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EXPLORANDO A ALMA JAPONESA: FURIN, SINOS DE VENTO, E SUA BELEZA COMO TATUAGEM DE RECORDAÇÃO
Planejando sua tão esperada viagem ao Japão? Ao explorar as diversas opções de souvenirs japoneses para levar consigo, você encontrará uma riqueza de escolhas, desde o icônico gato da sorte (ManekiNeko) até o famoso Daruma. Contudo, se você busca algo que transcenda o comum e encarne a estética profunda e rara do Japão, convidamos você a mergulhar conosco na fascinante história e beleza do Furin.
O nome “furin” é uma combinação poética de “fu” (vento) e “rin” (sino), traduzindo-se literalmente como “sino de vento”. Estes sinos, embora compartilhem semelhanças com os sinos de vento ocidentais, possuem uma singularidade que remonta ao período Edo, quando o Japão abria suas portas para o mundo. Milhares de designs lindos podem ser encontrados com os mais diversos estilos. Além disso, há uma rica história por trás deles. Ouvir o som que eles fazem traz a sensação do verão japonês que o fará sempre lembrar de sua inesquecível visita ao arquipélago japonês.
Ao acompanharem-nos nesta jornada, vocês irão desvendar o encanto mágico e cativante dos Furin japoneses, uma lembrança que transcende o efêmero e deixa uma impressão eterna em sua alma e coleção de memórias. Bem-vindos a uma exploração da cultura japonesa através dos olhos e sons dos Furin.
O QUE SÃO OS SINOS DE VENTO FURIN
O Furin é um objeto tradicional japonês que produz sons suaves e agradáveis quando balançado pelo vento. Ele é conhecido por sua beleza estética e pela capacidade de adicionar um toque de serenidade aos ambientes em que é colocado. O nome “furin” pode ser traduzido como “sino de vento”, onde “fu” significa vento e “rin” significa sino.
A origem do furin remonta ao período Edo no Japão, que abrangeu aproximadamente o início do século XVII até o final do século XIX. Durante esse período, os furins eram conhecidos por desempenhar várias funções, incluindo a capacidade de afastar maus espíritos, refrescar o ambiente e, é claro, proporcionar uma experiência auditiva agradável.
Inicialmente, eram confeccionados com metais como bronze ou ferro e eram principalmente produzidos como objetos funcionais, utilizados para decorar templos, santuários, bem como residências e jardins. Com o passar do tempo, a estética e o design dos furins evoluíram, e eles passaram a ser confeccionados a partir de diversos materiais, como vidro, cerâmica e bambu.
Eles são objetos compostos por várias partes delicadas. No centro, encontra-se o sino propriamente dito, suspenso graciosamente por um fio ou corrente. Justo abaixo do sino, repousa uma peça decorativa conhecida como “clapper” (ou badalo), que dança e toca o sino com a brisa suave. O som que emana desse encontro é suave e sereno, uma sinfonia que varia conforme o tamanho e o design específico do furin.
A diversidade dos designs dessas peças decorativas é notável, abrangendo temas inspirados na natureza, símbolos tradicionais, animais e muito mais. Muitas vezes, esses designs são cuidadosamente escolhidos por suas conexões simbólicas, como as flores de cerejeira, que evocam a chegada da primavera, ou os peixes dourados, que são tidos como portadores de boa sorte.
Hoje em dia, os furins continuam a ser apreciados não apenas no Japão, mas em todo o mundo, como elementos decorativos que também proporcionam uma harmonia sonora única. Eles adornam varandas, jardins, pátios e até mesmo espaços internos, onde o suave som do vento cria uma atmosfera de tranquilidade. Além disso, também se tornaram populares como lembranças turísticas e presentes.
Em resumo, o furin é um objeto tradicional japonês que desempenha um papel fundamental na cultura estética e sensorial do Japão, conectando as pessoas à beleza da natureza e à serenidade sonora em meio ao caos do mundo moderno.
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A ARTE MILENAR DO IREZUMI: A INTRIGANTE HISTÓRIA DAS TATUAGENS DOS YAKUZA NO JAPÃO
A arte da tatuagens usada pelos yakuza no Japão é conhecida como irezumi. Essa forma de tatuagem tem uma longa história e uma forte ligação com a cultura das gangues que envolve membros de organizações criminosas japonesas.
As tatuagens dos membros da yakuza são distintas e geralmente cobrem grandes áreas do corpo, como as costas, os braços e o peito. Elas são caracterizadas por desenhos elaborados e muito detalhista que retratam imagens relacionadas à mitologia e folclore japonês, desenhos como dragões, tigres, carpas, flores de cerejeira, deuses budistas alem de personagens folclóricos e do teatro kabuki e teatro noh. A cor preta é amplamente utilizada como base na tatuagem japonesa. Ela é obtida através do uso debaterias orgânicos, estas tintas eram feita de carvão vegetal ou cinzas de madeira misturadas com água e outros ingredientes naturais como óleo de canola e argila queimada. A tinta preta é aplicada para criar contornos nítidos e sombreamento detalhado, adicionando profundidade e dimensão às imagens. Além disso, o preto é associado à cor da tinta usada em tradicionais escritas e pinturas japonesas, como o Sumi-e, o que confere uma conexão cultural à prática da tatuagem.
Tradicionalmente, as tatuagens dos yakuza eram feitas à mão em um método totalmente artesanal, usando agulhas presas a um pedaço de bambu, conhecido como tebori. Essa técnica de tatuagem à mão era extremamente difícil e exigia uma grande habilidade por parte do tatuador.
Tatuador preparando as agulhas. Foto feita nos anos 70 pela fotografa americana Martha cooper. Tokyo Japão A prática das tatuagens dos yakuza remonta a séculos atrás e tinha múltiplas finalidades dentro do contexto das organizações criminosas. As tatuagens serviam como uma forma de identificação, permitindo que membros de diferentes gangues reconhecessem e respeitassem uns aos outros. Além disso, as tatuagens eram vistas como símbolos de coragem, lealdade e devoção aos ideais da yakuza.
