
IREZUMI KITSUNE – HISTORIA E SIGNIFICADO DA RAPOSA JAPONESA.
Kitsune é uma das criaturas míticas mais populares das lendas japonesas e um ícone para os amantes da tatuagem tradicional no Japão. Com sua figura de raposa, a lenda está envolta em mistério. Esse espírito místico das florestas é conhecido como um yōkai na tradição japonesa, um termo genérico que abrange criaturas sobrenaturais e demônios, e também é venerado como um ser celestial em muitos santuários xintoístas.
A questão de se as raposas Kitsune são boas ou más permanece em aberto. Neste texto, exploraremos os diferentes tipos de Kitsune que você pode incorporar em sua lendária tatuagem de raposa japonesa.
As raposas Kitsune são retratadas de maneiras variadas na mitologia japonesa, o que torna a questão de serem boas ou más complexa e dependente do contexto. Elas podem ser espíritos benevolentes e protetores, assim como enganadoras e maliciosas. No entanto, muitas histórias destacam a capacidade das Kitsune de mudar de personalidade conforme as circunstâncias.
A tradição das máscaras Kitsune remonta à antiga China e se difundiu no Japão e em todo o mundo, com adaptações japonesas que se tornaram as mais populares. A mitologia japonesa é rica e, às vezes, suas histórias se entrelaçam, tornando difícil distinguir entre o bem e o mal em algumas narrativas. Em geral, as Kitsune são vistas como seres astutos, inteligentes e dotados de poderes sobrenaturais, capazes de trazer tanto a sorte quanto o infortúnio às pessoas.
De acordo com a tradição, as raposas Kitsune podem ser classificadas como do bem ou do mal; Zenko (raposas benevolentes) e Yako (raposas maliciosas), respectivamente. Essas categorias representam diferentes aspectos das personalidades e comportamentos das Kitsune na mitologia japonesa. Zenko (善 狐 = raposas boas) e Yako (野狐 = raposas selvagens; inerentemente boas ou más), as quais são espíritos animais altamente inteligentes e travessos.
As Kitsune Zenko são criaturas de boa índole, frequentemente intimamente ligadas a Inari Okami, o Deus da Colheita na mitologia japonesa. Ao contrário das Kitsune maliciosas, essas raposas são conhecidas por sua natureza benevolente e protetora. Elas podem até trabalhar em conjunto com seres humanos quando há respeito mútuo.
Na mitologia japonesa, existem histórias de Kitsune Zenko que ajudam a proteger famílias e suas propriedades, como fazendas ou cabanas, além de outros objetos de valor. Algumas lendas contam que elas até ajudam seres humanos inocentes que são assediados por Kitsune maliciosas.
Essas histórias mostram que as Kitsune Zenko são consideradas amigas e protetoras dos humanos. Elas simbolizam a bondade, lealdade e sabedoria, e são frequentemente retratadas como figuras divinas ou sagradas.
As raposas Yako são conhecidas por sua astúcia e travessura. Elas têm apenas uma cauda e muitas vezes são consideradas trapaceiras com intenções maliciosas. O provérbio “astuto como uma raposa” é frequentemente usado para descrever uma pessoa que usa sua astúcia e inteligência para alcançar seus objetivos, geralmente de maneira oculta.
Embora possam ser charmosas e travessas, as raposas Yako também podem ser hostis e destrutivas. Algumas delas pregam peças e truques em humanos com “corações impuros”, como aqueles que demonstram ganância, arrogância e tirania. Elas podem humilhá-los em público, independentemente de sua posição social, e punir as pessoas más por seus comportamentos perversos.
No entanto, outras raposas Yako são ainda mais desagradáveis, roubando ou causando distúrbios nas aldeias. Embora possam ser consideradas trapaceiras, criar ilusões e armadilhas mortais com a intenção de matar não é típico desse tipo de raposa.
Em resumo, as raposas Yako são criaturas que exigem cuidado e atenção, pois podem ser tanto travessas quanto maliciosas, dependendo do indivíduo.

