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Máscara Hannya
As máscaras de Hannya tiveram origem no teatro Nõ japonês, que é um tipo clássico de espetáculo de arte, combinando interpretação, canto e poesia.
O teatro Nõ ou Noh existe desde o século XIV e normalmente a narrativa é composta por um protagonista (shite) que utiliza uma máscara, um coadjuvante (waki), um ator cômico (kyōgen), um coro e instrumentos musicais. É composto apenas por atores homens, que usam máscaras para representar figuras femininas, no total são mais de 200 máscaras diferentes, que originalmente eram feitas de madeira.
De todas as máscaras, uma das que mais se popularizou foi a da Hannya, que deriva da lenda de uma mulher que após ser enganada por seus entes queridos, foi consumida por ódio e ciúmes e se transforma em uma espécie de “demônio” com chifres, dentes afiados e aparência assustadora.
Ilustração por Toshio Shimada Ainda de acordo com as lendas, existem diferentes representações, por isso é comum ver Hannyas com aspecto mais humano e outras já com aspecto mais demoníaco.
No Japão, a máscara da Hannya simboliza sorte e proteção, como se a feição monstruosa espantasse energias ruins, porém foi no Ocidente que ela se tornou um frequente tema de tatuagens, e é um dos desenhos mais procurados para composições de trabalhos com a temática oriental.
Texto por Rafael Lucente