No entanto, é importante ressaltar que as tatuagens irezumi não estão exclusivamente associadas aos yakuza. Ao longo dos anos, a arte da tatuagem japonesa ganhou popularidade em outros círculos e entre pessoas comuns que buscam essa forma de expressão artística. Muitos tatuadores no Japão se especializaram em irezumi, oferecendo tatuagens inspiradas na tradição dos yakuza para clientes que desejam honrar a estética e os elementos culturais associados a essa arte.
No entanto, vale destacar que o uso de tatuagens pelos yakuza tem sido cada vez mais estigmatizado na sociedade japonesa moderna. Devido à associação com atividades criminosas, muitas empresas, locais públicos e instalações esportivas no Japão proíbem a entrada de pessoas com tatuagens visíveis. Essa atitude reflete a mudança de percepção em relação aos yakuza e ao papel das tatuagens como símbolos dessa subcultura criminosa.
A arte da tatuagem japonesa
A arte da tatuagem japonesa começou a se tornar conhecida em todo o mundo a partir do final do século XIX e início do século XX, quando marinheiros e viajantes ocidentais visitaram o Japão e se depararam com rica arte e cultura japonesa. Muitos desses visitantes ficaram impressionados com as tatuagens que viram no Japão, pois elas eram diferentes das tatuagens ocidentais da época em termos de estilo, tamanho, riqueza em detalhes e simbolismo.
A popularidade das tatuagens japonesas também foi influenciada pelo artista japonês Horiyoshi II, que começou se destacar muito na década de 1970 e se tornou conhecido internacionalmente como um mestre dessa forma de arte. Horiyoshi II e outros artistas japoneses também contribuíram para a disseminação da técnica a arte da tatuagem japonesa, estética e história alem do folclore que envolve os desenhos da tatuagem japonesa, ajudando a estabelecer uma base global para sua apreciação e prática por muitas partes do mundo.
O renomado tatuador japonês Horiyoshi II foi um artista muito importante, cujo nome real é Kuronuma Tamotsu tambem filho de um tatuador, Horiyoshi l. Tamotsu ele desempenhou um papel importante na popularização da arte da tatuagem japonesa em todo o mundo. Horiyoshi II participou de eventos de tatuagem nos Estados Unidos, onde teve a oportunidade de exibir seu talento e compartilhar sua expertise com artistas e entusiastas ocidentais.
Além de sua notoriedade na tatuagem, Horiyoshi II também era conhecido por suas pinturas em personagens do teatro kabuki, KABUKI é uma forma tradicional de teatro japonês. Ele aplicava suas habilidades artísticas em retratar com precisão os personagens e cenas dessa forma teatral distinta. Sua experiência em pintura, combinada com sua maestria na tatuagem, contribuiu para sua reputação como um dos principais artistas do meio.
Horiyoshi II também teve a oportunidade de aplicar suas artes em templos em Tóquio, Japão. Suas pinturas decorativas em templos adicionaram uma dimensão única à sua prática artística, permitindo que sua expressão criativa fosse apreciada não apenas pelos entusiastas de tatuagem, mas também por aqueles que visitavam os templos para fins religiosos e culturais.
A combinação do talento de Horiyoshi II como tatuador e pintor, juntamente com sua participação em eventos internacionais e suas contribuições artísticas em templos, ajudou a solidificar sua reputação e a elevar a arte da tatuagem japonesa a um status reconhecido globalmente. Seu trabalho foi fundamental para aumentar a apreciação e a popularidade das tatuagens japonesas no mundo todo.
Hoje em dia, a arte da tatuagem japonesa é admirada por sua beleza estética, detalhes meticulosos, narrativas complexas e rica herança cultural. as antigas tatuagens que levava a combinação única de cores preta e vermelha, juntamente com os temas e símbolos tradicionais japoneses, tornam as tatuagens japonesas facilmente reconhecíveis e apreciadas em todo o mundo.
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KITSUNE: A LENDA DA RAPOSA JAPONESA
Ayakashi também é conhecido como Yokai são seres sobrenaturais de antigos contos folclóricos japoneses que são transmitidos de uma geração. Esses seres não são demônios, são espíritos que dizem ser a causa de muitas ocorrências sobrenaturais. Kitsune é um desses yokai do folclore japonês. Kitsune é uma palavra japonesa para “raposa”. Dizem que possuem grande inteligência e diferentes habilidades paranormais que aumentam com o passar do tempo. Raposas e humanos viviam juntos no Japão antigo e essa companhia deu origem a lendas sobre essas criaturas mitológicas.
Há muito tempo, em uma pequena vila japonesa, próxima a um antigo templo xintoísta, vivia uma raposa kitsune conhecida por sua sabedoria e poderes mágicos. A criatura mitológica habitava um cemitério, onde encontrava refúgio e tranquilidade.
