• Toshio Shimada

    A simbologia da carpa (Koi) na tatuagem Japonesa

    As carpas (Koi) são extremamente importantes e presentes na cultura asiática. Tal importância deriva de anos de histórias e lendas, em especial de uma em que na época de reprodução, as carpas deveriam cruzar a China inteira através do rio  Huang Ho (rio Amarelo) para depositar suas ovas, passando por vários obstáculos como pequenas quedas d´água e rochas, ainda de acordo com a lenda, a carpa que chegasse no fim do percurso se tornaria um dragão.

    Com a difusão dessa lenda, a carpa passou a ser símbolo de força, persistência e superação.

    O Japão é cheio de festividades tradicionais, todas elas tem explicações baseadas em lendas e com significados muito interessantes. Conheça seis tradições e uma delas é o Koinobori (鯉幟 literalmente, Bandeira de Carpa?) é um costume do povo japonês de comemorar o Dia dos Meninos no dia cinco de maio hasteando birutas em forma de carpa. O costume anterior à restauração Meiji chamava-se fukinagashi.

    No Japão, meninos e meninas são homenageados, tradicionalmente, em dias separados, havendo o Dia dos Meninos e o Dia das Meninas. O Dia das Crianças é posterior à Segunda Guerra, sendo comemorado no mesmo Dia dos Meninos (cinco de maio). A tendência moderna é que o koinobori se sincretize com a comemoração do Dia das Crianças e adquira um caráter cada vez mais decorativo, menos varonil, com a carpa representando a esperança dos pais de que suas crianças cresçam fortes e saudáveis.

    O Dia das Crianças é o desfecho da Golden Week (Semana de Ouro) do japonês que junta três feriados nacionais: o Dia de Showa (29 de abril), o Dia da Constituição (3 de maio) e o Dia das Crianças (5 de maio). O dia 4 de maio é o Dia do Verde, dia que é “enforcado” sempre que os feriados do dia 3 e 5 caem num dia da semana. O 1º de Maio, embora não seja feriado nacional no Japão, também tem sido motivo de comemoração.

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    Golden Week – Semana dourada

    O Japão é um dos países com mais feriados ao longo do ano, isso se deve principalmente pelo fato de não existirem férias remuneradas de 30 dias, como no Brasil e em outros países. Esses diversos feriados são espalhados ao longo do ano, mas determinadas datas acabam sendo próximas um das outras, originando 3 grandes feriados prolongados:

    • O feriado do ano novo, que engloba o Oshougatsu, data extremamente importante na cultua japonesa.
    • O feriado de verão, (Natsu Yasumi), onde as pessoas aproveitam para fazer mais passeios ao ar livre, visitar parques e praias, devido ao calor da época;
    • E a semana dourada – Golden Week: semana que engloba vários feriados nacionais e que tem início agora, entre final de abril e começo de maio.

    A Golden Week é composta por várias datas de suma importância no calendário japonês, são elas:

    • Dia 29 de abril –  dia de Showa, data na qual era o aniversário do Imperador Showa (que foi o 124° Imperador japonês e que teve o maior reinado de todos, sendo símbolo do crescimento do Japão como potência mundial);

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    Imperador Showa

    • Dia 3 de maioKenpo Kinenbi (憲法記念日) , dia da constituição japonesa, que entrou em vigor dia 3 de maio de 1947, substituindo o antigo regulamento da era Meiji. Nesta data as portas do Kokkai Gijido – Palácio do Parlamento Japonês são abertas ao público, e é costume da população refletir sobre as leis japonesas e a democracia em geral;

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    Kokkai Gijido

    • Dia 4 de maio –  Midori no Hi (みどりの日), é o dia do Verde, é uma data propícia para visitar um parque em família, realizar atividades relacionadas ao respeito à natureza. Vários voluntários se disponibilizam a plantar árvores, ministrar palestras e oficinas ligadas à prática da educação ambiental e sustentabilidade;

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    • Dia 5 de maio – Kodomo no Hi (こどもの日), é o dia da criança, data para celebrar a felicidade  das crianças, em especial dos meninos, faz parte da tradição colocar bandeiras em formato de carpas penduradas ao redor das residências, a carpa (Koi) tem uma grande importância dentro da cultura japonesa, sendo mencionada em várias lendas e relacionada com a boa sorte.

