frequentemente usada por atores que precisam interpretar personagens femininas em peças teatrais, mas também é usada por homens para interpretar personagens masculinos ou femininos.
Apesar de sua história e simbolismo intrigantes, a máscara da Hannya é amplamente valorizada como uma obra de arte e como um exemplo da cultura e tradições japonesas. Muitas pessoas ao redor do mundo também apreciam a máscara da Hannya como uma tatuagem, como uma forma de expressar sua paixão pela cultura japonesa ou como um símbolo de sua própria força e determinação.
Por que essa mascara e muito usada nas tatuagens em varias partes do mundo?
A máscara da Hannya é uma escolha muito popular em tatuagens e ela carrega várias razões. Em primeiro lugar, a máscara é uma imagem icônica da cultura japonesa, que muitas pessoas ao redor do mundo admiram e se identificam com ela. A história e o simbolismo da máscara da Hannya também são interessantes e intrigantes, o que a torna uma escolha popular para pessoas que desejam uma tatuagem com um significado mais profundo.
Além disso, a máscara da Hannya é visualmente atraente e pode ser tatuada em uma ampla variedade de estilos e tamanhos, desde detalhes realistas até desenhos abstratos e simplificados. Isso significa que há uma grande variedade de opções para as pessoas que desejam uma tatuagem da máscara da Hannya, o que a torna uma escolha versátil para muitas pessoas.
Por fim, a máscara da Hannya é frequentemente associada a qualidades como força, determinação e proteção, o que pode ser significativo para as pessoas que desejam uma tatuagem que as inspire ou as ajude a se sentir mais fortalecidas. Essas qualidades são especialmente relevantes para as pessoas que escolhem uma tatuagem da máscara da Hannya como uma forma de representar sua própria luta contra os desafios e obstáculos da vida.
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SIGNIFICADO DA CAVEIRA TIBETANA (KAPALA) UMA DAS INSPIRAÇÕES NA TATUAGEM MODERNA.
A kapala tem suas origens na cultura hindu e budista na Índia, Nepal, Tibete e Butão. Portanto, a kapala não é exclusiva de uma única cultura ou etnia, onde a kapala é um objeto ritualístico feito de uma caveira humana ou de um crânio de animal, utilizado em cerimônias religiosas como um recipiente para bebidas ou como um objeto de meditação.
Em tatuagem, a imagem da caveira kapala tornou-se popular especialmente nos últimos anos, sendo frequentemente incorporada em tatuagens de estilo oriental ou de inspiração espiritual. Acredita-se que a caveira kapala na tatuagem seja um símbolo de morte e renascimento, representando a ideia de que a morte é um processo natural e necessário para a renovação da vida.
A popularização da imagem da caveira kapala na tatuagem pode ser atribuída em parte à disseminação da cultura e da arte oriental, que tem sido cada vez mais incorporada na cultura pop ocidental. Além disso, a tatuagem tem sido uma forma de expressão artística cada vez mais aceita e difundida em todo o mundo, o que pode explicar o aumento da popularidade dessa imagem em particular.
No Tibete, a kapala é conhecida como “thod-pa” e é um objeto comum em cerimônias religiosas do budismo tibetano. Na cultura nepalesa, a kapala é conhecida como “kapāla” e também é um objeto ritualístico importante em várias tradições religiosas.
A caveira kapala é um objeto simbólico comum nessas culturas e tem uma ampla variedade de usos e significados, dependendo do contexto religioso ou cultural em que é utilizado.
A caveira kapala é vista como um objeto sagrado e simbólico que representa a natureza transitória da vida e da morte. Na tradição tântrica do budismo tibetano, a meditação com a kapala é considerada uma prática avançada que ajuda a superar o medo da morte e a compreender a natureza ilusória da realidade. Acredita-se que a meditação com a kapala ajuda o praticante a alcançar um estado de consciência superior e a encontrar a libertação espiritual.
Além disso, a caveira kapala é frequentemente utilizada como um símbolo de renovação, transformação e transmutação, representando a ideia de que a morte é um processo natural e necessário para a renovação da vida. A caveira kapala também é vista como um símbolo da sabedoria e do conhecimento, representando a ideia de que a morte é uma oportunidade para transcender as limitações da vida humana e atingir a iluminação espiritual.