A vila era muito conhecida por eventos estranhos e inexplicáveis, e muitas vezes os moradores atribuíam esses acontecimentos à presença da kitsune. Embora suas travessuras fossem inofensivas, deixavam os aldeões intrigados e maravilhados com a magia que permeava seu cotidiano.Certo dia, um jovem chamado Kotaro estava caminhando pelos arredores do vilarejo quando avistou uma mulher muito bonita à beira de um lago no jardim do templo. Ela tinha olhos amendoados e cabelos negros como a noite, o que hipnotizou o jovem Kotaro, fazendo-o sentir-se atraído por ela como uma mariposa para a chama de uma vela. No entanto, ele nem havia notado o reflexo dela na água do lago, que mostrava sua verdadeira aparência como uma raposa.Os encontros entre Kotaro e a misteriosa mulher tornaram-se mais frequentes, e, aos poucos, eles se apaixonaram perdidamente. A mulher era amável, sábia e sabia encantar o jovem camponês com histórias fascinantes sobre o mundo e suas maravilhas. Mas, à medida que o amor florescia, eventos estranhos começaram a assombrar a vida do jovem Kotaro. Coisas que não podiam ser explicadas pela lógica mundana aconteciam ao seu redor, e rumores sobre o envolvimento da kitsune nessas situações começaram a se espalhar.Curioso e preocupado, Kotaro decidiu seguir misteriosa mulher. Escondido entre as sombras, testemunhou a transformação surpreendente da mulher em uma enorme raposa de pelagem avermelhada. O jovem ficou hipnotizado diante da magia da criatura sobrenatural.Com o coração acelerado, o jovem camponês confrontou a raposa kitsune quando ela retornou à forma humana. A verdade foi revelada, e a kitsune explicou que ela, de fato, era uma criatura mística dotada de poderes extraordinários, neste momento ela fez varios truques de magia e isso impressionava cada vez mais o jovem camponês. em uma mistura de medo e paixao ambos se sentia atraidos pelo amor que surgia entre eles. Mas, apesar disso tudo, o amor que a raposa tinha por Kotaro era algo genuíno e verdadeiro. Ela contou a ele sobre seu desejo profundo de entender as emoções humanas e experimentar a vida entre eles. A kitsune sentia-se atraída pelo encanto e simplicidade da existência humana, mesmo que isso significasse enfrentar desafios e dilemas únicos. Kotaro, embora abalado pela revelação, percebeu a sinceridade nos olhos da raposa. Ele também notou que, apesar de suas peculiaridades sobrenaturais, ela ainda era a mesma pessoa que o encantou desde o início. Movido por um sentimento de compaixão e aceitação, ele decidiu ficar ao lado da kitsune, independentemente de sua natureza sobrenatural. Eles enfrentaram juntos as dificuldades e preconceitos que a relação entre um humano e uma criatura mágica trazia.Ao longo do tempo, a vila testemunhou uma harmonia incomum entre a kitsune e os humanos, e a criatura mágica aprendeu a equilibrar suas travessuras com um respeito mais profundo pelos sentimentos dos aldeões. Apesar das diferenças, eles decidiram se casar. A história da raposa kitsune que se casou com um homem tornou-se uma lenda na vila japonesa. Ela representava a união entre o mundo humano e o mundo sobrenatural, e como o amor verdadeiro poderia florescer mesmo nas circunstâncias mais inesperadas.E assim, a magia da kitsune e a coragem de Kotaro ecoaram através do tempo, inspirando gerações futuras a abraçar o desconhecido e acreditar que, no coração do extraordinário, a verdadeira essência do amor sempre prevaleceria.
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BAKU: O DEVORADORDE SONHOS E PESADELOSDO JAPÃO
Baku é um ser mitológico do folclore japonês conhecido como “o devorador de sonhos e pesadelos”. Acredita-se que Baku seja uma criatura mística capaz de consumir os sonhos e pesadelos das pessoas, deixando-as com a mente limpa e descansada.
A aparência de Baku é descrita como uma mistura de várias partes de animais, incluindo a cabeça de um elefante, os olhos de um rinoceronte, as pernas de um tigre, o corpo de um urso e a cauda de um boi. Essa aparência única reflete a natureza mística e sobrenatural de Baku.
No Japão, muitas pessoas acreditam que Baku pode ser convocado para ajudar a livrar alguém de pesadelos ou sonhos perturbadores. Para isso, é comum desenhar uma imagem de Baku em um pedaço de papel ou pano e colocá-lo debaixo do travesseiro antes de dormir.
Em resumo, Baku é um fascinante ser mitológico da cultura japonesa conhecido como o devorador de sonhos e pesadelos, e que possui uma aparência única e mística.
A origem de Baku remonta à mitologia chinesa, onde é conhecido como “Mo”. No Japão, Baku foi adotado e integrado à cultura japonesa como um ser mitológico próprio.
Existem várias lendas associadas a Baku na cultura japonesa. Uma das lendas mais populares é a de que Baku é um ser benevolente que aparece para ajudar aqueles que têm pesadelos. Quando uma pessoa tem um pesadelo, ela pode chamar Baku, recitando uma oração especial para invocá-lo. Baku aparece e consome o pesadelo, deixando a pessoa com uma mente clara e tranquila.
Outra lenda popular sobre Baku é que ele é um ser capaz de devorar todos os tipos de sonhos, bons ou maus. Por causa disso, as pessoas às vezes têm medo de chamar Baku para devorar seus sonhos bons, mas a crença predominante é que Baku só consome sonhos ruins e pesadelos.
Há também uma lenda que diz que Baku é um ser solitário e tímido que evita o contato humano, mas que pode ser invocado com a oferta de feijões azuki (um tipo de feijão vermelho doce) em um altar especial dedicado a ele.
Em resumo, as lendas sobre Baku são diversas, mas todas retratam esse ser mitológico como um guardião benevolente que ajuda a proteger as pessoas dos pesadelos e sonhos ruins.
Muitas pessoas usam essa imagem como inspiração para tatuagens. A figura de Baku tem sido uma fonte popular de inspiração para tatuagens em todo o mundo. Sua aparência única e sobrenatural, combinada com sua conexão com o mundo dos sonhos, torna-a um tema atraente para tatuagens no estilo japonês.
Algumas pessoas optam por uma representação mais tradicional de Baku, enquanto outras preferem uma interpretação mais moderna. A imagem de Baku também é frequentemente combinada com outros elementos, como flores de peônia ou outros animais místicos, para criar uma tatuagem única e personalizada.
No Japão, a imagem de Baku é muito usada em tatuagens como proteção contra os pesadelos e sonhos ruins, isso é devido à sua associação com a remoção desses maus sonhos. As pessoas acreditam que ter uma tatuagem de Baku pode trazer proteção e tranquilidade durante o sono.
Em resumo, Baku é uma figura mitológica fascinante que tem sido uma fonte popular de inspiração para tatuagens devido à sua aparência única e sua conexão com o mundo dos sonhos e a proteção contra pesadelos.
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MANEKI NEKO: O GATO DA SORTE JAPONÊS TATUAGENS JAPONESA
O Maneki Neko, também conhecido como gato da sorte, é um amuleto tradicional que se tornou um símbolo popular no Japão e em várias partes do mundo. Com sua pata levantada em um gesto convidativo, esse amuleto é considerado um chamado para a boa sorte, prosperidade e fortuna. Embora haja várias versões e histórias sobre sua origem, a mais relevante e amplamente aceita remonta ao período Edo (1603-1868).
Origem e Significado
A história mais conhecida do Maneki Neko tem início no século XVII, no bairro de Setagaya, em Tóquio. Diz-se que havia um pequeno templo modesto chamado Gotoku-ji, onde vivia um sacerdote. O sacerdote tinha um gato de estimação chamado Tama.