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    Koinobori

    Além dessas datas especiais, a Golden Week marca o fim do inverno, época do Hanami, período onde as tradicionais cerejeiras (Sakuras), tem o ápice de seu florescimento, proporcionando um período de beleza única e ideal para contemplação da natureza.

     

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    Hanami

    Texto por Rafael Lucente

     

     

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    Gueixas – as especialistas nas artes

    As gueixas (芸者) são mulheres japonesas que se dedicaram em estudar e se especializar nas diversas artes relacionadas ao Japão, como a música, poesia e a dança.

    Seu papel era extremamente importante na sociedade japonesa, atuando mais ativamente na parte do entretenimento de festas ou ocasiões especiais e NÃO estão relacionadas a serviços sexuais, como é o pensamento de muitas pessoas no Ocidente.

    Gueixa

    Para atingirem esse posto de “guardiãs” da vasta cultura Japonesa, as gueixas ou Geiko (芸子)  como também são conhecidas, passam por rigorosos treinamentos, que além de durarem muitos anos, custavam muito caro, ao passo que muitas vezes, a gueixa possuía um danna (uma espécie de patrocinador) que financiava os estudos da até então maiko, nome utilizado para as aprendizes de gueixa. Todo esse aperfeiçoamento era feito em lugares conhecidos por  oki-ya e se iniciava antes da mulher completar 18 anos.

    Além de dominarem diversos tipos de danças e origamis, as gueixas também sabiam tocar alguns instrumentos, como o  shamisen, que foi obrigatório para todas as gueixas durante um certo período. Junto com o treinamento, vinham normas de etiqueta, postura e conhecimentos sobre vestuário e maquiagens, que eram um grande diferencial das gueixas e se caracterizava por:

    • Pele branca – graças a grandes quantidades de maquiagem branca, as gueixas apresentavam o rosto em tons bem claros, o que reforçava o fato de serem consideradas símbolos de beleza; Este processo era extremamente cuidadoso, realizado pela onee-san  (irmã mais velha) ou pela  okaa-san (“mãe”) e durava cerca de 2 horas. Originalmente, esse tipo de cosmético era a base de chumbo, que é tóxico, prejudicando a saúde e podendo até causar manchas amareladas na pele;
    • Cabelo – outra característica marcante das gueixas era seu penteado, em alguns momentos da história era utilizado o cabelo longo, porém o tipo de penteado que mais está associado a elas é um tipo de coque chamado shimada e possui algumas variações, como o shimada taka (um coque mais alto)  e o shimada tsubushi, um coque mais achatado. Já as aprendizes maiko, usavam o uiwata, coque com um pedaço de algodão colorido no formato de uma metade de pêssego;
    • Vestimentas – o traje usado pelas gueixas era o quimono, que poderia ter diferentes cores dependendo da ocasião ou até mesmo da estação do ano, as maiko também usavam quimonos, porém as mesmas usavam vestimentas de cores vermelhas ou rosadas, e seus quimonos possuíam mangas mais longas, o que ajudava a diferenciar uma gueixa mais experiente de uma aprendiz.

    Maiko

    Em geral a mulher que pretendia se tornar gueixa deveria dedicar sua vida toda a isso, abrindo mão por exemplo de ter um marido e filhos, o que tornava ainda mais difícil e valorizava ainda mais esse grande posto na sociedade. Tema muito utilizado em tatuagens asiáticas, as gueixas se tornaram símbolo de beleza e dedicação, tanto na Ásia como no ocidente, inspirando vários contos e livros, como o caso de “Memórias de uma gueixa” que acabou se tornando filme e sendo sucesso mundial.

    Texto por Rafael Lucente.

