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EXPLORANDO A ALMA JAPONESA: FURIN, SINOS DE VENTO, E SUA BELEZA COMO TATUAGEM DE RECORDAÇÃO
Planejando sua tão esperada viagem ao Japão? Ao explorar as diversas opções de souvenirs japoneses para levar consigo, você encontrará uma riqueza de escolhas, desde o icônico gato da sorte (ManekiNeko) até o famoso Daruma. Contudo, se você busca algo que transcenda o comum e encarne a estética profunda e rara do Japão, convidamos você a mergulhar conosco na fascinante história e beleza do Furin.
O nome “furin” é uma combinação poética de “fu” (vento) e “rin” (sino), traduzindo-se literalmente como “sino de vento”. Estes sinos, embora compartilhem semelhanças com os sinos de vento ocidentais, possuem uma singularidade que remonta ao período Edo, quando o Japão abria suas portas para o mundo. Milhares de designs lindos podem ser encontrados com os mais diversos estilos. Além disso, há uma rica história por trás deles. Ouvir o som que eles fazem traz a sensação do verão japonês que o fará sempre lembrar de sua inesquecível visita ao arquipélago japonês.
Ao acompanharem-nos nesta jornada, vocês irão desvendar o encanto mágico e cativante dos Furin japoneses, uma lembrança que transcende o efêmero e deixa uma impressão eterna em sua alma e coleção de memórias. Bem-vindos a uma exploração da cultura japonesa através dos olhos e sons dos Furin.
O QUE SÃO OS SINOS DE VENTO FURIN
O Furin é um objeto tradicional japonês que produz sons suaves e agradáveis quando balançado pelo vento. Ele é conhecido por sua beleza estética e pela capacidade de adicionar um toque de serenidade aos ambientes em que é colocado. O nome “furin” pode ser traduzido como “sino de vento”, onde “fu” significa vento e “rin” significa sino.
A origem do furin remonta ao período Edo no Japão, que abrangeu aproximadamente o início do século XVII até o final do século XIX. Durante esse período, os furins eram conhecidos por desempenhar várias funções, incluindo a capacidade de afastar maus espíritos, refrescar o ambiente e, é claro, proporcionar uma experiência auditiva agradável.
Inicialmente, eram confeccionados com metais como bronze ou ferro e eram principalmente produzidos como objetos funcionais, utilizados para decorar templos, santuários, bem como residências e jardins. Com o passar do tempo, a estética e o design dos furins evoluíram, e eles passaram a ser confeccionados a partir de diversos materiais, como vidro, cerâmica e bambu.
Eles são objetos compostos por várias partes delicadas. No centro, encontra-se o sino propriamente dito, suspenso graciosamente por um fio ou corrente. Justo abaixo do sino, repousa uma peça decorativa conhecida como “clapper” (ou badalo), que dança e toca o sino com a brisa suave. O som que emana desse encontro é suave e sereno, uma sinfonia que varia conforme o tamanho e o design específico do furin.
A diversidade dos designs dessas peças decorativas é notável, abrangendo temas inspirados na natureza, símbolos tradicionais, animais e muito mais. Muitas vezes, esses designs são cuidadosamente escolhidos por suas conexões simbólicas, como as flores de cerejeira, que evocam a chegada da primavera, ou os peixes dourados, que são tidos como portadores de boa sorte.
Hoje em dia, os furins continuam a ser apreciados não apenas no Japão, mas em todo o mundo, como elementos decorativos que também proporcionam uma harmonia sonora única. Eles adornam varandas, jardins, pátios e até mesmo espaços internos, onde o suave som do vento cria uma atmosfera de tranquilidade. Além disso, também se tornaram populares como lembranças turísticas e presentes.
Em resumo, o furin é um objeto tradicional japonês que desempenha um papel fundamental na cultura estética e sensorial do Japão, conectando as pessoas à beleza da natureza e à serenidade sonora em meio ao caos do mundo moderno.
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A ARTE MILENAR DO IREZUMI: A INTRIGANTE HISTÓRIA DAS TATUAGENS DOS YAKUZA NO JAPÃO
A arte da tatuagens usada pelos yakuza no Japão é conhecida como irezumi. Essa forma de tatuagem tem uma longa história e uma forte ligação com a cultura das gangues que envolve membros de organizações criminosas japonesas.
As tatuagens dos membros da yakuza são distintas e geralmente cobrem grandes áreas do corpo, como as costas, os braços e o peito. Elas são caracterizadas por desenhos elaborados e muito detalhista que retratam imagens relacionadas à mitologia e folclore japonês, desenhos como dragões, tigres, carpas, flores de cerejeira, deuses budistas alem de personagens folclóricos e do teatro kabuki e teatro noh. A cor preta é amplamente utilizada como base na tatuagem japonesa. Ela é obtida através do uso debaterias orgânicos, estas tintas eram feita de carvão vegetal ou cinzas de madeira misturadas com água e outros ingredientes naturais como óleo de canola e argila queimada. A tinta preta é aplicada para criar contornos nítidos e sombreamento detalhado, adicionando profundidade e dimensão às imagens. Além disso, o preto é associado à cor da tinta usada em tradicionais escritas e pinturas japonesas, como o Sumi-e, o que confere uma conexão cultural à prática da tatuagem.
Tradicionalmente, as tatuagens dos yakuza eram feitas à mão em um método totalmente artesanal, usando agulhas presas a um pedaço de bambu, conhecido como tebori. Essa técnica de tatuagem à mão era extremamente difícil e exigia uma grande habilidade por parte do tatuador.
Tatuador preparando as agulhas. Foto feita nos anos 70 pela fotografa americana Martha cooper. Tokyo Japão A prática das tatuagens dos yakuza remonta a séculos atrás e tinha múltiplas finalidades dentro do contexto das organizações criminosas. As tatuagens serviam como uma forma de identificação, permitindo que membros de diferentes gangues reconhecessem e respeitassem uns aos outros. Além disso, as tatuagens eram vistas como símbolos de coragem, lealdade e devoção aos ideais da yakuza.
No entanto, é importante ressaltar que as tatuagens irezumi não estão exclusivamente associadas aos yakuza. Ao longo dos anos, a arte da tatuagem japonesa ganhou popularidade em outros círculos e entre pessoas comuns que buscam essa forma de expressão artística. Muitos tatuadores no Japão se especializaram em irezumi, oferecendo tatuagens inspiradas na tradição dos yakuza para clientes que desejam honrar a estética e os elementos culturais associados a essa arte.
No entanto, vale destacar que o uso de tatuagens pelos yakuza tem sido cada vez mais estigmatizado na sociedade japonesa moderna. Devido à associação com atividades criminosas, muitas empresas, locais públicos e instalações esportivas no Japão proíbem a entrada de pessoas com tatuagens visíveis. Essa atitude reflete a mudança de percepção em relação aos yakuza e ao papel das tatuagens como símbolos dessa subcultura criminosa.