Em um dia chuvoso, durante o período do xogunato Tokugawa, Keitai estava sentado em seu templo quando avistou uma pessoa se abrigando debaixo de uma árvore, era um bem sucedido comerciante do bairro. Dentro do templo estava um gato acenando para ele, o gato com a pata levantada parecia acenar para chamando ele para dentro do templo. Intrigado pela cena incomum, ele se aproximou e, no mesmo instante, um raio caiu no lugar onde ele estiva sentado antes destruindo a arvore.
Grato por esse gato ter salvo sua vida, o senhor decidiu retribuir a generosidade do gato e do templo. Ele pediu para contruir uma estatua do gato feita de ouro e acabou se tornando um patrocinador do templo de Gotoku-ji e ajudou a melhorar suas condições financeiras. Após a morte do gato Tama, o templo construiu um santuário em sua homenagem, onde foi enterrado. Assim, o Maneki Neko passou a ser venerado como um símbolo de boa sorte e proteção.
Templo Gotokuji Tokyo Japão: Local de nascimento do gato Maneki-neko Simbolismo e Variações
O Maneki Neko é um gato de cerâmica ou porcelana com uma pata levantada para cima, acenando para chamar a atenção. A cor tradicionalmente dele é o branco, mas hoje em dia é comum encontrar amuletos em diversas cores e estilos desse felino. Cada variação carrega um significado único:
- Branco: representa a pureza e a positividade geral;
- Preto: afasta os maus espíritos e proporciona proteção;
- Dourado: simboliza riqueza e prosperidade;
- Tricolor: uma combinação de cores (branco, preto e laranja) que representa sorte geral, segurança e prosperidade nos negócios.
Além disso, o Maneki Neko suas características, cada um com seu próprio simbolismo:
- Coleira vermelha: oferece proteção contra o mal;
- Moeda: atrai riqueza e fortuna;
- Sininho: que traz a felicidade e boa sorte;
- Peixe: simboliza abundância e prosperidade;
- A pata para cima : representa sucesso e realização de desejos.
Popularidade e Uso Atual
O Maneki Neko ganhou grande popularidade no Japão e se espalhou para outras partes do mundo ao longo dos anos. Em todo o Japão é comum encontrar esses amuletos em lojas, restaurantes, casas e até mesmo em escritórios como um símbolo de sorte e prosperidade.
No Japão, o Maneki Neko é sempre colocado na entrada dos estabelecimentos comerciais, como lojas e restaurantes, como um convite para os clientes entrarem e gastarem dinheiro. Muitas pessoas também mantêm um Maneki Neko em casa como um talismã de boa sorte.
O Maneki Neko continua sendo um símbolo icônico e querido, representando os desejos de sorte, fortuna e prosperidade. Seja como um adorno decorativo ou como um amuleto pessoal, o gato da sorte japonês continua a encantar e atrair pessoas em todo o mundo.
Tatuagem: popularidade como um amuleto da sorte
Além de sua popularidade como um amuleto da sorte, o Maneki Neko também se tornou uma fonte de inspiração para tatuagens em todo o mundo. Amantes dessa figura encantadora muitas vezes optam por tatuar a imagem do Maneki Neko em seus corpos como uma forma de expressar sua afinidade com a cultura japonesa e sua crença na boa sorte.
No entanto, é interessante observar que, no Japão, não é tão comum os japoneses tatuarem a imagem do Maneki Neko em seus próprio corpos. Tradicionalmente, o Maneki Neko é visto como um objeto de decoração e sorte, mas não é necessariamente associado à prática de tatuagem na cultura japonesa.
A cultura da tatuagem no Japão tem suas próprias raízes e tradições, como a arte do irezumi (tatuagem), que remonta a séculos atrás. Geralmente, os japoneses que optam por tatuagens se inspiram em temas como dragões, flores de cerejeira, koi fish (peixes coloridos) e outros personagens e elementos do folclore e da arte japonesa.
No entanto, com a disseminação global da cultura japonesa e o interesse crescente no Maneki Neko, é compreensível que pessoas de outras partes do mundo, especialmente os amantes da cultura japonesa, escolham tatuar a imagem do Maneki Neko como uma forma de expressão pessoal.
Essas tatuagens muitas vezes capturam a essência do Maneki Neko, incorporando detalhes como a pata levantada, expressões faciais adoráveis e cores vibrantes. As tatuagens do Maneki Neko podem variar em tamanho e estilo, desde designs pequenos e discretos até tatuagens mais elaboradas que cobrem uma área maior do corpo.
Para os entusiastas do Maneki Neko que decidem fazer uma tatuagem, essa escolha representa uma conexão pessoal com a sorte, fortuna e proteção que o amuleto tradicionalmente simboliza. É uma forma de levar consigo esses desejos positivos em todos os momentos.
Portanto, enquanto no Japão as tatuagens do Maneki Neko podem não ser tão comuns entre os japoneses locais, a figura do gato da sorte tem inspirado pessoas ao redor do mundo a incorporá-la em sua arte corporal como uma expressão de admiração pela cultura japonesa e como um lembrete constante de boa sorte e fortuna.
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IREZUMI: A ARTE DAS TATUAGENS YAKUZA
Neste post, vamos falar um pouco mais sobre a história da Yakuza e como as tatuagens se tornaram um símbolo tão importante dessa organização criminosa. Além disso, vamos explorar alguns dos temas e inspirações mais comuns encontrados nas tatuagens Yakuza, bem como as técnicas tradicionais usadas para criar essas obras de arte incríveis.
Então, prepare-se para entrar no mundo das tatuagens Yakuza e descobrir mais sobre essa fascinante cultura japonesa!
A Yakuza é uma organização criminosa que surgiu no Japão durante o período Edo, que se estendeu de 1603 a 1868. Embora não haja registros precisos sobre a data de origem da organização, sabe-se que sua formação ocorreu nessa época, quando o Japão ainda estava se estabilizando após séculos de guerra civil.
Os Yakuza começaram como grupos de trabalhadores que se juntavam para se protegerem nas ruas, mas logo se tornaram uma organização criminosa bem estabelecida, com uma hierarquia e código de conduta próprios. Os membros da Yakuza são conhecidos por suas tatuagens elaboradas, que muitas vezes cobrem todo o corpo, incluindo as mãos e os pés.