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    Imagem do filme “Memórias de uma gueixa”

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    DARUMA: O BONECO DA SORTE JAPONÊS MAIS POPULAR EM TATUAGENS

    “O Daruma: o boneco japonês que traz proteção, sorte e realiza desejos!”

    Você já ouviu falar do Daruma? Se não, prepare-se para conhecer um boneco incrível que é considerado um símbolo de proteção, sorte e realização de desejos no Japão. O Daruma, também conhecido como “だるま” em japonês, é um típico boneco japonês que é dado como presente com o objetivo de trazer bons presságios e ajudar a alcançar metas.

    Mas de onde vem o nome Daruma? A palavra “Daruma” tem sua origem na pronúncia japonesa da palavra “Dharma”. E aqui vem uma história fascinante que envolve um monge indiano chamado Bodhidharma, o fundador do budismo Zen. Conta-se que, para não dormir enquanto meditava, Bodhidharma arrancou suas próprias pálpebras e meditou por longos e exaustivos 9 anos. Essa atitude extrema e determinada inspirou a criação do boneco Daruma.

    O Daruma é um boneco redondo, sem braços nem pernas, com uma aparência cativante e expressiva. Ele é geralmente feito de papel machê e pintado à mão, com cores vivas e vibrantes. O mais interessante é que o Daruma é pintado com apenas um olho preto, enquanto o outro olho é deixado em branco. Isso simboliza a jornada de alcançar um objetivo ou realizar um desejo. Ao receber o Daruma, a pessoa faz um desejo e pinta o primeiro olho como um sinal de comprometimento. O olho em branco representa o objetivo ainda não alcançado.

    A tradição é a seguinte: quando você recebe um Daruma, você coloca o boneco em um local visível e se concentra em seu desejo ou meta. A cada vez que você faz progresso em direção à realização do seu desejo, você pinta o segundo olho do Daruma. É um lembrete constante de seu objetivo e um incentivo para continuar avançando. Quando o Daruma finalmente tem os dois olhos pintados, isso significa que seu desejo foi realizado ou sua meta foi alcançada!

    Além de ser um objeto de sorte e realização, o Daruma também é conhecido por sua resiliência. Devido à sua forma arredondada, ele sempre volta à posição vertical quando é derrubado. Isso é um símbolo de perseverança e otimismo diante dos obstáculos da vida. O Daruma nos lembra que, mesmo quando enfrentamos adversidades, devemos nos levantar e continuar lutando.

    Você pode encontrar o Daruma em lojas e templos por todo o Japão, especialmente durante o Ano Novo, quando é comum as pessoas adquirirem um novo Daruma para simbolizar um novo começo e estabelecer novos objetivos.

    Então, da próxima vez que você estiver pensando em realizar um desejo ou perseguir um objetivo, lembre-se do Daruma. Esse pequeno boneco japonês não só trará sorte e proteção, mas também será um companheiro resiliente em sua jornada. Pinte um olho, concentre-se em sua meta e não

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    Monge Bodhidharma

    Falando sobre a popularidade do Daruma entre os amantes de tatuagem, bem como a tendência dos estrangeiros e turistas em se tatuar com o Daruma no Japão:

    No mundo da tatuagem, o Daruma ganhou uma popularidade crescente entre os amantes dessa forma de arte corporal. Sua forma única e seu significado cativante tornam o Daruma uma escolha interessante para aqueles que desejam expressar sua determinação, perseverança e busca por objetivos em forma de tatuagem.

    No entanto, é importante ressaltar que a prática de tatuar o Daruma não é tão comum entre os japoneses nativos. O Daruma nao e uma imagem que atraia muito o japoneses, vale a pena lembrar que a cultura das tatuagens ainda carrega um estigma social, sendo muitas vezes associada a membros da máfia japonesa, conhecida como Yakuza. Por essa razão, os japoneses tendem a evitar tatuagens visíveis, especialmente em locais como o local de trabalho.