A arte da tatuagem japonesa
A arte da tatuagem japonesa começou a se tornar conhecida em todo o mundo a partir do final do século XIX e início do século XX, quando marinheiros e viajantes ocidentais visitaram o Japão e se depararam com rica arte e cultura japonesa. Muitos desses visitantes ficaram impressionados com as tatuagens que viram no Japão, pois elas eram diferentes das tatuagens ocidentais da época em termos de estilo, tamanho, riqueza em detalhes e simbolismo.
A popularidade das tatuagens japonesas também foi influenciada pelo artista japonês Horiyoshi II, que começou se destacar muito na década de 1970 e se tornou conhecido internacionalmente como um mestre dessa forma de arte. Horiyoshi II e outros artistas japoneses também contribuíram para a disseminação da técnica a arte da tatuagem japonesa, estética e história alem do folclore que envolve os desenhos da tatuagem japonesa, ajudando a estabelecer uma base global para sua apreciação e prática por muitas partes do mundo.
O renomado tatuador japonês Horiyoshi II foi um artista muito importante, cujo nome real é Kuronuma Tamotsu tambem filho de um tatuador, Horiyoshi l. Tamotsu ele desempenhou um papel importante na popularização da arte da tatuagem japonesa em todo o mundo. Horiyoshi II participou de eventos de tatuagem nos Estados Unidos, onde teve a oportunidade de exibir seu talento e compartilhar sua expertise com artistas e entusiastas ocidentais.
Além de sua notoriedade na tatuagem, Horiyoshi II também era conhecido por suas pinturas em personagens do teatro kabuki, KABUKI é uma forma tradicional de teatro japonês. Ele aplicava suas habilidades artísticas em retratar com precisão os personagens e cenas dessa forma teatral distinta. Sua experiência em pintura, combinada com sua maestria na tatuagem, contribuiu para sua reputação como um dos principais artistas do meio.
Horiyoshi II também teve a oportunidade de aplicar suas artes em templos em Tóquio, Japão. Suas pinturas decorativas em templos adicionaram uma dimensão única à sua prática artística, permitindo que sua expressão criativa fosse apreciada não apenas pelos entusiastas de tatuagem, mas também por aqueles que visitavam os templos para fins religiosos e culturais.
A combinação do talento de Horiyoshi II como tatuador e pintor, juntamente com sua participação em eventos internacionais e suas contribuições artísticas em templos, ajudou a solidificar sua reputação e a elevar a arte da tatuagem japonesa a um status reconhecido globalmente. Seu trabalho foi fundamental para aumentar a apreciação e a popularidade das tatuagens japonesas no mundo todo.
Hoje em dia, a arte da tatuagem japonesa é admirada por sua beleza estética, detalhes meticulosos, narrativas complexas e rica herança cultural. as antigas tatuagens que levava a combinação única de cores preta e vermelha, juntamente com os temas e símbolos tradicionais japoneses, tornam as tatuagens japonesas facilmente reconhecíveis e apreciadas em todo o mundo.
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KITSUNE: A LENDA DA RAPOSA JAPONESA
Ayakashi também é conhecido como Yokai são seres sobrenaturais de antigos contos folclóricos japoneses que são transmitidos de uma geração. Esses seres não são demônios, são espíritos que dizem ser a causa de muitas ocorrências sobrenaturais. Kitsune é um desses yokai do folclore japonês. Kitsune é uma palavra japonesa para “raposa”. Dizem que possuem grande inteligência e diferentes habilidades paranormais que aumentam com o passar do tempo. Raposas e humanos viviam juntos no Japão antigo e essa companhia deu origem a lendas sobre essas criaturas mitológicas.
Há muito tempo, em uma pequena vila japonesa, próxima a um antigo templo xintoísta, vivia uma raposa kitsune conhecida por sua sabedoria e poderes mágicos. A criatura mitológica habitava um cemitério, onde encontrava refúgio e tranquilidade.
A vila era muito conhecida por eventos estranhos e inexplicáveis, e muitas vezes os moradores atribuíam esses acontecimentos à presença da kitsune. Embora suas travessuras fossem inofensivas, deixavam os aldeões intrigados e maravilhados com a magia que permeava seu cotidiano.Certo dia, um jovem chamado Kotaro estava caminhando pelos arredores do vilarejo quando avistou uma mulher muito bonita à beira de um lago no jardim do templo. Ela tinha olhos amendoados e cabelos negros como a noite, o que hipnotizou o jovem Kotaro, fazendo-o sentir-se atraído por ela como uma mariposa para a chama de uma vela. No entanto, ele nem havia notado o reflexo dela na água do lago, que mostrava sua verdadeira aparência como uma raposa.Os encontros entre Kotaro e a misteriosa mulher tornaram-se mais frequentes, e, aos poucos, eles se apaixonaram perdidamente. A mulher era amável, sábia e sabia encantar o jovem camponês com histórias fascinantes sobre o mundo e suas maravilhas. Mas, à medida que o amor florescia, eventos estranhos começaram a assombrar a vida do jovem Kotaro. Coisas que não podiam ser explicadas pela lógica mundana aconteciam ao seu redor, e rumores sobre o envolvimento da kitsune nessas situações começaram a se espalhar.Curioso e preocupado, Kotaro decidiu seguir misteriosa mulher. Escondido entre as sombras, testemunhou a transformação surpreendente da mulher em uma enorme raposa de pelagem avermelhada. O jovem ficou hipnotizado diante da magia da criatura sobrenatural.Com o coração acelerado, o jovem camponês confrontou a raposa kitsune quando ela retornou à forma humana. A verdade foi revelada, e a kitsune explicou que ela, de fato, era uma criatura mística dotada de poderes extraordinários, neste momento ela fez varios truques de magia e isso impressionava cada vez mais o jovem camponês. em uma mistura de medo e paixao ambos se sentia atraidos pelo amor que surgia entre eles. Mas, apesar disso tudo, o amor que a raposa tinha por Kotaro era algo genuíno e verdadeiro. Ela contou a ele sobre seu desejo profundo de entender as emoções humanas e experimentar a vida entre eles. A kitsune sentia-se atraída pelo encanto e simplicidade da existência humana, mesmo que isso significasse enfrentar desafios e dilemas únicos. Kotaro, embora abalado pela revelação, percebeu a sinceridade nos olhos da raposa. Ele também notou que, apesar de suas peculiaridades sobrenaturais, ela ainda era a mesma pessoa que o encantou desde o início. Movido por um sentimento de compaixão e aceitação, ele decidiu ficar ao lado da kitsune, independentemente de sua natureza sobrenatural. Eles enfrentaram juntos as dificuldades e preconceitos que a relação entre um humano e uma criatura mágica trazia.Ao longo do tempo, a vila testemunhou uma harmonia incomum entre a kitsune e os humanos, e a criatura mágica aprendeu a equilibrar suas travessuras com um respeito mais profundo pelos sentimentos dos aldeões. Apesar das diferenças, eles decidiram se casar. A história da raposa kitsune que se casou com um homem tornou-se uma lenda na vila japonesa. Ela representava a união entre o mundo humano e o mundo sobrenatural, e como o amor verdadeiro poderia florescer mesmo nas circunstâncias mais inesperadas.E assim, a magia da kitsune e a coragem de Kotaro ecoaram através do tempo, inspirando gerações futuras a abraçar o desconhecido e acreditar que, no coração do extraordinário, a verdadeira essência do amor sempre prevaleceria.