Os Yakuza também são conhecidos por suas atividades ilegais, que incluem extorsão, jogo de azar, prostituição, tráfico de drogas e armas, além de outras atividades criminosas. Eles têm uma presença significativa na economia japonesa, com muitas empresas sendo controladas ou extorquidas pelos Yakuza.
No entanto, a Yakuza também é conhecida por sua cultura única e distintiva, que inclui um forte senso de lealdade e hierarquia, bem como um código de conduta conhecido como yakuza-dan. A organização é composta por vários clãs, cada um com sua própria estrutura hierárquica e símbolos distintos.
Embora a Yakuza seja uma organização criminosa, muitos japoneses ainda acreditam que eles desempenham um papel importante na sociedade, fornecendo proteção para as pessoas comuns e mantendo a ordem nas ruas. No entanto, o governo japonês tem feito esforços para combater a Yakuza e reduzir sua influência na sociedade japonesa.
Em resumo, os Yakuza são uma organização criminosa japonesa que surgiu durante o período Edo, quando muitos samurais ficaram sem trabalho. Embora eles sejam conhecidos por suas atividades ilegais, eles também têm uma cultura única e distintiva, com uma forte hierarquia e código de conduta próprios. Embora muitos japoneses ainda os vejam como um mal necessário, o governo japonês tem feito esforços para combater a Yakuza e reduzir sua influência na sociedade.
Influencias da tatuagens
De fato, as tatuagens são uma marca distintiva da Yakuza. Os membros da organização costumam ter tatuagens que cobre quase todo corpo. estas tatuagens são chamadas de irezumi ou horimono. essas tatuagens levar meses ou até mesmo anos para serem concluídas. Essas tatuagens são feitas por artistas especializados chamados horishi, que usam técnicas de agulhas manuais ou de máquinas.
Algumas das inspirações para as tatuagens Yakuza incluem personagens do teatro Kabuki, como Ruy-Taro e Benkei Kozo. Esses personagens são considerados heróis pela Yakuza no Japão e têm uma grande importância cultural. As tatuagens também podem incluir personagens do conto chinês Suikoden, que apresenta os 108 heróis da margem do rio amarelo. Esses personagens são conhecidos por suas proezas de combate e lealdade, uma especie de Robin Hood que roubava dos ricos para ajudar os pobres, o que os torna símbolos ideais para a cultura da Yakuza.
Além disso, outros temas comuns encontrados nas tatuagens Yakuza incluem dragões, tigres, flores de cerejeira (sakura), carpas (koi), serpentes, fênix e imagens mitológicas do budismo ou xintoísmo. Cada símbolo tem seu próprio significado específico e é escolhido com base na personalidade do membro e em sua posição na organização. Por exemplo, um dragão pode simbolizar poder e autoridade, enquanto as sakuras podem ser vistas como um símbolo de lealdade e devoção, além de representarem valores na passagem da vida, acreditando que a vida sempre pode se renovar a cada estação do ano.
Personagens do teatro kabuki que inspiram as tatuagens da yakuza
Os membros da Yakuza se inspiram em várias histórias e lendas para escolher seus temas de tatuagem. Duas dessas histórias incluem Ryu Taro e Benten Kozo.
Ryu Taro é uma história folclórica japonesa que envolve a busca de vingança de um filho contra um líder malvado que matou seu pai. A história é cheia de simbolismo, como dragões e carpas, e representa a luta contra a injustiça e a busca pela justiça. Os membros da Yakuza se identificam com a história de Ryu Taro, pois muitos deles também vêm de origens humildes e lutam contra a adversidade para subir na hierarquia da organização.
Benten Kozo é outra história popular que muitos membros da Yakuza se inspiram. A história é sobre um jovem ladrão que se torna um herói para o povo e é perseguido pelo governo. Os membros da Yakuza se identificam com a história de Benten Kozo, pois muitos deles vêm de origens criminosas e lutam contra o sistema para sobreviver. A história também é cheia de símbolos, como a flor de cerejeira e o gato, que representam a vida curta e a coragem em face da adversidade.
No entanto, é importante notar que, embora as tatuagens sejam um símbolo de status e respeito dentro da organização Yakuza, elas ainda são altamente estigmatizadas na sociedade japonesa em geral. Muitas empresas e instituições têm políticas estritas contra tatuagens visíveis, o que pode limitar as oportunidades de emprego e a aceitação social dos membros da Yakuza.
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KOMAINU ( 狛犬 ) A tatuagem dos cães leão guardiões
Komainu é uma criatura da mitologia que se assemelha a um leão. Em inglês eles são chamados de FooDog. Geralmente são estátuas colocadas em pares, posicionadas na entrada de santuários e templos, sempre uma no lados esquerdo e outra no lado direito. Elas também podem ser encontradas dentro do santuário protegendo o Honden (santuários xintoístas), ou até mesmo em ruas de grande comércio e também em jardins públicos.
Os Komainu foram trazidos ao Japão durante o período Asuka, originalmente como um leão, sem diferença entre as figuras da esquerda e da direita. No entanto, no período Heian, começaram a aparecer pares de estátuas de leão e komainu com aparências distintas. Desde então, apenas o cão é estritamente chamado de ‘komainu’, embora hoje em dia seja comum se referir aos dois juntos. Essas estátuas são consideradas protetoras e desempenham um papel importante na defesa dos santuários e templos contra o mal e a energia negativa.
Características:
A origem das estátuas de Komainu é um leão estilizado que se originou na Pérsia e na Índia. Essa figura também é vista nas estátuas de leões que protegem áreas sagradas no antigo Egito e na Mesopotâmia. No Meiji Jingu, o Komainu é uma estátua de um leão cuja origem remonta ao antigo Oriente da Índia. Nos países do antigo Oriente, havia uma tendência de usar leões como objetos sagrados, divindades e guardiões do trono, e a esfinge é um bom exemplo disso.
Durante a dinastia Tang, acredita-se que os leões da China tenham sido trazidos para o Japão juntamente com o budismo. Embora não esteja claro quando o Komainu foi introduzido, uma teoria sugere que os japoneses mal interpretaram uma criatura de forma estranha como um cachorro e a introduziram no Japão, razão pela qual ela passou a ser chamada de Komainu. Existem várias teorias sobre a origem da palavra “komainu”, incluindo uma que sugere que ela passou a ser chamada de “koma-inu” porque era usada para afastar os maus espíritos.