Trabalho por Filip Leu A caveira Kapala feita pelo tatuador Filip Leu é realmente muito famosa no mundo da tatuagem. A Kapala é um símbolo tibetano que representa a sabedoria e a iluminação espiritual, e a versão tatuada por Leu é uma interpretação única e altamente estilizada do símbolo.
A caveira Kapala de Leu apresenta uma série de detalhes impressionantes, como a intrincada rede de linhas e formas que cobrem toda a caveira, bem como os elementos tribais e místicos que a cercam. A técnica de tatuagem utilizada por Leu para criar a Kapala é altamente valorizada na comunidade de tatuagem, e muitos tatuadores se inspiram em seu trabalho.
Devido à sua grande habilidade como tatuador e à qualidade de seu trabalho, Filip Leu é altamente respeitado na comunidade de tatuagem, e muitos de seus trabalhos são considerados verdadeiras obras de arte. A caveira Kapala é apenas um exemplo de seu impressionante talento, e é um dos seus trabalhos mais conhecidos e reconhecidos mundialmente.
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PERSONAGENS DO TEATRO KABUKI QUE INSPIRAM A TATUAGEM JAPONESA
O Kabuki é uma forma de teatro tradicional japonesa que é amplamente apreciada por sua arte visual e narrativa dramática. Por causa de sua rica história e tradição, muitos elementos do Kabuki foram incorporados na arte da tatuagem japonesa.
Os personagens do Kabuki têm um grande significado simbólico e muitos deles são retratados em tatuagens japonesas.
Um exemplo e o personagem Tengu Kozo Kiritaro.
Existem várias peças de teatro kabuki que apresentam a lenda de Tengu Kozo Kiritaro como tema. Algumas delas são:
- “Tengu Kozo” – Esta é uma das peças mais famosas do kabuki sobre Tengu Kozo Kiritaro. Foi escrita por Kawatake Mokuami em 1879 e apresenta Kiritaro como um jovem monge que é salvo pelos tengu e posteriormente se torna um líder espiritual.
- “Tengu Koshiro Yukari no Edozakura” – Esta peça foi escrita por Namiki Gohei III em 1817 e conta a história de um jovem guerreiro que é levado pelos tengu para um mundo sobrenatural, onde enfrenta diversos desafios para provar sua coragem.
- “Kakitsubata Iro no Tengu Kozo” – Escrita por Tsuruya Nanboku IV em 1826, esta peça apresenta Tengu Kozo Kiritaro como um personagem secundário, que ajuda o protagonista a superar seus medos e se tornar um herói.
Essas são apenas algumas das peças de teatro kabuki que apresentam a lenda de Tengu Kozo Kiritaro. Cada uma delas pode ter diferenças em relação à história original, e a interpretação dos atores e a encenação podem variar bastante.
Além disso, muitos outros elementos do Kabuki, como as máscaras e os trajes, são frequentemente retratados em tatuagens japonesas e podem ter seus próprios significados simbólicos. Em geral, as tatuagens japonesas que apresentam personagens e elementos do Kabuki são altamente simbólicas e são usadas para representar qualidades positivas como coragem, lealdade, beleza e habilidade.
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FUDŌ MYŌŌ (不動明王) O MAIS USADO NAS TATUAGENS DO ESTILO JAPONÊS
Fudō Myōō (不動明王) é uma das divindades mais populares e reverenciadas no Budismo Japonês, sendo frequentemente representado em tatuagens no estilo japonês.
Fudō Myōō é considerado uma divindade da sabedoria e da guerra, e é frequentemente retratado em posição de meditação, com uma expressão severa e uma espada flamejante em uma das mãos. Sua aparência é bastante intimidadora, com dentes afiados, olhos flamejantes e muitas vezes com a pele vermelha.
Acredita-se que Fudō Myōō ajuda a afastar os males e proteger os fiéis do Budismo Japonês de espíritos malignos e influências negativas. Como resultado, ele é frequentemente usado em tatuagens como um amuleto de proteção e para trazer boa sorte.
