Técnica Tebori Tatuagem

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    História do Tatuagem – The Rock of Ages

    The Rock of Ages é uma imagem religiosa clássica que tem sido aplicada como uma tatuagem centenas, se não milhares de vezes em todo o mundo. A imagem icónica é facilmente identificável e a sua forma é perfeitamente aplicada a um antebraço, a uma coxa ou a um dorso total.

    Trabalho feito por Percy Walters, Rock of Ages, 1920-1930 Imagem do livro Modern Primitives

    O nome Rock of Ages vem de um hino escrito em 1763, quando um reverendo de Somerset foi pego em uma tempestade, e encontrou refúgio em um buraco no desfiladeiro por onde passava.

    Não foi por mais 100 anos até que a representação visual do Rock of Ages que conhecemos tomou forma. Na década de 1860, Johannes Oertel pintou um quadro intitulado “Salvo, ou uma representação emblemática da fé cristã”, que foi amplamente reproduzido com o título “Rock of Ages”.

    A imagem se prestava perfeitamente à tatuagem, com seu tema naval dramático, mulher bonita e simbolismo religioso. A forma da imagem significava que ela poderia ser aplicada perfeitamente em muitas áreas do corpo, seja uma pequena tatuagem no antebraço ou um backpiece completo com uma moldura. É difícil dizer quando essa imagem foi tatuada pela primeira vez, mas a imagem foi criada por muitos tatuadores, incluindo Samuel O’Reilly por volta do final do século XIX.

    Rock of Ages pintado por Bert Grimm.

    Muitas vezes você verá litografias antigas da imagem em lojas de antiguidades e nas paredes de lojas de tatuagem em muitas formas diferentes. Às vezes, haverá mais de uma pessoa na cena, muitas vezes com um navio afundando ao fundo e, às vezes, a cena em terra. Há muitos significados que podem ser dados à imagem, sendo o mais óbvio que sua fé o manterá seguro em tempos difíceis.

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    Golden Week – Semana dourada

    O Japão é um dos países com mais feriados ao longo do ano, isso se deve principalmente pelo fato de não existirem férias remuneradas de 30 dias, como no Brasil e em outros países. Esses diversos feriados são espalhados ao longo do ano, mas determinadas datas acabam sendo próximas um das outras, originando 3 grandes feriados prolongados:

    • O feriado do ano novo, que engloba o Oshougatsu, data extremamente importante na cultua japonesa.
    • O feriado de verão, (Natsu Yasumi), onde as pessoas aproveitam para fazer mais passeios ao ar livre, visitar parques e praias, devido ao calor da época;
    • E a semana dourada – Golden Week: semana que engloba vários feriados nacionais e que tem início agora, entre final de abril e começo de maio.

    A Golden Week é composta por várias datas de suma importância no calendário japonês, são elas:

    • Dia 29 de abril –  dia de Showa, data na qual era o aniversário do Imperador Showa (que foi o 124° Imperador japonês e que teve o maior reinado de todos, sendo símbolo do crescimento do Japão como potência mundial);

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    Imperador Showa

    • Dia 3 de maioKenpo Kinenbi (憲法記念日) , dia da constituição japonesa, que entrou em vigor dia 3 de maio de 1947, substituindo o antigo regulamento da era Meiji. Nesta data as portas do Kokkai Gijido – Palácio do Parlamento Japonês são abertas ao público, e é costume da população refletir sobre as leis japonesas e a democracia em geral;

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    Kokkai Gijido

    • Dia 4 de maio –  Midori no Hi (みどりの日), é o dia do Verde, é uma data propícia para visitar um parque em família, realizar atividades relacionadas ao respeito à natureza. Vários voluntários se disponibilizam a plantar árvores, ministrar palestras e oficinas ligadas à prática da educação ambiental e sustentabilidade;

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    • Dia 5 de maio – Kodomo no Hi (こどもの日), é o dia da criança, data para celebrar a felicidade  das crianças, em especial dos meninos, faz parte da tradição colocar bandeiras em formato de carpas penduradas ao redor das residências, a carpa (Koi) tem uma grande importância dentro da cultura japonesa, sendo mencionada em várias lendas e relacionada com a boa sorte.

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    Koinobori

    Além dessas datas especiais, a Golden Week marca o fim do inverno, época do Hanami, período onde as tradicionais cerejeiras (Sakuras), tem o ápice de seu florescimento, proporcionando um período de beleza única e ideal para contemplação da natureza.

     

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    Hanami

    Texto por Rafael Lucente

     

     

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    Gueixas – as especialistas nas artes

    As gueixas (芸者) são mulheres japonesas que se dedicaram em estudar e se especializar nas diversas artes relacionadas ao Japão, como a música, poesia e a dança.