As estátuas de Komainu eram originalmente colocadas em ambos os lados da entrada de templos e pagodes, tendo a forma de um leão ou cachorro grande, como visto nas esculturas nas paredes do pagode de cinco andares do Templo Horyuji na província de Nara.
Alguns Komainu são representados com chifres, o que gerou várias teorias sobre sua origem. De acordo com Takuzo Yoshimura, um veterinário, o caractere “兕” na palavra “komainu” se refere a um unicórnio que se assemelha a um búfalo d’água, cuja verdadeira identidade é desconhecida. Este animal tem pele dura o suficiente para ser usada como uma armadura, e seus chifres são supostamente já foram usados para fazer copos de beber saquê. Outra teoria é que o “兕” na palavra “komainu” se refere a um cão de guarda.
Leão Agata no Templo Ninnaji e Komainu sem forma no Templo Ninna-ji são exemplos da presença de leões e komainu em templos e santuários no Japão. De acordo com o “Utsuho Monogatari”, queimadores de incenso foram anexados aos “quatro grandes Shirogane Komainu” e colocados nos quatro cantos da corte imperial no período Heian. Além disso, uma combinação de leões e komainu aparece como mobília em obras literárias como “Makura no Soshi” e “Eiga Monogatari”.
Tanto o “Kinhisho” quanto o “Ruijuzayosho” afirmam que o leão é colocado à esquerda e o komainu à direita. Embora existam leões semelhantes ou komainu na China e na Coreia, a forma de A e Un é uma característica frequentemente vista no Japão, refletindo a visão do budismo. Em geral, a estátua do leão do lado direito é chamada de “Agyo” com a boca aberta, e a estátua do komainu do lado esquerdo é chamada de “Ungyo” com a boca fechada.
Desde a segunda metade do período Kamakura, estilos simplificados começaram a aparecer, e a maioria das estátuas feitas após o período Showa não tem chifres nos lados esquerdo e direito e não há diferença na aparência, exceto pela forma como a boca se abre. Essas estátuas deveriam originalmente ser chamadas de ‘Shishi’, mas hoje, ambas as estátuas são frequentemente chamadas coletivamente de ‘Komainu’.
Atualmente, a presença ou ausência de leões e komainu varia de santuário para santuário. Cerca de metade dos santuários na cidade de Kyoto e em toda província têm komainu. A maioria dos komainu que podem ser vistos nos arredores de templos e santuários em vários lugares é feita de pedra, mas também existem estátuas de metal e cerâmica. Exemplos de leões de madeira e komainu incluem o Templo Yakushi-ji na Prefeitura de Nara, Santuário Yasuigaoka Hachimangu, Santuário Taiho-jinja na Prefeitura de Shiga, Templo Kozan-ji na Prefeitura de Kyoto e Santuário Itsukushima-jinja na Prefeitura de Hiroshima, todos bens culturais importantes.
Um exemplo antigo feito de pedra é um par de estátuas colocadas no portão Nandaimon do Templo Todaiji na Província de Nara, chamado de ‘Karajishi’, cujo estilo foi recentemente introduzido no Japão na Dinastia Song. Embora objetos usados como móveis, como o Michōdai na Corte Imperial, fossem feitos de metal, as estátuas de leões e Komainu foram colocadas dentro de casa, desempenhando um papel na proteção dos deuses e Buda.
Cães leão guardiões em templo de Hsipaw, Myanmar -
ONIWAKAMARU: O LENDÁRIO JOVEM GUERREIRO DA HISTÓRIA JAPONESA QUE LUTA COM A CARPA GIGANTE PARA PROTEGER MULHERES E CRIANÇAS NO LAGO.
Oniwakamaru, também conhecido como Ushiwaka-maru, é um personagem lendário da história japonesa e é frequentemente retratado em tatuagens e outras formas de arte japonesa. Uma das representações mais populares de Oniwakamaru em tatuagens é a imagem de um guerreiro com uma faca na boca ou uma pequena espada lutando contra uma carpa gigante. Essa imagem é baseada em uma história popular da cultura japonesa.
De acordo com a história, Oniwakamaru era um jovem guerreiro que se deparou com uma carpa gigante no Lago Biwa, perto do Monte Hiei em Kyoto. A carpa tinha oito shaku (cerca de dois metros e meio) de altura e era conhecida por comer e matar mulheres e crianças que entrava no lago. Oniwakamaru, armado apenas com uma espada curta, pulou na água para enfrentar o monstro. Depois de uma batalha feroz, Oniwakamaru finalmente derrotou a carpa gigante, salvando a vila e seus habitantes.
Essa história se tornou um símbolo de coragem e determinação, e a imagem de Oniwakamaru lutando contra a carpa gigante é frequentemente usada em tatuagens para simbolizar força, coragem e superação de obstáculos nao importando o tamanho.
Ele é frequentemente retratado como um herói corajoso e poderoso, que luta contra inimigos poderosos e injustiças. A imagem de Oniwakamaru tornou-se um ícone na cultura japonesa e é muito usada como um símbolo de masculinidade forte e virtuosa.
A história sobre Oniwakamaru
Oniwakamaru é o nome de infância de Minamoto no Yoshitsune, quando crianca ele foi deixado com sua tia que camava de Oniwakamaru por ele ser terrivelmente, ja na sua adolecencia e passou a ser chamado de Ushiwaka-maru. Ele foi um dos heróis mais famosos do período Kamakura da história do Japão. Sua história é marcada por muitos eventos trágicos, incluindo a morte de seus pais e irmãos, sua fuga para se esconder dos inimigos e a luta contra os Taira, um clã poderoso que havia tomado o controle do governo japonês na época.
Minamoto no Yoshitsune nasceu em 1159, como o nono filho de Minamoto no Yoshitomo, um importante líder militar do clã Minamoto. Após a morte de seu pai, Yoshitsune e seus irmãos foram colocados sob a custódia de um governador da província, mas logo foram perseguidos pelo clã Taira, que havia vencido a Batalha de Heiji em 1160 e tomado o controle do Japão.