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BAKU: O DEVORADORDE SONHOS E PESADELOSDO JAPÃO
Baku é um ser mitológico do folclore japonês conhecido como “o devorador de sonhos e pesadelos”. Acredita-se que Baku seja uma criatura mística capaz de consumir os sonhos e pesadelos das pessoas, deixando-as com a mente limpa e descansada.
A aparência de Baku é descrita como uma mistura de várias partes de animais, incluindo a cabeça de um elefante, os olhos de um rinoceronte, as pernas de um tigre, o corpo de um urso e a cauda de um boi. Essa aparência única reflete a natureza mística e sobrenatural de Baku.
No Japão, muitas pessoas acreditam que Baku pode ser convocado para ajudar a livrar alguém de pesadelos ou sonhos perturbadores. Para isso, é comum desenhar uma imagem de Baku em um pedaço de papel ou pano e colocá-lo debaixo do travesseiro antes de dormir.
Em resumo, Baku é um fascinante ser mitológico da cultura japonesa conhecido como o devorador de sonhos e pesadelos, e que possui uma aparência única e mística.
A origem de Baku remonta à mitologia chinesa, onde é conhecido como “Mo”. No Japão, Baku foi adotado e integrado à cultura japonesa como um ser mitológico próprio.
Existem várias lendas associadas a Baku na cultura japonesa. Uma das lendas mais populares é a de que Baku é um ser benevolente que aparece para ajudar aqueles que têm pesadelos. Quando uma pessoa tem um pesadelo, ela pode chamar Baku, recitando uma oração especial para invocá-lo. Baku aparece e consome o pesadelo, deixando a pessoa com uma mente clara e tranquila.
Outra lenda popular sobre Baku é que ele é um ser capaz de devorar todos os tipos de sonhos, bons ou maus. Por causa disso, as pessoas às vezes têm medo de chamar Baku para devorar seus sonhos bons, mas a crença predominante é que Baku só consome sonhos ruins e pesadelos.
Há também uma lenda que diz que Baku é um ser solitário e tímido que evita o contato humano, mas que pode ser invocado com a oferta de feijões azuki (um tipo de feijão vermelho doce) em um altar especial dedicado a ele.
Em resumo, as lendas sobre Baku são diversas, mas todas retratam esse ser mitológico como um guardião benevolente que ajuda a proteger as pessoas dos pesadelos e sonhos ruins.
Muitas pessoas usam essa imagem como inspiração para tatuagens. A figura de Baku tem sido uma fonte popular de inspiração para tatuagens em todo o mundo. Sua aparência única e sobrenatural, combinada com sua conexão com o mundo dos sonhos, torna-a um tema atraente para tatuagens no estilo japonês.
Algumas pessoas optam por uma representação mais tradicional de Baku, enquanto outras preferem uma interpretação mais moderna. A imagem de Baku também é frequentemente combinada com outros elementos, como flores de peônia ou outros animais místicos, para criar uma tatuagem única e personalizada.
No Japão, a imagem de Baku é muito usada em tatuagens como proteção contra os pesadelos e sonhos ruins, isso é devido à sua associação com a remoção desses maus sonhos. As pessoas acreditam que ter uma tatuagem de Baku pode trazer proteção e tranquilidade durante o sono.
Em resumo, Baku é uma figura mitológica fascinante que tem sido uma fonte popular de inspiração para tatuagens devido à sua aparência única e sua conexão com o mundo dos sonhos e a proteção contra pesadelos.
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MANEKI NEKO: O GATO DA SORTE JAPONÊS TATUAGENS JAPONESA
O Maneki Neko, também conhecido como gato da sorte, é um amuleto tradicional que se tornou um símbolo popular no Japão e em várias partes do mundo. Com sua pata levantada em um gesto convidativo, esse amuleto é considerado um chamado para a boa sorte, prosperidade e fortuna. Embora haja várias versões e histórias sobre sua origem, a mais relevante e amplamente aceita remonta ao período Edo (1603-1868).
Origem e Significado
A história mais conhecida do Maneki Neko tem início no século XVII, no bairro de Setagaya, em Tóquio. Diz-se que havia um pequeno templo modesto chamado Gotoku-ji, onde vivia um sacerdote. O sacerdote tinha um gato de estimação chamado Tama.
Em um dia chuvoso, durante o período do xogunato Tokugawa, Keitai estava sentado em seu templo quando avistou uma pessoa se abrigando debaixo de uma árvore, era um bem sucedido comerciante do bairro. Dentro do templo estava um gato acenando para ele, o gato com a pata levantada parecia acenar para chamando ele para dentro do templo. Intrigado pela cena incomum, ele se aproximou e, no mesmo instante, um raio caiu no lugar onde ele estiva sentado antes destruindo a arvore.
Grato por esse gato ter salvo sua vida, o senhor decidiu retribuir a generosidade do gato e do templo. Ele pediu para contruir uma estatua do gato feita de ouro e acabou se tornando um patrocinador do templo de Gotoku-ji e ajudou a melhorar suas condições financeiras. Após a morte do gato Tama, o templo construiu um santuário em sua homenagem, onde foi enterrado. Assim, o Maneki Neko passou a ser venerado como um símbolo de boa sorte e proteção.
Templo Gotokuji Tokyo Japão: Local de nascimento do gato Maneki-neko Simbolismo e Variações
O Maneki Neko é um gato de cerâmica ou porcelana com uma pata levantada para cima, acenando para chamar a atenção. A cor tradicionalmente dele é o branco, mas hoje em dia é comum encontrar amuletos em diversas cores e estilos desse felino. Cada variação carrega um significado único:
- Branco: representa a pureza e a positividade geral;
- Preto: afasta os maus espíritos e proporciona proteção;
- Dourado: simboliza riqueza e prosperidade;
- Tricolor: uma combinação de cores (branco, preto e laranja) que representa sorte geral, segurança e prosperidade nos negócios.