    Curiosamente, são os turistas e estrangeiros que frequentemente procuram se tatuar com o Daruma no Japão. Eles são atraídos pela forma única do boneco e pelo significado por trás dele, encontrando na tatuagem do Daruma uma forma de celebrar sua viagem ao Japão, bem como incorporar sua própria jornada de busca por objetivos e boa sorte.

    Os tatuadores especializados em tatuagens japonesas e tradicionais estão cada vez mais familiarizados com os pedidos de tatuagens do Daruma, adaptando sua arte para capturar a essência desse boneco tão simbólico. Eles criam belas e intricadas representações do Daruma em tatuagens, muitas vezes combinando-o com outros elementos da cultura japonesa, como flores de cerejeira, peônia, ondas e o fundo tradicional de tatuagens japonesa.

    Essas tatuagens do Daruma tornam-se uma forma pessoal e artística de expressar a coragem, a perseverança e a busca por objetivos na vida. Para os estrangeiros que se tatuam com o Daruma, essa tatuagem se torna um lembrete duradouro de sua conexão com a cultura japonesa e das lições que o Daruma ensina sobre a importância de nunca desistir.

    Então, se você está pensando em se tatuar com o Daruma, esteja ciente de que você estará incorporando um símbolo tradicionalmente apreciado por sua forma e significado cativante. Lembre-se de respeitar a cultura e as tradições japonesas ao se tatuar no Japão, e aproveite a oportunidade de celebrar sua própria jornada de conquistas e desejos realizados enquanto carrega um pedacinho da cultura japonesa consigo.

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    Além dessas características, o boneco possui uma sobrancelha relacionada as aves grou e uma barba relacionada a tartaruga, ambos possuem um significado muito forte com relação à longevidade.

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    Ilustração por Toshio Shimada

    Texto por Rafael Lucente

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    Tigre na cultura asiática (上山虎)

    A cultura asiática é mundialmente conhecida por sua riqueza de histórias, lendas e significados. Além de criaturas mágicas, demônios e divindades, destacam-se também os animais, como é o caso do tigre.

    O tigre (虎 – tora) é considerado um animal divino pelos povos asiáticos e o supremo animal terrestre, sendo um dos 4 animais sagrados ao lado da fênix, tartaruga negra e o dragão.

    O tigre é um animal extremamente feroz, imponente e belo, além de estar no topo da sua cadeia alimentar. Essas características fazem com que as tatuagens de tigres estejam associadas à força, coragem, beleza e poder.

    Na crença budista, o tigre representa a fé, a força espiritual e a disciplina. Já para povos chineses, está mais associado a realeza, especialmente se tratando do tigre siberiano (tigre branco)

    O tigre branco (Byakko) simboliza o outono e o elemento metal e na cultura chinesa, seria o guardião do ponto cardeal oeste.

    Além de todos os significados positivos, o tigre também pode representar a ira e a vingança, de modo que alguns demônios são retratados usando trajes feitos de pele de tigre.

    Na tatuagem em geral, o tigre costuma aparecer associado ao dragão, ou como peça principal da tatuagem, tendo flores como sakura ou rosas como fundo da composição.

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    Oni – “demônio” do folclore japonês

    Oni é uma criatura lendária do folclore japonês, muitas vezes descrita como um demônio ou ogro. São figuras icônicas e temidas na mitologia japonesa, conhecidas por sua aparência assustadora e força sobrenatural. Os Onis são sempre retratados com pele vermelha ou azul, chifres salientes, garras afiadas e uma expressão feroz. Acredita-se que eles habitem o submundo e sejam responsáveis por punir os malfeitores. Além disso, os Onis são associados a fenômenos naturais, como tempestades e terremotos. Na cultura popular japonesa, eles desempenham papéis tanto assustadores quanto cômicos, aparecendo em contos, festivais e representações artísticas.

    Um oni é uma criatura humanóide e pode variar em tamanho, desde pequeno até grande. Eles possuem rostos que podem lembrar muito a de um humano, macacos ou bestas, e frequentemente têm chifres que variam de pequenas protuberâncias a chifres longos, pontudos que lembram os arcos de um antílope, ou lisos como os de um dragão. Por serem criaturas selvagens, eles geralmente vestem apenas um fundoshi, uma espécie de tanga.