Yoshitsune e seu irmão mais velho, Yoritomo, fugiram para se esconder dos inimigos, mas seu outro irmão, Noriyori, foi capturado e morto. Mais tarde, Yoritomo traiu Yoshitsune e se juntou aos Taira, forçando Yoshitsune a fugir para a região norte do Japão. Lá, ele se tornou um líder militar habilidoso e reuniu um exército para lutar contra os Taira.
Yoshitsune e seu aliado, o monge guerreiro Benkei, lideraram um exército para derrotar os Taira na Batalha de Ichinotani em 1184. Após a vitória, Yoshitsune foi nomeado governador da província de Kyoto, mas seu irmão Yoritomo considerou isso uma ameaça e novamente traiu Yoshitsune. Yoshitsune fugiu novamente, mas foi finalmente capturado pelos homens de Yoritomo e forçado a cometer seppuku, uma forma ritualística de suicídio.
A história de Minamoto no Yoshitsune é lembrada como uma história de heroísmo, coragem e sacrifício. Seu nome tornou-se sinônimo de bravura e justiça no Japão e é frequentemente retratado em tatuagens, obras de arte e obras de ficção.
Utagawa Kuniyoshi (1797-1861) foi um artista japonês conhecido por sua habilidade em retratar guerreiros e monstros em suas obras de arte ukiyo-e, um estilo de xilogravura popular no Japão do período Edo. Ele foi um dos principais artistas do gênero, junto com nomes como Utagawa Hiroshige e Katsushika Hokusai.
Kuniyoshi era particularmente habilidoso em criar composições ousadas e dramáticas em suas obras, especialmente em retratar cenas de batalha. Ele era conhecido por sua capacidade de criar imagens poderosas de guerreiros e monstros em luta, muitas vezes usando ângulos incomuns e perspectivas exageradas para criar uma sensação de movimento e energia.
Uma de suas obras mais famosas é a série “Carpa de Extermínio de Oniwakamaru”, que retrata a lenda de um jovem guerreiro chamado Oniwakamaru que luta contra uma carpa gigante que aterroriza a população local. Kuniyoshi criou várias imagens da carpa em suas obras, mas a carpa em si foi originalmente desenhada por Oniwaka, um aprendiz de carpinteiro que supostamente desenhou a carpa como parte de um desafio de habilidade.
A habilidade de Kuniyoshi em retratar cenas de batalha e sua paixão por criar imagens de guerreiros e monstros em luta fizeram dele um dos artistas mais populares de sua época. Sua influência pode ser vista em muitos trabalhos posteriores de artistas japoneses e ocidentais, e suas obras continuam a ser admiradas e estudadas até hoje.
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NINGYO: A SEREIA DO JAPÃO-TATUAGEM JAPONESA.
Esqueça tudo o que as histórias infantis te ensinaram sobre lindas sereias, porque o Ningyo japonês não é uma encantadora cantora. Pelo contrário, o Ningyo é mais parecido com um peixe do que com um humano em aparência, com escamas douradas, dedos longos e garras muito afiadas.
Os antigos pescadores do Japão acreditavam que se alguém conseguisse capturar com sucesso um Ningyo e se alimentar de sua carne, seria concedida a vida eterna, o que levou muitos pescadores imprudentes a tentar capturá-lo. No entanto, se não conseguissem capturar um Ningyo, poderiam ser amaldiçoados por toda a vida e sua vila inteira poderia ser varrida por uma grande onda ou tsunami. Da mesma forma, capturar um Ningyo acidentalmente em uma rede também é um presságio de má sorte, então qualquer Ningyo capturado deve ser devolvido ao mar imediatamente.
O Ningyo é uma criatura lendária da mitologia japonesa que se assemelha a uma sereia ou Tritão, mas com algumas diferenças marcantes em relação à imagem ocidental dessas criaturas. Ao contrário das sereias ocidentais, que são frequentemente retratadas como seres bonitos e benevolentes, o Ningyo é considerado um ser perigoso e muitas vezes associado a desastres naturais.
Além de sua aparência fisicamente diferente, como mencionado anteriormente, o Ningyo é também conhecido por possuir propriedades místicas e mágicas. Segundo a lenda, a carne de um Ningyo pode conceder a imortalidade, tornando-a altamente valiosa e cobiçada. No entanto, capturar um Ningyo não é fácil e é considerado perigoso e arriscado, como mencionado anteriormente.
A lenda do Ningyo tem sido uma parte importante da cultura japonesa há séculos, com muitas histórias, contos e artefatos relacionados a essa criatura lendária. A imagem do Ningyo pode ser vista em muitas formas de arte japonesa, incluindo pinturas, esculturas, tatuagens e desenhos animados. Sua presença na cultura japonesa é tão significativa que existem muitos festivais e celebrações em sua homenagem em todo o Japão.
Ningyo em tatuagens tradicionais japonesas?
Embora o Ningyo seja uma figura importante na mitologia e cultura japonesas, não é necessariamente uma imagem comum em tatuagens tradicionais japonesas, conhecidas como irezumi. As tatuagens japonesas tradicionais costumam apresentar figuras como dragões, carpa koi, tigres, flores de cerejeira entre outros elementos icônicos.
No entanto, é possível que o Ningyo seja usado como uma figura em tatuagens japonesas modernas, especialmente para pessoas que querem uma tatuagem que represente a cultura japonesa e suas lendas mitológicas. Como mencionado anteriormente, o Ningyo tem uma rica história na mitologia e arte japonesas e, como tal, pode ser uma escolha interessante e única para uma tatuagem. Mas é importante notar que a escolha de imagens para tatuagens é altamente pessoal e depende inteiramente da preferência individual.
Ningyo ou tamatori?
O Tamatori e o Ningyo são dois personagens diferentes da mitologia japonesa.
O Tamatori é um conto sobre uma princesa dragão do mar que carrega uma jóia mágica em sua boca. Um caçador é contratado para roubar a jóia, e ele consegue alcançá-la ao perseguir a princesa através do oceano. No entanto, durante a fuga, a princesa dragão transforma-se em uma mulher e o caçador se apaixona por ela, ajudando-a a escapar de outros caçadores que a perseguem. Ao final da história, o caçador é recompensado com a jóia mágica.
Por outro lado, como mencionado anteriormente, o Ningyo é uma criatura lendária da mitologia japonesa que se assemelha a uma sereia ou tritão, mas com algumas diferenças marcantes em relação à imagem ocidental dessas criaturas. O Ningyo é frequentemente retratado como um ser perigoso e muitas vezes associado a desastres naturais.