Além disso, o Maneki Neko suas características, cada um com seu próprio simbolismo:
- Coleira vermelha: oferece proteção contra o mal;
- Moeda: atrai riqueza e fortuna;
- Sininho: que traz a felicidade e boa sorte;
- Peixe: simboliza abundância e prosperidade;
- A pata para cima : representa sucesso e realização de desejos.
Popularidade e Uso Atual
O Maneki Neko ganhou grande popularidade no Japão e se espalhou para outras partes do mundo ao longo dos anos. Em todo o Japão é comum encontrar esses amuletos em lojas, restaurantes, casas e até mesmo em escritórios como um símbolo de sorte e prosperidade.
No Japão, o Maneki Neko é sempre colocado na entrada dos estabelecimentos comerciais, como lojas e restaurantes, como um convite para os clientes entrarem e gastarem dinheiro. Muitas pessoas também mantêm um Maneki Neko em casa como um talismã de boa sorte.
O Maneki Neko continua sendo um símbolo icônico e querido, representando os desejos de sorte, fortuna e prosperidade. Seja como um adorno decorativo ou como um amuleto pessoal, o gato da sorte japonês continua a encantar e atrair pessoas em todo o mundo.
Tatuagem: popularidade como um amuleto da sorte
Além de sua popularidade como um amuleto da sorte, o Maneki Neko também se tornou uma fonte de inspiração para tatuagens em todo o mundo. Amantes dessa figura encantadora muitas vezes optam por tatuar a imagem do Maneki Neko em seus corpos como uma forma de expressar sua afinidade com a cultura japonesa e sua crença na boa sorte.
No entanto, é interessante observar que, no Japão, não é tão comum os japoneses tatuarem a imagem do Maneki Neko em seus próprio corpos. Tradicionalmente, o Maneki Neko é visto como um objeto de decoração e sorte, mas não é necessariamente associado à prática de tatuagem na cultura japonesa.
A cultura da tatuagem no Japão tem suas próprias raízes e tradições, como a arte do irezumi (tatuagem), que remonta a séculos atrás. Geralmente, os japoneses que optam por tatuagens se inspiram em temas como dragões, flores de cerejeira, koi fish (peixes coloridos) e outros personagens e elementos do folclore e da arte japonesa.
No entanto, com a disseminação global da cultura japonesa e o interesse crescente no Maneki Neko, é compreensível que pessoas de outras partes do mundo, especialmente os amantes da cultura japonesa, escolham tatuar a imagem do Maneki Neko como uma forma de expressão pessoal.
Essas tatuagens muitas vezes capturam a essência do Maneki Neko, incorporando detalhes como a pata levantada, expressões faciais adoráveis e cores vibrantes. As tatuagens do Maneki Neko podem variar em tamanho e estilo, desde designs pequenos e discretos até tatuagens mais elaboradas que cobrem uma área maior do corpo.
Para os entusiastas do Maneki Neko que decidem fazer uma tatuagem, essa escolha representa uma conexão pessoal com a sorte, fortuna e proteção que o amuleto tradicionalmente simboliza. É uma forma de levar consigo esses desejos positivos em todos os momentos.
Portanto, enquanto no Japão as tatuagens do Maneki Neko podem não ser tão comuns entre os japoneses locais, a figura do gato da sorte tem inspirado pessoas ao redor do mundo a incorporá-la em sua arte corporal como uma expressão de admiração pela cultura japonesa e como um lembrete constante de boa sorte e fortuna.
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YOKAI: CRIATURAS DO FOLCLORE JAPONES USADAS NA TATUAGEM JAPONESA
No folclore japonês, yokai é um termo amplo que engloba uma variedade de criaturas sobrenaturais, que vão desde espíritos bondosos até monstros malvados. Essas criaturas são sempre retratadas com características fantásticas e muito estranhas por sinal, criaturas como rostos distorcidos, membros alongados e uma ampla variedade de habilidades e poderes sobrenaturais. Os yokai são tradicionalmente associados a muitas travessuras e uma enorme criatividade em suas historias, geralmente os fenômenos são inexplicáveis e eles habitam lugares inesperados na imaginação das pessoas.
Um boneco do Yokai Kappa dando boas vindas na estação da cidade de Fukusaki Japão. A relação do povo japonês com os Yokai:
No Japão, o folclore e a crença em yokai desempenham um papel muito importante na cultura popular. Embora os japoneses modernos não acreditem literalmente na existência dessas criaturas, a influência do folclore yokai pode ser vista em diversos aspectos da sociedade japonesa. Os yokai são frequentemente retratados em literatura, arte, teatro, anime e jogos, desempenhando papéis variados, desde vilões a personagens cômicos ou até heróis.
A lenda dos yokai e sua popularidade nas tatuagens:
Nos últimos anos, os yokai se tornaram especialmente populares entre os estrangeiros que buscam tatuagens com temática japonesa. Essas criaturas lendárias são escolhas populares para tatuagens devido à sua estética única e à rica história cultural que as envolve. As tatuagens de yokai podem variar desde os yokais mais populares ou até interpretações dessas criaturas não muito conhecidas, as variações artísticas e estilizadas dessas criaturas são muito criativas . Além disso, cada yokai possui seu próprio simbolismo e significado, permitindo que as pessoas escolham o que melhor representa sua personalidade e interesses.
Fukusaki, um lugar onde monstros yokai japoneses vagam pelas ruas da cidade. A influência dos yokai na arte e cultura japonesa:
A presença dos yokai na arte e cultura japonesa é inegável. Essas criaturas podem ser encontradas em antigas pinturas e gravuras japonesas, como os famosos rolos ilustrados conhecidos como “emakimono”. Eles também são muito representados em festivais tradicionais em todo o Japão, como o Setsubun e o Obon, onde as pessoas se vestem como yokai e participam de danças e performances relacionadas a essas criaturas. Além disso, muitos museus no Japão dedicam exposições inteiras ao estudo e à apreciação dos yokai.
Os yokai são figuras fascinantes do folclore japonês, com uma rica história e presença cultural.
A cidade de Fukusaki, localizada na província de Hyogo, no Japão, decidiu adotar uma abordagem única e incomum quando se trata de arte pública. Com um investimento de cerca de 3 milhões de ienes (US$ 25.000), a cidade instalou um kappa mecânico vermelho no pequeno lago do Parque Tsujikawayama, tornando-se uma atração local. No entanto, esse peculiar acessório tem uma aparência assustadora o suficiente para fazer as crianças chorarem!
