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DARUMA: O BONECO DA SORTE JAPONÊS MAIS POPULAR EM TATUAGENS
“O Daruma: o boneco japonês que traz proteção, sorte e realiza desejos!”
Você já ouviu falar do Daruma? Se não, prepare-se para conhecer um boneco incrível que é considerado um símbolo de proteção, sorte e realização de desejos no Japão. O Daruma, também conhecido como “だるま” em japonês, é um típico boneco japonês que é dado como presente com o objetivo de trazer bons presságios e ajudar a alcançar metas.
Mas de onde vem o nome Daruma? A palavra “Daruma” tem sua origem na pronúncia japonesa da palavra “Dharma”. E aqui vem uma história fascinante que envolve um monge indiano chamado Bodhidharma, o fundador do budismo Zen. Conta-se que, para não dormir enquanto meditava, Bodhidharma arrancou suas próprias pálpebras e meditou por longos e exaustivos 9 anos. Essa atitude extrema e determinada inspirou a criação do boneco Daruma.
O Daruma é um boneco redondo, sem braços nem pernas, com uma aparência cativante e expressiva. Ele é geralmente feito de papel machê e pintado à mão, com cores vivas e vibrantes. O mais interessante é que o Daruma é pintado com apenas um olho preto, enquanto o outro olho é deixado em branco. Isso simboliza a jornada de alcançar um objetivo ou realizar um desejo. Ao receber o Daruma, a pessoa faz um desejo e pinta o primeiro olho como um sinal de comprometimento. O olho em branco representa o objetivo ainda não alcançado.
A tradição é a seguinte: quando você recebe um Daruma, você coloca o boneco em um local visível e se concentra em seu desejo ou meta. A cada vez que você faz progresso em direção à realização do seu desejo, você pinta o segundo olho do Daruma. É um lembrete constante de seu objetivo e um incentivo para continuar avançando. Quando o Daruma finalmente tem os dois olhos pintados, isso significa que seu desejo foi realizado ou sua meta foi alcançada!
Além de ser um objeto de sorte e realização, o Daruma também é conhecido por sua resiliência. Devido à sua forma arredondada, ele sempre volta à posição vertical quando é derrubado. Isso é um símbolo de perseverança e otimismo diante dos obstáculos da vida. O Daruma nos lembra que, mesmo quando enfrentamos adversidades, devemos nos levantar e continuar lutando.
Você pode encontrar o Daruma em lojas e templos por todo o Japão, especialmente durante o Ano Novo, quando é comum as pessoas adquirirem um novo Daruma para simbolizar um novo começo e estabelecer novos objetivos.
Então, da próxima vez que você estiver pensando em realizar um desejo ou perseguir um objetivo, lembre-se do Daruma. Esse pequeno boneco japonês não só trará sorte e proteção, mas também será um companheiro resiliente em sua jornada. Pinte um olho, concentre-se em sua meta e não
Monge Bodhidharma Falando sobre a popularidade do Daruma entre os amantes de tatuagem, bem como a tendência dos estrangeiros e turistas em se tatuar com o Daruma no Japão:
No mundo da tatuagem, o Daruma ganhou uma popularidade crescente entre os amantes dessa forma de arte corporal. Sua forma única e seu significado cativante tornam o Daruma uma escolha interessante para aqueles que desejam expressar sua determinação, perseverança e busca por objetivos em forma de tatuagem.
No entanto, é importante ressaltar que a prática de tatuar o Daruma não é tão comum entre os japoneses nativos. O Daruma nao e uma imagem que atraia muito o japoneses, vale a pena lembrar que a cultura das tatuagens ainda carrega um estigma social, sendo muitas vezes associada a membros da máfia japonesa, conhecida como Yakuza. Por essa razão, os japoneses tendem a evitar tatuagens visíveis, especialmente em locais como o local de trabalho.
Curiosamente, são os turistas e estrangeiros que frequentemente procuram se tatuar com o Daruma no Japão. Eles são atraídos pela forma única do boneco e pelo significado por trás dele, encontrando na tatuagem do Daruma uma forma de celebrar sua viagem ao Japão, bem como incorporar sua própria jornada de busca por objetivos e boa sorte.
Os tatuadores especializados em tatuagens japonesas e tradicionais estão cada vez mais familiarizados com os pedidos de tatuagens do Daruma, adaptando sua arte para capturar a essência desse boneco tão simbólico. Eles criam belas e intricadas representações do Daruma em tatuagens, muitas vezes combinando-o com outros elementos da cultura japonesa, como flores de cerejeira, peônia, ondas e o fundo tradicional de tatuagens japonesa.