A máscara Kitsune, em japonês 狐面 (きつねめん), é uma representação da raposa e tem um significado importante na religião e na tradição popular japonesa. A raposa é um animal misterioso e poderoso, que simboliza a fertilidade e a prosperidade, especialmente na agricultura do arroz. Sua imagem é venerada em várias partes do Japão e desperta tanto amor quanto medo em muitas pessoas.
Um exemplo disso é o protagonista masculino do popular mangá japonês “Yuanqi Maiden God”, que na verdade é um monstro da raposa que serve ao deus da terra no santuário. A raposa é um tema comum no folclore japonês, frequentemente referida como kitsune. Nas histórias, elas são retratadas como seres inteligentes e mágicos, cujos poderes aumentam com a idade e a sabedoria.
Entre seus poderes mágicos está a habilidade de assumir forma humana, frequentemente aparecendo como uma mulher bonita, jovem ou idosa. Algumas histórias retratam as kitsune como enganadoras, enquanto outras as apresentam como guardiãs fiéis, amigas, amantes e até mesmo esposas. Além da habilidade de assumir forma humana, elas possuem o poder de possessão, são capazes de gerar fogo a partir de suas caudas e soltar chamas pela boca, e também têm a capacidade de aparecer em sonhos e criar ilusões.

Inari Ōkami, também conhecido apenas como Inari, é um deus japonês que representa as raposas, a fertilidade, o arroz, a agricultura, a indústria e o sucesso em geral. Assim como as raposas, acredita-se que Inari goste de abura-age (tofu frito). Ao longo da história, Inari foi retratado tanto como uma divindade masculina quanto feminina.
Uma lenda famosa sobre Inari é a da raposa branca, também conhecida como “Dez Raposas”. Diz-se que essas Dez Raposas conferem poder mágico àqueles que estão possuídos, inclusive entre os espíritos da floresta.
Havia uma vez uma habilidosa feiticeira que realizava consultas e previsões. Quando as pessoas a procuravam em busca de ajuda, ela afirmava ter curado dores de estômago e dores de cabeça por meio de seus encantamentos. Em outras ocasiões, quando a chuva não vinha e os campos ficavam secos, ela realizava um ritual que atraía centenas de pequenos pássaros, conhecidos como “pássaros da chuva”, supostamente chamando as nuvens de chuva. Em agradecimento, os moradores lhe ofereciam arroz e legumes como forma de gratidão.
Um dia, um garoto da aldeia encontrou uma filhote de raposa da montanha que estava separada dos pais e muito fraca para caçar sozinha. As crianças da aldeia cuidaram da raposa, brincaram e compartilharam comida com ela ao longo dos anos, até que a raposa cresceu e se transformou em uma mulher. Diz-se que a raposa cresceu mais rápido do que os humanos e causou muitas travessuras na aldeia, como quebrar rodas de carroça, destruir plantações e soltar cavalos no campo. Os moradores começaram a associar esses incidentes à raposa e, por isso, a capturaram e a levaram para a montanha. No entanto, as crianças confessaram ter sido elas que causaram as travessuras e afirmaram que a raposa não tinha feito nada de errado. Arrependidos, os adultos que haviam amarrado a inocente raposa voltaram para libertá-la.
O feiticeiro que havia amarrado a raposa admitiu ter usado seus poderes mágicos para beneficiar a aldeia, mas nutria um profundo ressentimento. Ele desfez a corda que prendia a raposa, tornando-se, assim, uma figura protetora para ela. Após esse episódio, a aldeia não enfrentou mais desastres e as plantações de arroz não sofreram mais danos. A raposa se tornou uma divindade associada à agricultura, aos tesouros, à saúde e à sucessão, e aqueles que não a adoravam eram fortemente repreendidos.
Essa história guarda semelhanças com a história de Inari, que é frequentemente associado aos torii vermelhos. Espero que essas informações adicionais sejam úteis para o seu texto.
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