O kappa é uma criatura lendária do folclore japonês, muito retratada como um monstro aquático que tem uma aparência bastante peculiar. Ele possui uma cabeça que lembra muito um sapo, olhos amarelos e um buraco em cima da cabeça onde ele sempre carrega a agua quando sai de dentro do rio ou dos lagos. Suas mãos e pés são palmados, e ele tem uma carapaça de tartaruga nas costas. Diz a lenda que o kappa vive em rios, lagos e pântanos, onde pode capturar suas presas e até mesmo puxar pessoas para a água.
A iniciativa de instalar um kappa mecânico em Fukusaki teve como objetivo atrair turistas e aumentar o interesse pela cidade. A ideia era criar uma atração visualmente marcante e única, que se destacasse e gerasse curiosidade. No entanto, a aparência assustadora do kappa mecânico acabou surtindo um efeito inesperado: fazer as crianças até mesmo chorarem!
Embora a intenção não fosse assustar as crianças, o kappa mecânico vermelho se tornou uma sensação na cidade. Sua aparência estranha e movimentos mecânicos dão a ele uma aura misteriosa e assustadora. As crianças podem ficar um pouco apreensivas ao se deparar com essa criatura estranha, mas muitas vezes, após superar o susto inicial, acabam ficando fascinadas por sua presença.
Essa instalação peculiar se tornou um ponto de referência em Fukusaki e atrai visitantes de diferentes partes do Japão e ate mesmo turista de fora do pais. Turistas curiosos chegam ao Parque Tsujikawayama para ver o kappa mecânico em ação e tirar fotos. A cidade abraçou essa novidade e começou a promovê-la como uma atração turística única, combinando a tradição do folclore japonês com uma pitada de excitação e surpresa.
A abordagem ousada de Fukusaki destaca o amor do povo japonês por seu folclore e tradições. Os yokai, como o kappa, fazem parte da rica cultura japonesa e desempenham um papel importante na preservação das lendas e histórias transmitidas ao longo dos séculos. Embora alguns yokai possam ser assustadores, eles também despertam um senso de curiosidade e admiração.
A cidade de Fukusaki, com sua escolha inusitada de instalar um kappa mecânico vermelho assustador, conseguiu criar uma atração turística memorável e única. Essa iniciativa destaca a criatividade e o desejo de preservar e compartilhar o folclore japonês com o mundo.
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IREZUMI: A ARTE DAS TATUAGENS YAKUZA
Neste post, vamos falar um pouco mais sobre a história da Yakuza e como as tatuagens se tornaram um símbolo tão importante dessa organização criminosa. Além disso, vamos explorar alguns dos temas e inspirações mais comuns encontrados nas tatuagens Yakuza, bem como as técnicas tradicionais usadas para criar essas obras de arte incríveis.
Então, prepare-se para entrar no mundo das tatuagens Yakuza e descobrir mais sobre essa fascinante cultura japonesa!
A Yakuza é uma organização criminosa que surgiu no Japão durante o período Edo, que se estendeu de 1603 a 1868. Embora não haja registros precisos sobre a data de origem da organização, sabe-se que sua formação ocorreu nessa época, quando o Japão ainda estava se estabilizando após séculos de guerra civil.
Os Yakuza começaram como grupos de trabalhadores que se juntavam para se protegerem nas ruas, mas logo se tornaram uma organização criminosa bem estabelecida, com uma hierarquia e código de conduta próprios. Os membros da Yakuza são conhecidos por suas tatuagens elaboradas, que muitas vezes cobrem todo o corpo, incluindo as mãos e os pés.
Os Yakuza também são conhecidos por suas atividades ilegais, que incluem extorsão, jogo de azar, prostituição, tráfico de drogas e armas, além de outras atividades criminosas. Eles têm uma presença significativa na economia japonesa, com muitas empresas sendo controladas ou extorquidas pelos Yakuza.
No entanto, a Yakuza também é conhecida por sua cultura única e distintiva, que inclui um forte senso de lealdade e hierarquia, bem como um código de conduta conhecido como yakuza-dan. A organização é composta por vários clãs, cada um com sua própria estrutura hierárquica e símbolos distintos.
Embora a Yakuza seja uma organização criminosa, muitos japoneses ainda acreditam que eles desempenham um papel importante na sociedade, fornecendo proteção para as pessoas comuns e mantendo a ordem nas ruas. No entanto, o governo japonês tem feito esforços para combater a Yakuza e reduzir sua influência na sociedade japonesa.
Em resumo, os Yakuza são uma organização criminosa japonesa que surgiu durante o período Edo, quando muitos samurais ficaram sem trabalho. Embora eles sejam conhecidos por suas atividades ilegais, eles também têm uma cultura única e distintiva, com uma forte hierarquia e código de conduta próprios. Embora muitos japoneses ainda os vejam como um mal necessário, o governo japonês tem feito esforços para combater a Yakuza e reduzir sua influência na sociedade.
Influencias da tatuagens
De fato, as tatuagens são uma marca distintiva da Yakuza. Os membros da organização costumam ter tatuagens que cobre quase todo corpo. estas tatuagens são chamadas de irezumi ou horimono. essas tatuagens levar meses ou até mesmo anos para serem concluídas. Essas tatuagens são feitas por artistas especializados chamados horishi, que usam técnicas de agulhas manuais ou de máquinas.
Algumas das inspirações para as tatuagens Yakuza incluem personagens do teatro Kabuki, como Ruy-Taro e Benkei Kozo. Esses personagens são considerados heróis pela Yakuza no Japão e têm uma grande importância cultural. As tatuagens também podem incluir personagens do conto chinês Suikoden, que apresenta os 108 heróis da margem do rio amarelo. Esses personagens são conhecidos por suas proezas de combate e lealdade, uma especie de Robin Hood que roubava dos ricos para ajudar os pobres, o que os torna símbolos ideais para a cultura da Yakuza.
Além disso, outros temas comuns encontrados nas tatuagens Yakuza incluem dragões, tigres, flores de cerejeira (sakura), carpas (koi), serpentes, fênix e imagens mitológicas do budismo ou xintoísmo. Cada símbolo tem seu próprio significado específico e é escolhido com base na personalidade do membro e em sua posição na organização. Por exemplo, um dragão pode simbolizar poder e autoridade, enquanto as sakuras podem ser vistas como um símbolo de lealdade e devoção, além de representarem valores na passagem da vida, acreditando que a vida sempre pode se renovar a cada estação do ano.
Personagens do teatro kabuki que inspiram as tatuagens da yakuza
Os membros da Yakuza se inspiram em várias histórias e lendas para escolher seus temas de tatuagem. Duas dessas histórias incluem Ryu Taro e Benten Kozo.