Essas tatuagens do Daruma tornam-se uma forma pessoal e artística de expressar a coragem, a perseverança e a busca por objetivos na vida. Para os estrangeiros que se tatuam com o Daruma, essa tatuagem se torna um lembrete duradouro de sua conexão com a cultura japonesa e das lições que o Daruma ensina sobre a importância de nunca desistir.
Então, se você está pensando em se tatuar com o Daruma, esteja ciente de que você estará incorporando um símbolo tradicionalmente apreciado por sua forma e significado cativante. Lembre-se de respeitar a cultura e as tradições japonesas ao se tatuar no Japão, e aproveite a oportunidade de celebrar sua própria jornada de conquistas e desejos realizados enquanto carrega um pedacinho da cultura japonesa consigo.
Além dessas características, o boneco possui uma sobrancelha relacionada as aves grou e uma barba relacionada a tartaruga, ambos possuem um significado muito forte com relação à longevidade.
Ilustração por Toshio Shimada Texto por Rafael Lucente
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Tigre na cultura asiática (上山虎)
A cultura asiática é mundialmente conhecida por sua riqueza de histórias, lendas e significados. Além de criaturas mágicas, demônios e divindades, destacam-se também os animais, como é o caso do tigre.
O tigre (虎 – tora) é considerado um animal divino pelos povos asiáticos e o supremo animal terrestre, sendo um dos 4 animais sagrados ao lado da fênix, tartaruga negra e o dragão.
O tigre é um animal extremamente feroz, imponente e belo, além de estar no topo da sua cadeia alimentar. Essas características fazem com que as tatuagens de tigres estejam associadas à força, coragem, beleza e poder.
Na crença budista, o tigre representa a fé, a força espiritual e a disciplina. Já para povos chineses, está mais associado a realeza, especialmente se tratando do tigre siberiano (tigre branco)
O tigre branco (Byakko) simboliza o outono e o elemento metal e na cultura chinesa, seria o guardião do ponto cardeal oeste.
Além de todos os significados positivos, o tigre também pode representar a ira e a vingança, de modo que alguns demônios são retratados usando trajes feitos de pele de tigre.
Na tatuagem em geral, o tigre costuma aparecer associado ao dragão, ou como peça principal da tatuagem, tendo flores como sakura ou rosas como fundo da composição.
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Tatuagem Tibetana: simbolismo através do espiritualismo
O Tibete é uma região mística e cheia de simbolismos espirituais, linguísticos e político. Localizado no planalto da Ásia, ao norte da cordilheira do Himalaia é considerado um dos lugares mais altos do mundo, com uma elevação que chega a ser de 4.900 metros de altitude, sendo chamado por muitos de “teto do mundo”.
A história do Tibete começa a mais ou menos 2.100 anos atrás após uma dinastia militar fixar-se no território que passou a ser comandada pelo Imperador Songtsen Gampo. Após a conquista do território, Songtsen começou a transformar a civilização (que até então era um feudo) em um Império. Seu “reinado” durou até o ano 701, porém trouxe avanços importantes como a criação do alfabeto Tibetano, a criação do sistema legal, o livre exercício religioso do budismo, além de construir diversos templos. Durante toda sua história o Tibete foi um território disputado e desde 2000, o local é considerado patrimônio mundial da humanidade pela UNESCO.
Por ser uma região recheada de contextos simbólicos, muita gente vê sua cultura como inspiração e escolhe gravar na pele seus símbolos, mantras e suas escritas. Para isso, é preciso saber um pouco sobre o alfabeto tibetano e seus significados para não tatuar algo sem sentido ou inexistente.
O Alfabeto Tibetano
O alfabeto tibetano foi composto no século VII pela tradução de textos sagrados do budismo. Derivado das escritas cursivas (Brahmi) utilizadas na Índia Central foi composto com um manifesto apurado de simplificação, graças a um rigoroso conhecimento da fonética. Atualmente, existem dois estilos diferentes da escrita tibetana.
A primeira escrita é a “dbu” comumente impressa em jornais, livros etc.
As consoantes são chamadas de “gsal byed” (sal je). As letras são mostradas na transcrição “Wylie”, isto é, uma representação das letras tibetanas na escrita romana (em inglês) mostrando exatamente como a palavra tibetana é soletrada ou dita na escrita tibetana.A segunda escrita é derivada de um dialeto tibetano, mas não reflete a pronúncia mais comum no Lhasa Tibetano. Cada letra é seguida por um pequeno ponto, isto representa o final da sílaba.