Ambos os contos são importantes na mitologia japonesa e têm um significado cultural significativo, mas são histórias e personagens distintos.
Ningyo como poderia ser traduzido?
O Ningyo, que se traduzir seria literalmente como “peixe humano” (também conhecido como “gyojin”, que significa “peixe humano”, ou “hangyo-jin”, que significa “humano meio-peixe”) a criatura da mitologia japonesa que é comparável às sereias das lendas ocidentais. Apesar da semelhança no conceito, ou seja, o ningyo e a sereia são criaturas com partes do corpo terrestre e marinho, essas duas entidades são na verdade bastante diferentes.
Além dos seres conhecidos como Ningyo, a mitologia japonesa também apresenta outros espíritos relacionados às sereias. Um exemplo é o Ayakashi, um tipo de youkai (espírito ou demônio) que pode se manifestar como uma bela mulher ou como uma criatura meio peixe. Esses espíritos são conhecidos por atrair os homens para o fundo do mar e por sua habilidade de prever o futuro.
Outro espírito relacionado às sereias é o Nure-onna, que significa “mulher molhada”. Essa criatura é geralmente descrita como uma mulher com a parte superior do corpo humano e a inferior de uma serpente marinha. Ela é conhecida por atacar viajantes solitários na beira do mar e por matar com um golpe de sua língua venenosa.
Outro youkai relacionado às sereias é o Kappa, uma criatura aquática com características semelhantes às de um macaco. Ele é conhecido por sequestrar crianças e animais de estimação, e também por afogar pessoas e animais que nadam em rios ou lagos. O Kappa é frequentemente retratado com uma tigela de água na cabeça, que contém a fonte de seu poder. Se essa tigela for derrubada, o Kappa ficará enfraquecido e vulnerável.
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“NURE-ONNA: A MULHER SERPENTE NAS TATUAGENS JAPONESAS”
O Nure-onna é uma criatura do folclore japonês que tem uma aparência única e intrigante. Sua forma é semelhante a uma cobra, mas com uma cabeça humana e comprimento de até 300 metros. Seus olhos são descritos como os de uma serpente e ela possui longas garras quando é retratada com a parte de cima humana. Ela também tem presas e cabelos negros longos que são frequentemente vistos sendo lavados nas margens dos rios e lagos.
O propósito da Nure-onna é incerto, mas em algumas histórias ela é retratada como uma criatura perigosa que pode derrubar árvores com sua cauda e se alimentar de seres humanos. Em outras histórias, ela é vista como uma criatura pacífica que só quer lavar seus cabelos em paz e reage violentamente contra aqueles que a incomodam.
O Nure-onna faz parte do vasto panteão de criaturas sobrenaturais da mitologia japonesa conhecidas como yōkai. Essas criaturas são freqüentemente retratadas em lendas, folclore e cultura popular do Japão. O folclore japonês tem uma riqueza de histórias sobre yōkai, com muitas histórias sendo transmitidas de geração em geração.
Embora seja um ser mitológico, a influência da Nure-onna ainda é sentida na cultura japonesa moderna. A figura do Nure-onna é frequentemente retratada em obras de arte, incluindo anime, mangá e videogames. Ela também é tema de muitos contos populares e lendas urbanas em todo o Japão.
Em resumo, o Nure-onna é uma criatura fascinante e misteriosa do folclore japonês. Sua aparência única e seu propósito incerto tornam-na uma figura intrigante da mitologia japonesa e sua presença continua a influenciar a cultura popular do Japão até hoje.
Representação da Nure-onna (Sawaki Suushi’s Hyakkai-Zukan) A simbologia e significado
A simbologia e significado da Nure-onna variam de acordo com a história e a interpretação cultural.
Em algumas histórias, a Nure-onna é vista como uma criatura maligna e monstruosa, capaz de matar seres humanos e derrubar árvores com sua cauda. Nesses casos, ela pode simbolizar a destruição, a força brutal e o perigo.
Por outro lado, em outras histórias, a Nure-onna é retratada como uma criatura mais pacífica, que está simplesmente lavando seus cabelos nas margens dos rios ou lagos. Nessas interpretações, ela pode representar a beleza da natureza, a importância da higiene e a necessidade de respeitar a privacidade dos outros.
A Nure-onna também pode ser vista como uma representação da dualidade e da ambiguidade, pois ela tem uma aparência ambígua, com partes do corpo de mulher e partes do corpo de serpente. Essa dualidade pode simbolizar a complexidade da natureza humana, com seus aspectos bons e maus.
Em resumo, o significado da Nure-onna é multifacetado e pode ser interpretado de diferentes maneiras, dependendo da história e da perspectiva cultural.
Popularidade na tatuagem
Embora não haja estatísticas precisas sobre a popularidade da Nure-onna como tema de tatuagens no Japão, é possível encontrar tatuagens inspiradas nesta criatura em estúdios de tatuagem ao redor do mundo.
As tatuagens de yōkai são comuns na cultura japonesa, e muitos tatuadores japoneses oferecem uma ampla variedade de desenhos de yōkai para seus clientes. Além disso, muitos japoneses têm orgulho de sua herança cultural e valorizam a riqueza do folclore e da mitologia japonesa, o que pode explicar a popularidade da Nure-onna como um tema de tatuagem.
A Nure-onna, por ser uma figura fascinante e misteriosa, pode ser uma escolha interessante para aqueles que desejam uma tatuagem que represente a mitologia e cultura japonesa. No entanto, é importante ressaltar que a tatuagem é uma escolha pessoal e deve ser feita com cuidado e respeito à cultura e tradições japonesas.
“Nure-onna, Gazu Hyakki Yagyo [A Parada Noturna Ilustrada dos Cem Demônios], vol. 3, Toriyama Sekien, 1776.”
Essa frase se refere a uma ilustração de Nure-onna feita pelo artista japonês Toriyama Sekien em 1776. A obra faz parte de uma série de ilustrações de yōkai, intitulada “Gazu Hyakki Yagyo” ou “A Parada Noturna Ilustrada dos Cem Demônios”. O volume 3 da série apresenta a Nure-onna como uma das criaturas desenhadas por Sekien.