Ryu Taro é uma história folclórica japonesa que envolve a busca de vingança de um filho contra um líder malvado que matou seu pai. A história é cheia de simbolismo, como dragões e carpas, e representa a luta contra a injustiça e a busca pela justiça. Os membros da Yakuza se identificam com a história de Ryu Taro, pois muitos deles também vêm de origens humildes e lutam contra a adversidade para subir na hierarquia da organização.
Benten Kozo é outra história popular que muitos membros da Yakuza se inspiram. A história é sobre um jovem ladrão que se torna um herói para o povo e é perseguido pelo governo. Os membros da Yakuza se identificam com a história de Benten Kozo, pois muitos deles vêm de origens criminosas e lutam contra o sistema para sobreviver. A história também é cheia de símbolos, como a flor de cerejeira e o gato, que representam a vida curta e a coragem em face da adversidade.
No entanto, é importante notar que, embora as tatuagens sejam um símbolo de status e respeito dentro da organização Yakuza, elas ainda são altamente estigmatizadas na sociedade japonesa em geral. Muitas empresas e instituições têm políticas estritas contra tatuagens visíveis, o que pode limitar as oportunidades de emprego e a aceitação social dos membros da Yakuza.
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IREZUMI: BENTEN KOZO. Se você é fã de tatuagem japonesa, certamente já viu a imagem de Benten Kozo estampado em varias tatuagem tradicional japonesa
Se você é fã de tatuagem japonesa, certamente já viu a imagem de Benten Kozo tatuado ou desenhos desse personagem tatuado, usando roupas, maquiagem e cabelo de mulher.
Depois de realizar diversas pesquisas na internet, encontrei algumas informações muito interessantes sobre a tatuagem tradicional japonesa. Neste post, compartilharei um pouco dessa pesquisa e apresentarei um breve texto sobre este ícone da arte da tatuagem no Japão.
Sobre as Tatuagens da Yakuza e suas inspirações
Para entender melhor as inspirações que a Yakuza tem sobre tatuagens, é importante falar um pouco sobre a própria máfia Yakuza e sua história. Com certeza, as histórias encenadas no teatro kabuki são as que mais inspiram os amantes da tatuagem e membros da Yakuza.
A máfia Yakuza é um grupo organizado do crime japonês com uma história que remonta a mais de 300 anos. Desde o início, seus membros chamavam a atenção das autoridades locais por suas roupas distintas, cortes de cabelo peculiares e comportamento perante a sociedade japonesa da época.
A Yakuza foi fundada em 1612 por um grupo de jogadores de azar na cidade de Edo, onde nos dias de hoje é conhecida como Tóquio a capital do Japão. Inicialmente, o grupo foi criado para proteger os próprios jogadores de azar de extorsões e a intimidação por parte das autoridades locais. No entanto, com o tempo, a Yakuza se transformou em uma organização criminosa poderosa que se envolvia em várias atividades ilegais, incluindo extorsão, jogo ilegal, prostituição e tráfico de drogas.
Os membros da Yakuza se distinguem por suas tatuagens corporais elaboradas, conhecidas como irezumi, que muitas vezes cobrem todo o corpo. Essas tatuagens são consideradas uma forma de arte no Japão, mas também são associadas à criminalidade e à Yakuza. Além disso, os membros da Yakuza são conhecidos por seguir um conjunto estrito de regras e tradições, muitas das quais remontam aos primeiros dias da organização.
Apesar de ser uma organização criminosa, a Yakuza também tem uma presença significativa na sociedade japonesa. Eles muitas vezes estão envolvidos em negócios legítimos, como construção e imobiliário, e oferecem proteção e serviços a pessoas comuns. A Yakuza também é conhecida por ter uma estrutura hierárquica rígida, com líderes poderosos e membros de base que seguem suas ordens.
Apesar de ser uma presença onipresente na sociedade japonesa, a Yakuza enfrenta cada vez mais pressão das autoridades locais e internacionais. Nos últimos anos, o governo japonês tomou medidas para reprimir a atividade da Yakuza, incluindo a aprovação de uma lei que torna ilegal fazer negócios com a organização. No entanto, muitos argumentam que a Yakuza é uma parte integrante da sociedade japonesa e que suas raízes profundas tornam difícil erradicá-la completamente.
Sobre Bneten Kozo e sua vida no mundo do crime.
Benten Kozo é um personagem icônico do teatro Kabuki, uma forma tradicional de teatro japonês que remonta ao início do século XVII. A peça em questão é dedicada a uma gangue de cinco ladrões reais da cidade de Osaka durante o período Edo em meados de 1612, os membros se chamavam de Karigane Bunshichi, An no Heibei, Gokuin Sen’emon, Kaminari Shōkurō e Hotei Ichiemon. O personagem principal, Benten Kozo, é conhecido como um gizoku ou “ladrão honrado”, que lidera um grupo de indivíduos inteligentes e astutos para praticar suas atividades ilegais.
O nome “Benten Kozo” significa “o jovem monge de Benten”, em referência à deusa da música e da literatura, Benzaiten, que também é conhecida como Benten. Embora a peça seja baseada em eventos reais, o personagem de Benten Kozo é acreditado por muitos como sendo baseado em um servo do templo Iwamoto-in em Enoshima Island, que era dedicado à deusa Benzaiten.
A história de Benten Kozo é uma das mais populares no teatro Kabuki, e a peça é frequentemente apresentada em todo o Japão. A peça retrata a vida dos ladrões honrados da época e mostra sua coragem, lealdade e habilidade para enganar e ludibriar seus inimigos. A personagem de Benten Kozo é especialmente popular entre o público devido à sua personalidade cativante e à sua habilidade de liderar o grupo de ladrões.
Embora a história de Benten Kozo seja um reflexo da sociedade japonesa durante o período Edo, a peça continua a ser uma das mais amadas e respeitadas do teatro Kabuki. É uma obra que retrata a vida de ladrões honrados, e que continua a ser um dos símbolos culturais mais importantes do Japão.
Benten Kozô Kikunosuke era um jovem bonito e filho de um rico comerciante, mas ele não se sentia realizado com a vida que lhe era proporcionada. Sendo assim, decidiu fugir muito jovem para aproveitar a vida selvagem de um fora da lei se tornando umas especie de Robin Hood Japonês.
A história é conhecida por vários títulos, como Shiranami Gonin Otoko, que significa “Cinco homens em ondas brancas”, onde shiranami é um termo para ladrões.
Um dos aspectos mais famosos da peça são os discursos proferidos por Kozō e seus compatriotas quando eles dramaticamente removem seus disfarces e revelam suas verdadeiras identidades. A peça é uma representação cativante de uma época que um grupo de pessoas marginalizadas pela sociedade japonesa. Com suas cenas mostrando suas tatuagem atrai a atenção do público, os personagens são complexos, Benten Kozo por muitos anos continua a ser um clássico do teatro kabuki do Japão.