Muitas vezes, Fudō Myōō é retratado em tatuagens ao lado de outros elementos da cultura japonesa, como dragões, carpas, tigres e outros personagens da mitologia japonesa. A imagem de Fudō Myōō em tatuagens é geralmente altamente estilizada e detalhada, com as cores vibrantes e muitos detalhes em suas roupas e adornos.
Fudō Myōō, também conhecido como Acala, é um deus da sabedoria e da guerra no budismo japonês. Ele é frequentemente representado com dois personagens ao seu lado: Kongara e Seitaka.
Kongara e Seitaka são dois guerreiros budistas que ajudam Fudoumyou em sua batalha contra a ignorância e o mal. Eles representam as qualidades da coragem e da sabedoria, respectivamente, e são considerados protetores do Dharma (os ensinamentos budistas).
Na iconografia budista, Kongara é frequentemente retratado com um olhar feroz e uma espada, enquanto Seitaka é representado com uma expressão serena e um bastão em sua mão. Juntos, eles simbolizam a união da sabedoria e da ação para superar a ignorância e alcançar a iluminação.
Kongara e Seitaka são dois guerreiros budistas que estão frequentemente associados a Fudoumyou (ou Acala), uma divindade da sabedoria e da guerra no budismo japonês.
De acordo com a tradição budista, Kongara e Seitaka representam duas qualidades importantes para a prática espiritual: a coragem e a sabedoria. Kongara personifica a coragem, com sua postura firme e determinada, enquanto Seitaka representa a sabedoria, com sua expressão serena e meditativa.
Na iconografia budista, Kongara é frequentemente retratado como um guerreiro forte, com armadura e segurando uma espada. Já Seitaka é representado com um bastão ou vara na mão, e frequentemente é mostrado meditando ou em uma pose contemplativa.
Juntos, Kongara e Seitaka representam a união da sabedoria e da coragem, que são vistas como qualidades essenciais para superar a ignorância e alcançar a iluminação no budismo.
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QUAL O MOTIVO DOS JAPONESES SE TATUAR?
As tatuagens tradicionais japonesas têm uma longa história cultural e espiritual. Elas foram usadas por séculos para expressar identidade, status social, crenças religiosas, bem como para fins estéticos e decorativos corporais.
No Japão feudal, as tatuagens eram frequentemente usadas por criminosos para indicar sua condenação ou para marcar a si mesmos como membros de grupos criminosos organizados, como a yakuza. No entanto, durante o período Edo (1603-1868), as tatuagens japonesas se tornaram mais amplamente aceitas como uma forma de arte e expressão pessoal, especialmente entre as classes trabalhadoras, como pescadores e agricultores.
Os motivos para se tatuar variam de pessoa para pessoa, mas muitos japoneses optam por tatuagens tradicionais japonesas como uma forma de homenagear suas tradições culturais e espirituais. Essas tatuagens frequentemente apresentam imagens simbólicas de animais, plantas e paisagens, bem como personagens míticos da mitologia japonesa e do folclore.
Além disso, as tatuagens japonesas também podem ser usadas como uma forma de expressão pessoal, para marcar momentos significativos na vida, como casamentos, nascimentos e mortes, ou para representar as próprias crenças e valores pessoais. Hoje em dia, muitos jovens japoneses também se tatuam por razões estéticas, como uma forma de arte corporal, e as tatuagens se tornaram cada vez mais populares entre a população em geral.
Tatuagem japonesa foram as primeiras no mundo a ter ores alem da tinta preta?
Não, as tatuagem japonesa não foram as primeiras no mundo a ter cores. As tatuagens têm sido praticadas em todo o mundo há milhares de anos e muitas culturas diferentes desenvolveram suas próprias técnicas e estilos únicos de tatuagem, incluindo o uso de cores.