    A cultura oriental no geral é extremamente rica e nela destaca-se principalmente as lendas do folclore japonês, que por muitas vezes é usado como referências para tatuagens, como é o caso da lenda de  Kintarō – Oniwakamaru, da Hannya e do Oni, criatura muito presente em peças do teatro Nos japonês.

    O termo Oni () significa ogro ou troll, é muitas vezes descrito como demônio, porém o termo mais correto pra demônio em japonês seria yokai.

    Esta criatura possui corpo de  ser humano, cabeça de animal (que vai de macaco até pássaros) e 2 ou 1 chifres que podem ter formatos e tamanhos variados. Sua expressão sempre nervosa,  faz com que sejam considerados criaturas maléficas, que atormentam vilas inteiras e poderiam até se alimentar de seres humanos, tanto os pecadores do inferno, como de alguns seres na Terra.

    Uma das variações é descrita usando um  fundoshi  de tigre (um traje típico japonês que se assemelha a uma tanga) e pode representar Kimon, a porta do demônio, na qual os espíritos devem passar.

    Porém os Oni também podem ser considerados um símbolo de proteção, ao passo que sua aparência feroz ajudaria a afastar espíritos e energias negativas.

    No japão é comemorado o Setsubun, um feriado para celebrar a chegada da primavera e os Oni tem grande importância para a data, pois é tradição que nesta data pessoas usem máscaras de ogros com intuito de afastar as coisas ruins da estação que está chegando.

    Além do folclore tradicional, os Oni aparecem frequentemente na cultura Pop japonesa, servindo de inspirações para vários personagens de animes, mangás e jogos, como acontece em Dragon Ball Z, Naruto e Pokemon.

    As tatuagens de Oni normalmente são usadas como símbolo de proteção para a pessoa e podem compor um desenho com outras peças, ou então sendo a peça principal.

    Texto por Rafael Lucente

  • Toshio Shimada

    Kintarō – Oniwakamaru

    A história de Kintarō é uma das mais famosas lendas do folclore japonês, além de aparecer frequentemente nas peças do teatro Noh, também  é muito usada como referência para tatuagens asiáticas.

    Kintarō (金太郎) também é conhecido no Japão e no mundo como o menino dourado pelo fato de ser representado usando um babador com o kanji 金, que representa o ouro, seus poderes compreendem uma força descomunal e uma grande empatia com os animais.

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    Sua origem pode variar muito de acordo com as diversas lendas sobre ele, porém uma das mais conhecidas é que ele tenha sido criado por uma bruxa no Monte Ashigara, pois sua verdadeira mãe o abandonou.

    Em algumas versões das lendas, Kintaro é associado ao dragão vermelho (Deus do trovão chinês “Lei gong), nessa versão, sua mãe seria a própria feiticeira, que teria acordado após um enorme trovão e após o susto teria percebido estar o grávida da própria divindade.

    Independente das origens, Kintaro é retratado como uma criança robusta, de cor avermelhada. Usava sua machadinha e força para arrancar árvores, destruir rochedos e até mesmo lutar contra ursos e demônios das montanhas.

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    Como símbolo de juventude e força, é comum no Japão que as crianças ganhem bonecos do Kintaro no dia das crianças, afim de inspirar a coragem e bravura do menino.

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    Já em sua forma adulta, Kintaro passa a ser chamado de Sakata Kintoke (ou Oniwakamaru, dependendo do conto), foi levado até Kyoto, e após dedicar-se às artes marciais, foi de guarda a chefe do Shiten´no.

    Por sua força e grande empatia com animais, costuma ser ilustrado enfrentando grandes seres ou bestas ferozes.