Além de sua história fascinante, a peça também é famosa por suas cenas que mostram a tatuagem como um tipo de instrumento de proteção para intimidar os oponentes. Na peça, Benten Kozo possui tatuagens impressionantes pelo corpo, o que torna toda a trama ainda mais intrigante. Essas cenas de tatuagem se tornaram tão populares que inspiraram muitas pessoas no Japão a se tatuar também até os dias de hoje.
Sobre umas das cenas mais famosas da peça
Benten Kozô mesmo sendo filho de um rico comerciante ele não se sentia realizado com a vida que lhe era proporcionada. Sendo assim, decidiu fugir quando era ainda muito jovem para poder aproveitar a vida, ele quiz desfrutar de selvagem e se tornar um fora da lei para viver perigosas aventuras.
Muitos anos se passaram e Benten e Nangô Rikimaru, outro membro da gangue, planejam extorquir dinheiro do dono de uma loja de tecidos chamada de Hamamatsu-ya. Para isso, Benten se disfarça de uma jovem do alto escalão, enquanto Rikimaru finge ser seu criado para dar cobertura no assalto.
Ao chegarem na loja, eles são recebidos calorosamente pelo gerente e por todos empregados da loja. Então são mostrados rolos de seda adequados para roupas de casamento, mas Benten finge não estar satisfeito com eles. Em um momento oportuno, ele secretamente coloca um pedaço de tecido no feixe, para depois recuperá-lo e escondê-lo em seu quimono. Infelizmente, um dos balconistas percebe a ação e uma briga se inicia, durante a qual Benten acaba sendo ferido na testa pelo gerente do estabelecimento.
Rikimaru, como escolta de Benten, faz a mediação entre eles, mostrando o recibo de outra loja e provando que o material não vinha de Hamamatsu-ya. Primeiro, chega Sônosuke, genro da dona da loja, e ouve a história. Em seguida, Kôbê, o dono, aparece e, por fim, um vizinho chamado Seji tenta mediar a situação, mas foi tudo em vão.
Rikimaru exige uma compensação de 100 ryô ( dinheiro da epoca) pelo ferimento na testa Benten, após algumas barganhas, Kôbê é obrigado a pagar. Mesmo que Benten tenha conseguido o que queria, ele se depara com as consequências de suas ações e percebe que a vida de fora da lei não é tão fácil quanto imaginava.
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KOMAINU ( 狛犬 ) A tatuagem dos cães leão guardiões
Komainu é uma criatura da mitologia que se assemelha a um leão. Em inglês eles são chamados de FooDog. Geralmente são estátuas colocadas em pares, posicionadas na entrada de santuários e templos, sempre uma no lados esquerdo e outra no lado direito. Elas também podem ser encontradas dentro do santuário protegendo o Honden (santuários xintoístas), ou até mesmo em ruas de grande comércio e também em jardins públicos.
Os Komainu foram trazidos ao Japão durante o período Asuka, originalmente como um leão, sem diferença entre as figuras da esquerda e da direita. No entanto, no período Heian, começaram a aparecer pares de estátuas de leão e komainu com aparências distintas. Desde então, apenas o cão é estritamente chamado de ‘komainu’, embora hoje em dia seja comum se referir aos dois juntos. Essas estátuas são consideradas protetoras e desempenham um papel importante na defesa dos santuários e templos contra o mal e a energia negativa.
Características:
A origem das estátuas de Komainu é um leão estilizado que se originou na Pérsia e na Índia. Essa figura também é vista nas estátuas de leões que protegem áreas sagradas no antigo Egito e na Mesopotâmia. No Meiji Jingu, o Komainu é uma estátua de um leão cuja origem remonta ao antigo Oriente da Índia. Nos países do antigo Oriente, havia uma tendência de usar leões como objetos sagrados, divindades e guardiões do trono, e a esfinge é um bom exemplo disso.
Durante a dinastia Tang, acredita-se que os leões da China tenham sido trazidos para o Japão juntamente com o budismo. Embora não esteja claro quando o Komainu foi introduzido, uma teoria sugere que os japoneses mal interpretaram uma criatura de forma estranha como um cachorro e a introduziram no Japão, razão pela qual ela passou a ser chamada de Komainu. Existem várias teorias sobre a origem da palavra “komainu”, incluindo uma que sugere que ela passou a ser chamada de “koma-inu” porque era usada para afastar os maus espíritos.
As estátuas de Komainu eram originalmente colocadas em ambos os lados da entrada de templos e pagodes, tendo a forma de um leão ou cachorro grande, como visto nas esculturas nas paredes do pagode de cinco andares do Templo Horyuji na província de Nara.
Alguns Komainu são representados com chifres, o que gerou várias teorias sobre sua origem. De acordo com Takuzo Yoshimura, um veterinário, o caractere “兕” na palavra “komainu” se refere a um unicórnio que se assemelha a um búfalo d’água, cuja verdadeira identidade é desconhecida. Este animal tem pele dura o suficiente para ser usada como uma armadura, e seus chifres são supostamente já foram usados para fazer copos de beber saquê. Outra teoria é que o “兕” na palavra “komainu” se refere a um cão de guarda.
Leão Agata no Templo Ninnaji e Komainu sem forma no Templo Ninna-ji são exemplos da presença de leões e komainu em templos e santuários no Japão. De acordo com o “Utsuho Monogatari”, queimadores de incenso foram anexados aos “quatro grandes Shirogane Komainu” e colocados nos quatro cantos da corte imperial no período Heian. Além disso, uma combinação de leões e komainu aparece como mobília em obras literárias como “Makura no Soshi” e “Eiga Monogatari”.
Tanto o “Kinhisho” quanto o “Ruijuzayosho” afirmam que o leão é colocado à esquerda e o komainu à direita. Embora existam leões semelhantes ou komainu na China e na Coreia, a forma de A e Un é uma característica frequentemente vista no Japão, refletindo a visão do budismo. Em geral, a estátua do leão do lado direito é chamada de “Agyo” com a boca aberta, e a estátua do komainu do lado esquerdo é chamada de “Ungyo” com a boca fechada.
Desde a segunda metade do período Kamakura, estilos simplificados começaram a aparecer, e a maioria das estátuas feitas após o período Showa não tem chifres nos lados esquerdo e direito e não há diferença na aparência, exceto pela forma como a boca se abre. Essas estátuas deveriam originalmente ser chamadas de ‘Shishi’, mas hoje, ambas as estátuas são frequentemente chamadas coletivamente de ‘Komainu’.