As tatuagens japonesas tradicionais, também conhecidas como Irezumi, têm uma história que remonta a mais de 10.000 anos atrás, e o uso de cores na arte da tatuagem japonesa evoluiu gradualmente ao longo do tempo. Originalmente, as tatuagens japonesas eram feitas apenas em preto e cinza, com a cor vermelha ocasionalmente adicionada para realçar certos elementos. As cores mais vibrantes, como o azul, verde e amarelo, foram adicionadas posteriormente ao final do século 18.
Portanto, enquanto as cores desempenham um papel importante na arte da tatuagem japonesa, elas não foram as primeiras cores a serem usadas na tatuagem em geral.
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A TATUAGEM DO LENDÁRIO DRAGÃO AZUL DO JAPÃO CONHECIDO COMO SEIRYU (青竜)
O lendário dragão azul do Japão é conhecido como Seiryu (青竜), em japonês, é uma criatura mitológica da cultura japonesa. Segundo a mitologia, Seiryu é um dos quatro dragões divinos que governam os quatro cantos do mundo. Ele é o guardião do leste e é associado à primavera e à cor verde, diferente do que o nome sugere, ele não é necessariamente azul, mas sim associado com a cor azul e é considerado um guardião divino.
Segundo a lenda, o Seiryu vive em uma caverna no fundo de um lago, e tem o poder de controlar a água e a chuva. Ele é um dos quatro dragões celestiais do Japão, juntamente com o dragão verde do leste, o dragão vermelho do sul e o dragão branco do oeste.
O Seiryu é frequentemente retratado na arte japonesa como uma serpente-dragão com escamas azuis, garras afiadas e olhos vermelhos. Ele é considerado um símbolo de sabedoria, justiça e proteção, e é frequentemente invocado em cerimônias religiosas e festivais.
Alguns templos no Japão são dedicados a ele, como o Templo Seiryu-ji em Kyoto, que é considerado o templo do dragão azul.
De acordo com a lenda, Seiryu tem o poder de controlar a água e o tempo, e é frequentemente retratado como um dragão azul de quatro garras com olhos vermelhos. Ele é reverenciado como um ser divino e muitas vezes aparece em cerimônias e festivais japoneses.
Na cultura popular japonesa, Seiryu também é uma figura comum em jogos de vídeo e anime, muitas vezes retratado como um poderoso e temido dragão. Sua imagem também é frequentemente usada como um símbolo de boa sorte e prosperidade no Japão.
Ele é muitas vezes representado com uma esfera de cristal em sua garra, que simboliza a sabedoria e a clareza.
Na cultura japonesa, Seiryu é considerado um símbolo de boa sorte e de proteção contra o mal. Ele é frequentemente representado em obras de arte e é mencionado em várias histórias e lendas.
Em algumas tradições, Seiryu é associado ao elemento madeira e à primavera, e é acreditado que ele traz renovação e crescimento. Em outras tradições, ele é associado ao elemento água e ao inverno, e é visto como um protetor contra enchentes e desastres naturais.
Na cultura japonesa, o dragão azul é frequentemente retratado em obras de arte, incluindo tatuagens.
As tatuagens de dragão azul do Japão geralmente apresentam um dragão estilizado em tons de azul, com escamas detalhadas e olhos penetrantes. Muitas vezes, o dragão é retratado em um ambiente natural, como uma cachoeira, rio flores de cerejeiras (saturas), para simbolizar sua conexão com a natureza.
As tatuagens de dragão azul do Japão são populares em todo o mundo e são consideradas uma forma de arte altamente valorizada na cultura japonesa. No entanto, é importante lembrar que as tatuagens são permanentes e requerem cuidados especiais, portanto, é fundamental escolher um artista experiente e confiável para criar sua tatuagem de dragão azul do Japão.
De qualquer forma, o lendário dragão azul do Japão continua sendo uma figura importante na cultura e na mitologia japonesas até os dias de hoje.
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A HISTORIA DO DRAGÃO E SUA SIMBOLOGIA EM TATAUGENS NO JAPÃO
A história do dragão surgiu na china antiga, é uma lenda muito rica em simbologia e significados. Na cultura chinesa, o dragão é considerado um símbolo de poder sorte e prosperidade, também sabedoria e equilibrio entre as coisa do seu e da terra. Ele também é associado à água e à chuva, porque acredita-se que ele controla esses elementos.Acredita-se que a história do dragão chinês remonta a mais de 5.000 anos atrás, durante a dinastia Xia. Ele era visto como um ser divino e reverenciado pelo povo chinês, que o via como um guardião dos céus e da terra.