Simbolismo por trás das Tatuagem Tibetana
Existem muitos mantras com diferentes sentidos e significados, não só na tradição budista tibetana, assim como as tradições e idiomas de origem asiática (chinês, japonês e tailandês, por exemplo).
O budismo tibetano é classificado como Vajrayana (sânscrito: “caminho do diamante”), tradição que surgiu entre iogues indianos, provavelmente a partir do século IV, como uma linha mahayana com mais meios para se chegar à realização — por exemplo, recitação de mantras, visualizações e meditações elaboradas.
Para tatuar um mantra, palavra ou frase na linguagem tibetana é interessante ter um conhecimento maior do que o mantra representa e um pouco sobre sua origem e significado mais profundo. Há muitos recursos na Internet que explicam sobre os mantras como, por exemplo, o site Visible Mantra ou cursos de caligrafia tibetana.
A escrita tibetana carrega uma forte expressão religiosa/espiritual e esses mantras ou palavras sagradas devem ser respeitados quando se trata de manter a sua originalidade, e o próprio significado da tatuagem.
Muitas pessoas acreditam que o corpo é nosso templo, e alguns especialistas aconselham tatuar os mantras, palavras sagradas ou algum outro desenho com a caligrafia tibetana, na parte superior do corpo, sempre acima da linha da cintura. Outra dica é tomar cuidado para não tatuar as letras de trás para frente ou de cabeça para baixo. Também não é aconselhável colocar as tatuagens próximas às axilas, nádegas ou nas regiões genitais.
Além dos mantras, outros símbolos tibetanos são utilizados na tatuagem, como a caveira Kapala e a divindade Mahakala – O senhor do tempo, que já foram citados aqui no blog.
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Hachikō – O cão fiel
Hachikō ( ハチ公) é o nome de um cão muito famoso no Japão, que por sua história comovente se tornou mundialmente conhecido e lembrado até hoje.
Pertencente à raça Akita, nasceu em 10 de novembro de 1923 e foi trazido para Tóquio 1 ano depois, por Hidesaburo Ueno, um professor da Universidade de Tóquio e grande amante de cães em geral.
Fotografia de Hachiko Hachi, como também era chamado , acompanhava seu dono todos os dias até a estação de Shibuya – Tóquio, e retornava mais tarde quando o professor Ueno voltava da Universidade, fato que na época já chamava atenção de algumas pessoas da região.
Após 1 ano e 4 meses na mesma rotina, no dia 21 de maio de 1925, professor Ueno teve um derrame na Universidade e nunca mais voltou. Pelas histórias contadas, na noite do velório, Hachi chegou a quebrar janelas para atravessar e ficar deitado próximo a seu falecido dono.
Com a morte do professor Ueno, Hachi foi levado para Asasuka, porém diversas vezes fugia da casa em que estava e ia para sua casa em Shibuya esperar seu dono. Mesmo depois de 1 ano, ainda sem se adaptar, Hachi foi doado ao ex jardineiro do professor Ueno, mas continuava fugindo em direção a sua antiga casa. Quando percebeu que seu dono não morava mais naquela casa, passou a esperá-lo todos os dias na estação de Shibuya e assim foi por quase 10 anos. Obviamente, ao longo desse período comoveu as pessoas que passavam diariamente por lá, e estas por sua vez, passaram a deixar alimentos para ajudá-lo.
Cruzamento de Shibuya (Foto por Rafael Lucente) Em 8 de março de 1935, aos 11 anos de idade, Hachiko faleceu por complicações de uma doença que já possuía, foi então declarado um dia de luto no Japão. Hachi foi enterrado na sepultura de seu dono, e os dois puderam finalmente descansar juntos.
Hachiko recebeu diversas homenagens, uma delas foi a construção de uma estátua ao lado da estação de Shibuya, local que hoje é muito visitados por japoneses e turistas em geral. Além disso sua história foi inspiração para o filme japonês Hachiko Monogatari, lançado em 1987 e para uma versão americana, lançada em 2009, chamada Hachiko:a Dog´s story (Sempre ao Seu Lado) com Richard Gere no papel principal.
Estátua de Hachiko (foto por Rafael Lucente) Até hoje, todo dia 8 de março, é realizada uma celebração em Shibuya em homenagem à toda lealdade e fidelidade de Hachi com seu dono.
Texto por Rafael Lucente.