    A pedido de um cliente, Toshio Shimada está trabalhando em uma arte relacionada à lenda de Kintaro/Oniwakamaru, confira:

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    Arte por Toshio Shimada

    Texto por Rafael Lucente

  • Toshio Shimada

    Toshio Shimada leva 2° lugar no Tattoo Fest Capivari

    Entre os dias 10, 11 e 12 de março, aconteceu a segunda edição do Tattoo Fest Capivari e Toshio Shimada além de estar presente, ganhou o prêmio de 2° lugar em uma das categorias.

    Inscrito na categoria “série de desenhos coloridos” Toshio Shimada apresentou 6 de suas várias artes, e com a temática asiática e uma excelente combinação de cores e técnicas, ganhou o 2° lugar na categoria.

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    Artes premiadas e troféu da categoria (foto Rafael Lucente)

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    Troféu da categoria (Foto por Rafael Lucente)

    As imagens individuais das artes vencedoras e muitas outras você pode ver aqui na sessão artwork.

    Para fazer um orçamento ou encomendar uma arte com Toshio Shimada, visite o studio Shimada Tattoo, localizado na Rua Galvão Bueno – 28, sala 21 – Liberdade, SP.

    Tel: (11) 3275-0093

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    Toshio Shimada com o troféu

    Texto por Rafael Lucente.

  • Toshio Shimada

    Ganesha – Deus da prosperidade

    Ganesha ( गणेश em sânscrito) é uma divindade do Panteão Hindu, sendo um dos deuses mais venerados.

    Primogênito de Parvati e Shiva, Ganesha é o chefe do exército celestial, mestre do conhecimento e sabedoria, responsável por remover obstáculos e trazer sucesso, fartura e prosperidade, além de ser uma das divindades relacionadas à proteção, motivo pelo qual é representado por meio de uma estátua na entrada de residências ou templos hindus.

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    Estátua de Ganesha

    Costuma ser representado em amarelo ou vermelho, possui um corpo que ostenta uma enorme barriga, 4 braços e cabeça de elefante com uma única presa. Na maioria das ilustrações aparece com uma perna dobrada sobre a outra e muitas vezes acompanhado de sua montaria, um rato que é chamado de (Vahana). Cada parte do corpo de Ganesha tem um significado específico:

    • Cabeça de elefante: muito associado à lógica, a cabeça de elefante simboliza a inteligência, sabedoria e capacidade de raciocínio;
    • Presa: Ganesha possui apenas uma presa – de acordo com a lenda, a presa foi arrancada por ele mesmo e utilizada para a escrita dos Vedas (escrituras sagradas para o hinduísmo);
    • Tromba de elefante: estão relacionadas à capacidade de discernimento entre o que é real e o que é irreal;
    • Grandes orelhas: representam a habilidade de ouvir os problemas alheios e poder refletir sobre essas questões, o que também é uma maneira de adquirir sabedoria;
    • Barriga: sua barriga abriga infinitos universos e representa a benevolência e a capacidade de absorver o sofrimento do mundo todo;
    • Pernas: a posição das pernas de Ganesha representa o elo entre o mundo espiritual e material, bem como a necessidade do equilíbrio entre eles;
    • Braços: o corpo de Ganesha apresenta 4 braços (porém existem representações com mais membros) e cada um deles simboliza um atributo do corpo sutil (no hinduísmo o corpo sutil é uma parte extremamente importante que compõe os seres vivos), são eles: o intelecto (Buddhi), o ego (Ahamkara), a consciência (Chitta) e a mente (Manas), sendo que em Ganesha os 4 juntos culminam na pura consciência (Atman). Ainda sobre a simbologia dos membros temos:
    • Uma mão segurando uma lótus, que representa o ápice da evolução humana, a elevação da alma; (saiba mais sobre o significado da flor de lótus clicando aqui)
    • uma mão em direção ao Ganapatyas (devotos de Ganesha), que confere proteção e a própria benção da divindade;
    • uma das mãos segura um chicote, simbolizando a força e disciplina que mantém o devoto no caminho certo;
    • e a última mão segurando uma machadinha, que está associada à restrição a todos os desejos que trazem sofrimento à alma. A machadinha também é responsável por desobstruir o caminho, livrar dos obstáculos (um dos principais significados associados a Ganesha);

    Já sua montaria, o rato  Vahana simboliza a ignorância e como este animal normalmente habita esgotos e lugares escuros, contrasta muito com as habilidades de Ganesha de discernimento e iluminação através da sabedoria.