Durante a dinastia Han, o dragão chinês se tornou ainda mais importante, sendo usado como um símbolo do poder imperial. Os imperadores muitas vezes se referiam a si mesmos como “dragões” e usavam imagens de dragões em suas roupas e decorações.
Hoje em dia, o dragão chinês ainda é um símbolo importante na cultura chinesa. Ele aparece em paradas e festivais, bem como em muitas obras de arte e joias. Sua imagem também é frequentemente usada em marcas comerciais e em designs de tatuagens.
Em resumo, a história do dragão chinês é uma parte importante da rica tradição cultural da China e continua a ser um símbolo importante até os dias de hoje.
A criação da história do dragão chinês é originária da mitologia chinesa, que conta com diversas lendas e histórias envolvendo dragões. De acordo com uma das lendas mais conhecidas, o primeiro dragão teria sido criado por Pan Ku, uma divindade chinesa que viveu durante a época da criação do mundo.A lenda conta que Pan Ku estava trabalhando para criar o céu e a terra quando um grande ovo se formou. Esse ovo eclodiu e dele surgiu um ser com a aparência de um dragão. O dragão teria ajudado Pan Ku a completar sua obra, controlando o vento, a água e o clima.
Ao longo dos séculos, outras histórias e lendas envolvendo dragões foram surgindo na cultura chinesa. Com o tempo, o dragão foi ganhando cada vez mais importância e se tornou um símbolo poderoso para o povo chinês.
Assim, a história do dragão chinês foi formada através de inúmeras histórias, lendas e crenças da cultura milenar chinesa, sendo passada de geração em geração e preservada até os dias de hoje.
DRAGÃO E SUA SIMBOLOGIA
O dragão também tem um papel importante na cultura japonesa, especialmente na cultura da máfia japonesa, conhecida como yakuza. Na cultura da yakuza, as tatuagens são altamente valorizadas e consideradas um sinal de lealdade e comprometimento com o grupo. As tatuagens yakuza geralmente cobrem grandes áreas do corpo, incluindo as costas, braços e pernas, e muitas vezes apresentam imagens de belos dragões.
Os dragões nas tatuagens yakuza japonesas são diferentes dos dragões chineses, pois são mais ferozes e demonstram toda força e poder. Eles também têm uma aparência muito mais assustadora, com expressões faciais mais agressivas e garras mais afiadas.
Na cultura yakuza, as tatuagens de dragão simbolizam a coragem, a força e a proteção. Eles são vistos como protetores dos membros da yakuza, e acreditava-se que a tatuagem de dragão oferecia proteção contra inimigos e ameaças. Além disso, as tatuagens de dragão também podem ser usadas para mostrar o status dentro do grupo, com tatuagens mais elaboradas e detalhadas reservadas para membros de alto escalão.
No entanto, é importante notar que a cultura yakuza é ilegal no Japão, e a exibição de tatuagens pode ser mal vista na sociedade japonesa em geral. Embora as tatuagens yakuza sejam altamente valorizadas dentro da cultura da máfia japonesa, elas ainda são vistas como uma forma de estigma fora do grupo. por tanto se você tem tatuagens no estilo japonês tradicional e pretende visitar o Japão, lembre se de sempre manter las cobertas e bem escondidas em publico.
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DESENHOS PARA TATUAGEM: IDEIAS E TÉCNICAS PARA COMEÇAR A SE DESENVOLVER NO RAMO.
Quer começar a desenhar mas não sabe por onde começar?
Então vamos falar de como fazer e criar idéias, criar desenhos que possam ser usados para tatuagens, nunca é fácil e todos sabemos, mas isso é uma questão de prática e conhecimento, quase sempre os clientes entram em contato com o tatuador e trazem apenas a idéia e uma referência do que eles desejam fazer, e é nessa hora que vem o uso do seu conhecimento junto do seu talento.
