
FŪJIN O DEUS DO VENTO, UM DOS MAIS ANTIGOS DEUSES XINTOÍSTAS QUE ESTÁ PRESENTE NA TATUAGEM JAPONESA.
A indústria da tatuagem moderna nos dias de hoje está repleta de novos estilos e tendências interessantes que atrai olhares de diversos púbicos, nos últimos anos tatuagens em estilo aquarela e os hiper realismos cheios de efeitos parecendo photoshop tomaram o mundo das tatuagens, muitos estilos novos que despertaram a adoração dos fãs dessa arte, também mais recentemente os personagens dos desenhos animados japoneses e também do mundo dos vídeos games, tem surgido muito entre um público, que são os pós adolescentes e até mesmo pessoas com uma certa idade.
Tatuagens feitas em cor preta usando diversos desenhos que variam entre escritas pequenas e coisas abstratas se tornaram bem populares chamadas de estilo black work, também houve um aumento na popularidade de tatuagens feitas no rosto usando caracteres japonês ou ate mesmo escritas em inglês sem muita preocupação ao que refere a significado. Entre tudo isso e os novos estilos de tatuagem modernos o que não mudou ou deixou de existir foram as gigantes e clássicas tatuagens de estilo japonês.
Por mais empolgantes que sejam os novos e brilhantes estilos de tatuagens modernos, os clássicos desenhos japoneses estão cada vez mais procurados por um publico que busca mais que um estilo de tatuagem, eles buscam muito mais que somente a beleza dos traços e cores dos clássicos desenhos japoneses usados na tatuagem do Japão, além do tempo e toda história guardada em cada personagem ou figura, a fama da tatuagem japonesa carrega uma longa tradição no mundo da tatuagem. Como um aceno repleto de ondas que vai e vem, a tatuagem japonesa permanece com uma gigante onda que carrega figuras mitológicas como a que gostaríamos de mergulhar um pouco mais fundo neste post, dando uma olhada em uma das figuras mais proeminentes da mitologia japonesa frequentemente retratada em tatuagens clássicas de estilo japonês, o deus do vento, Fujin.

Sanjūsangen-dō em
Kyoto Japão .
Período Kamakura , século 13
Fujin (風神, “Deus do Vento”) ou Futen (風天) também usado pelos japonês, o deus do vento é um dos mais antigos deuses xintoístas, ele é retratado como um poderoso ser mitológico que controla os poderes do vento, a aparência desse ser é de um humanoide de cabelo vermelho de pele verde vestindo roupas feitas com pele de leopardo, carregando uma grande bolsa de ventos em seus ombros, na arte japonesa, a divindade é frequentemente representada junto com outro ser mitológico chamado Raijin, o deus dos raios, trovões e tempestades.
Segundo as antigas histórias do Japão, ele estava presente com Amaterasu (deusa do sol) na criação do mundo, e quando ele deixou o vento sair pela primeira vez da sua bolsa, tornou se claro a neblina da manhã e preencheu o espaço vazio entre o céu e a terra, e assim o sol brilhou, acredita-se que ele vive acima das nuvens junto com Raijin, o deus do trovão.
Geralmente é representado carregando um grande saco de tecido (ou pele de animal), repleto de ventos, quando ele abre este saco, libera uma rajada de forte ventania. Na mitologia, Fujin e o deus dos trovões, Raijin junto com Amaterasu são responsáveis pelo controle climático do universo, por isso quase sempre são representados juntos (em algumas versões eles são interpretados com irmãos), supostamente seriam alguns dos inúmeros filhos de Izanagi.
Diz a lenda, que mesmo antes dos humanos habitarem o planeta terra, em uma discussão entre estes seres pelo controle climáticos do mundo, em uma batalha, o deus Fujin arrancou o braço esquerdo do deus Raijin, e algum tempo depois, os dois deuses voltam a serem amigos e Amaterasu recuperou o braço perdido de Raijin para que este continuasse produzindo os raios e trovões.
As crenças tradicionais atribuem o fracasso da invasão dos mongóis através do mar do Japão no ano de 1274 a uma tempestade criada pelo deus Fujin, que e mais conhecida como Kamikaze (kami: divino e kaze: vento).
A iconografia do deus Fujin pode ter sua origem em trocas culturais ao longo do período em que a Rota da Seda se avançava pelos mais diversos territórios, começando com o período helenístico, quando a Grécia ocupou partes da Ásia Central e Índia, o deus grego do vento Bóreas tornou-se o deus Wardo na arte Greco budista, em seguida, uma divindade do vento na China (Tarim), e finalmente na divindade japonesa que se interpretaria no deus Fujin.
aqui abaixo separamos uma serie de imagens de tatuagens usando a imagem do deus do vento Fujin.
Veja também no meu canal do youtube sobre a mascara do tengu. No folclore japonês: Tengu (天狗) significa “cachorro dos céus” e este nome tem origem em um ser celestial canino chinês (Tien Kou). A palavra “tengu” é originária do chinês “tien-kou”, que significa “cão celestial”.