Atualmente, a presença ou ausência de leões e komainu varia de santuário para santuário. Cerca de metade dos santuários na cidade de Kyoto e em toda província têm komainu. A maioria dos komainu que podem ser vistos nos arredores de templos e santuários em vários lugares é feita de pedra, mas também existem estátuas de metal e cerâmica. Exemplos de leões de madeira e komainu incluem o Templo Yakushi-ji na Prefeitura de Nara, Santuário Yasuigaoka Hachimangu, Santuário Taiho-jinja na Prefeitura de Shiga, Templo Kozan-ji na Prefeitura de Kyoto e Santuário Itsukushima-jinja na Prefeitura de Hiroshima, todos bens culturais importantes.
Um exemplo antigo feito de pedra é um par de estátuas colocadas no portão Nandaimon do Templo Todaiji na Província de Nara, chamado de ‘Karajishi’, cujo estilo foi recentemente introduzido no Japão na Dinastia Song. Embora objetos usados como móveis, como o Michōdai na Corte Imperial, fossem feitos de metal, as estátuas de leões e Komainu foram colocadas dentro de casa, desempenhando um papel na proteção dos deuses e Buda.
Cães leão guardiões em templo de Hsipaw, Myanmar -
NINGYO: A SEREIA DO JAPÃO-TATUAGEM JAPONESA.
Esqueça tudo o que as histórias infantis te ensinaram sobre lindas sereias, porque o Ningyo japonês não é uma encantadora cantora. Pelo contrário, o Ningyo é mais parecido com um peixe do que com um humano em aparência, com escamas douradas, dedos longos e garras muito afiadas.
Os antigos pescadores do Japão acreditavam que se alguém conseguisse capturar com sucesso um Ningyo e se alimentar de sua carne, seria concedida a vida eterna, o que levou muitos pescadores imprudentes a tentar capturá-lo. No entanto, se não conseguissem capturar um Ningyo, poderiam ser amaldiçoados por toda a vida e sua vila inteira poderia ser varrida por uma grande onda ou tsunami. Da mesma forma, capturar um Ningyo acidentalmente em uma rede também é um presságio de má sorte, então qualquer Ningyo capturado deve ser devolvido ao mar imediatamente.
O Ningyo é uma criatura lendária da mitologia japonesa que se assemelha a uma sereia ou Tritão, mas com algumas diferenças marcantes em relação à imagem ocidental dessas criaturas. Ao contrário das sereias ocidentais, que são frequentemente retratadas como seres bonitos e benevolentes, o Ningyo é considerado um ser perigoso e muitas vezes associado a desastres naturais.
Além de sua aparência fisicamente diferente, como mencionado anteriormente, o Ningyo é também conhecido por possuir propriedades místicas e mágicas. Segundo a lenda, a carne de um Ningyo pode conceder a imortalidade, tornando-a altamente valiosa e cobiçada. No entanto, capturar um Ningyo não é fácil e é considerado perigoso e arriscado, como mencionado anteriormente.
A lenda do Ningyo tem sido uma parte importante da cultura japonesa há séculos, com muitas histórias, contos e artefatos relacionados a essa criatura lendária. A imagem do Ningyo pode ser vista em muitas formas de arte japonesa, incluindo pinturas, esculturas, tatuagens e desenhos animados. Sua presença na cultura japonesa é tão significativa que existem muitos festivais e celebrações em sua homenagem em todo o Japão.
Ningyo em tatuagens tradicionais japonesas?
Embora o Ningyo seja uma figura importante na mitologia e cultura japonesas, não é necessariamente uma imagem comum em tatuagens tradicionais japonesas, conhecidas como irezumi. As tatuagens japonesas tradicionais costumam apresentar figuras como dragões, carpa koi, tigres, flores de cerejeira entre outros elementos icônicos.
No entanto, é possível que o Ningyo seja usado como uma figura em tatuagens japonesas modernas, especialmente para pessoas que querem uma tatuagem que represente a cultura japonesa e suas lendas mitológicas. Como mencionado anteriormente, o Ningyo tem uma rica história na mitologia e arte japonesas e, como tal, pode ser uma escolha interessante e única para uma tatuagem. Mas é importante notar que a escolha de imagens para tatuagens é altamente pessoal e depende inteiramente da preferência individual.
Ningyo ou tamatori?
O Tamatori e o Ningyo são dois personagens diferentes da mitologia japonesa.
O Tamatori é um conto sobre uma princesa dragão do mar que carrega uma jóia mágica em sua boca. Um caçador é contratado para roubar a jóia, e ele consegue alcançá-la ao perseguir a princesa através do oceano. No entanto, durante a fuga, a princesa dragão transforma-se em uma mulher e o caçador se apaixona por ela, ajudando-a a escapar de outros caçadores que a perseguem. Ao final da história, o caçador é recompensado com a jóia mágica.
Por outro lado, como mencionado anteriormente, o Ningyo é uma criatura lendária da mitologia japonesa que se assemelha a uma sereia ou tritão, mas com algumas diferenças marcantes em relação à imagem ocidental dessas criaturas. O Ningyo é frequentemente retratado como um ser perigoso e muitas vezes associado a desastres naturais.
Ambos os contos são importantes na mitologia japonesa e têm um significado cultural significativo, mas são histórias e personagens distintos.
Ningyo como poderia ser traduzido?
O Ningyo, que se traduzir seria literalmente como “peixe humano” (também conhecido como “gyojin”, que significa “peixe humano”, ou “hangyo-jin”, que significa “humano meio-peixe”) a criatura da mitologia japonesa que é comparável às sereias das lendas ocidentais. Apesar da semelhança no conceito, ou seja, o ningyo e a sereia são criaturas com partes do corpo terrestre e marinho, essas duas entidades são na verdade bastante diferentes.
Além dos seres conhecidos como Ningyo, a mitologia japonesa também apresenta outros espíritos relacionados às sereias. Um exemplo é o Ayakashi, um tipo de youkai (espírito ou demônio) que pode se manifestar como uma bela mulher ou como uma criatura meio peixe. Esses espíritos são conhecidos por atrair os homens para o fundo do mar e por sua habilidade de prever o futuro.
Outro espírito relacionado às sereias é o Nure-onna, que significa “mulher molhada”. Essa criatura é geralmente descrita como uma mulher com a parte superior do corpo humano e a inferior de uma serpente marinha. Ela é conhecida por atacar viajantes solitários na beira do mar e por matar com um golpe de sua língua venenosa.
Outro youkai relacionado às sereias é o Kappa, uma criatura aquática com características semelhantes às de um macaco. Ele é conhecido por sequestrar crianças e animais de estimação, e também por afogar pessoas e animais que nadam em rios ou lagos. O Kappa é frequentemente retratado com uma tigela de água na cabeça, que contém a fonte de seu poder. Se essa tigela for derrubada, o Kappa ficará enfraquecido e vulnerável.