Aprender a desenhar é algo muito importante e muitas vezes você vai pensar que desenhar é um bicho de sete cabeças, neste post vou contar um pouco de como eu faço para criar meus desenhos e como faço para buscar inspirações, porque quanto mais você desenha mais idéias aparecem e mais possibilidades existem para criar algo novo e adotar um estilo de arte que você se Identifique.
Muitas pessoas pensam que a tatuagem não é diferente de desenhar no papel mas isso não é verdade, existem algumas habilidades importantes sobrepostas, e ser um tatuador não é o mesmo que ser um desenhista.
Esta era a minha mesa de desenho em 2012 quando eu estava trabalhando na Noruega na cidade de Larvik. Sempre quando observamos artes feitas por artistas temos a sensação de que não é necessário ter conhecimento técnico avançado em desenho para criar uma obra de arte, com isso, muitos estudantes novatos têm a ilusão de que não são necessárias técnicas para criar novos desenhos para começar a trabalhar com tatuagens.
Vale a pena lembrar de que quando se trata de tatuagem não podemos levar como exemplo o Pablo Picasso, porque brincar de Picasso na pele e achar que você tem um estilo pessoal e único querendo fazer seu próprio estilo, não seria uma boa ideia, sua técnica de desenho é o resultado de uma escolha conceitual, e não o resultado de não saber desenhar.
Conhecer técnicas de desenho é essencial, especialmente sabendo que o ato de fazer uma tatuagem deve estar livre de erros, caso contrário, você poderá comprometer a pele do seu cliente e obter uma péssima reputação no mercado da tatuagem.
Por ser um trabalho realizado por pessoas, fica claro que algumas falhas podem ocorrer, porém, os erros devem ser evitados o máximo possível e nesse caso, também são necessárias técnicas para “encobrir” ou mascarar essa imprecisão.
Saiba o quanto é importante desenhar todos os dias.
No início não sombreie nada, apenas concentre-se em fazer linhas fortes e bem definidas, crie seus rascunhos a lápis ou pode ate usar o iPad, faça isso todos os dias, desenhe coisas usando referências com o máximo de detalhes possível.
As tatuagens são muito definidas pela linha, então acostume-se a pensar nas coisas que você desenha como sendo compostas de uma coleção de linhas, comece a desenhar coisas cada vez mais detalhadas, como desenhos que tenham diversas medidas de traços, traços finos e traços grossos, use papéis de transparência como papel vegetal ou papel manteiga, você pode ter uma mesa de luz para finalizar seus desenhos também.
Nesta foto um exemplo de como patas de galinha para criar as garras de dragão. Toshio Shimada Preparando desenho para um cliente em uma convenção de tatuagem na Espanha. A visão de uma iniciante no ramo.
Iniciei a um ano na tatuagem, e comecei sem saber meu rumo e estilo de desenho, então enquanto treinava a aplicação da tinta em pele sintética, estudava diversos tipos de desenho até me identificar com as histórias e arte oriental.
Assim comecei a acompanhar artistas com o estilo que me interessou, pesquisando em livros e pela internet, buscando temáticas e inspirações, tudo fica muito mais simples quando você se identifica com um tipo de arte, mas nada te impede de estudar vários.
(Iniciante Vivi no estúdio Shimada Tattoo, instagram @vivi.persona)
Inicialmente você procura ilustrações com a temática que escolheu, por exemplo uma Hannya, e se esforça para redesenhar várias vezes até aperfeiçoar seu traço e o deixar semelhante ao que usou de referência.
Muito importante lembrar que tatuar é bem diferente de desenhar no papel, mas chega um momento em que você adapta até a velocidade do seu traço nas ilustrações ou segura o papel como seguraria uma pele na hora de tatuar.
Tudo depende do tempo, paciência e da prática, nada se aprende da noite pro dia, desenhar diariamente e treinar com frequência em pele sintética ajuda na sua evolução.
O convívio com outros tatuadores em estúdio te auxilia também em aprender técnicas de desenho, pela troca de experiência e críticas construtivas.