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    ilustração Ganesha

    Devido a todos esses importantes significados, Ganesha é muito utilizado em tatuagens, sendo ícone de proteção, sabedoria, lógica, prosperidade nos negócios e a capacidade de superar obstáculos da vida.

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    Tatuagem Ganesha por Toshio Shimada

    Texto por Rafael Lucente

  • Toshio Shimada

    A simbologia das flores na tatuagem asiática

    É muito comum a utilização de diversos tipos de flores na tatuagem, seja como desenho principal ou para fazendo parte da composição geral. A escolha do tipo de flor tem muito a ver com sua simbologia e significado, como por exemplo:

    Cerejeira (Sakura)

    Um dos símbolos do Japão e muito associada a primavera,  a cerejeira é uma flor muito popular na cultura oriental, tanto na história como na arte. Ela floresce somente  por poucas semanas. Como resultado da sua curta vida, passou a simbolizar todas as coisas transitórias e efêmeras da vida, bem como a beleza.Entre os yakuzas indica uma consciência de seu destino. Está associada também aos samurais e significa uma vida útil indeterminada, sendo o lema do Bushido. (Saiba mais sobre a história dos Samurai clicando aqui)

     

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    Tatuagem por Toshio Shimada

     

    Lótus

    A flor de Lótus tem um significado importante na tradição budista. A flor é capaz de elevar-se acima da lama para florescer, o que representa um poder humano para superar as impurezas do mundo e alcançar a iluminação, ou até mesmo a capacidade de elevação do espírito.

    De acordo com lendas, quando o príncipe Sidarta (que se tornou Buda) deu seus primeiros passos, de cada lugar tocado no solo nasceu uma lótus.

    É comum ver representações de várias divindades budistas sentadas em flores de lótus quando estão meditando.

    Também representam a superação já que surgem limpas no meio de águas lodosas, o que para a crença hindu significa o lema da beleza interior: “viver no mundo, sem se ligar com aquilo que o rodeia”.

    Na tatuagem seu significado pode estar atrelado a alguma divindade ou mesmo ao conceito de superação.

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    Tatuagem por Toshio Shimada

     

    Crisântemo

    De origem chinesa, o crisântemo foi levado ao Japão pelos budistas, onde se tornou um tradicional símbolo da casa imperial. A flor tem longa duração e é utilizada inclusive para fins medicinais. Representa firmeza, determinação, simplicidade, perfeição e dependendo da crença é vista como mediadora do céu e da terra – vida e morte.

    É considerada a flor nacional do Japão e está relacionada com o outono, estação em que seu desabrochar é mais intenso.

    Naturalmente sua cor é amarela, correspondendo ao significado de seu nome: “flor de ouro”, porém com os avanços da genética, hoje encontra-se crisântemos de diversas cores.

    Por cobrir uma porção grande do corpo, os crisântemos são eficazes no preenchimento dos espaços entre o fundo e a imagem principal das tatuagens japonesas. As cores mais usadas são amarelo, vermelho, azul, lilás ou magenta.

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    Tatuagem por Toshio Shimada

    Peônia

    A peônia é originária da China, onde ela simboliza riqueza e boa sorte nos negócios. Estas características foram mantidas na cultura japonesa. No Japão, a peônia é considerada a “Rainha das Flores” por sua beleza única e sua associação com o jogo hanafuda. Este jogo representa bravura e ousadia. A cor avermelhada da peônia, relaciona-se com o sangue e o Sol vermelho com a bandeira do Japão.

    Peônias são normalmente incluídas em representações de guerreiros ou animais como tigres, criando um contraste entre a fragilidade e o poder.

    Também estão ligadas à cura, magia e proteção contra espíritos ruins.

     

    Texto por  Rafael Lucente