    Seu papel era extremamente importante na sociedade japonesa, atuando mais ativamente na parte do entretenimento de festas ou ocasiões especiais e NÃO estão relacionadas a serviços sexuais, como é o pensamento de muitas pessoas no Ocidente.

    Gueixa

    Para atingirem esse posto de “guardiãs” da vasta cultura Japonesa, as gueixas ou Geiko (芸子)  como também são conhecidas, passam por rigorosos treinamentos, que além de durarem muitos anos, custavam muito caro, ao passo que muitas vezes, a gueixa possuía um danna (uma espécie de patrocinador) que financiava os estudos da até então maiko, nome utilizado para as aprendizes de gueixa. Todo esse aperfeiçoamento era feito em lugares conhecidos por  oki-ya e se iniciava antes da mulher completar 18 anos.

    Além de dominarem diversos tipos de danças e origamis, as gueixas também sabiam tocar alguns instrumentos, como o  shamisen, que foi obrigatório para todas as gueixas durante um certo período. Junto com o treinamento, vinham normas de etiqueta, postura e conhecimentos sobre vestuário e maquiagens, que eram um grande diferencial das gueixas e se caracterizava por:

    • Pele branca – graças a grandes quantidades de maquiagem branca, as gueixas apresentavam o rosto em tons bem claros, o que reforçava o fato de serem consideradas símbolos de beleza; Este processo era extremamente cuidadoso, realizado pela onee-san  (irmã mais velha) ou pela  okaa-san (“mãe”) e durava cerca de 2 horas. Originalmente, esse tipo de cosmético era a base de chumbo, que é tóxico, prejudicando a saúde e podendo até causar manchas amareladas na pele;
    • Cabelo – outra característica marcante das gueixas era seu penteado, em alguns momentos da história era utilizado o cabelo longo, porém o tipo de penteado que mais está associado a elas é um tipo de coque chamado shimada e possui algumas variações, como o shimada taka (um coque mais alto)  e o shimada tsubushi, um coque mais achatado. Já as aprendizes maiko, usavam o uiwata, coque com um pedaço de algodão colorido no formato de uma metade de pêssego;
    • Vestimentas – o traje usado pelas gueixas era o quimono, que poderia ter diferentes cores dependendo da ocasião ou até mesmo da estação do ano, as maiko também usavam quimonos, porém as mesmas usavam vestimentas de cores vermelhas ou rosadas, e seus quimonos possuíam mangas mais longas, o que ajudava a diferenciar uma gueixa mais experiente de uma aprendiz.

    Maiko

    Em geral a mulher que pretendia se tornar gueixa deveria dedicar sua vida toda a isso, abrindo mão por exemplo de ter um marido e filhos, o que tornava ainda mais difícil e valorizava ainda mais esse grande posto na sociedade. Tema muito utilizado em tatuagens asiáticas, as gueixas se tornaram símbolo de beleza e dedicação, tanto na Ásia como no ocidente, inspirando vários contos e livros, como o caso de “Memórias de uma gueixa” que acabou se tornando filme e sendo sucesso mundial.

    Texto por Rafael Lucente.

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    Imagem do filme “Memórias de uma gueixa”

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    DARUMA: O BONECO DA SORTE JAPONÊS MAIS POPULAR EM TATUAGENS

    “O Daruma: o boneco japonês que traz proteção, sorte e realiza desejos!”

    Você já ouviu falar do Daruma? Se não, prepare-se para conhecer um boneco incrível que é considerado um símbolo de proteção, sorte e realização de desejos no Japão. O Daruma, também conhecido como “だるま” em japonês, é um típico boneco japonês que é dado como presente com o objetivo de trazer bons presságios e ajudar a alcançar metas.

    Mas de onde vem o nome Daruma? A palavra “Daruma” tem sua origem na pronúncia japonesa da palavra “Dharma”. E aqui vem uma história fascinante que envolve um monge indiano chamado Bodhidharma, o fundador do budismo Zen. Conta-se que, para não dormir enquanto meditava, Bodhidharma arrancou suas próprias pálpebras e meditou por longos e exaustivos 9 anos. Essa atitude extrema e determinada inspirou a criação do boneco Daruma.

    O Daruma é um boneco redondo, sem braços nem pernas, com uma aparência cativante e expressiva. Ele é geralmente feito de papel machê e pintado à mão, com cores vivas e vibrantes. O mais interessante é que o Daruma é pintado com apenas um olho preto, enquanto o outro olho é deixado em branco. Isso simboliza a jornada de alcançar um objetivo ou realizar um desejo. Ao receber o Daruma, a pessoa faz um desejo e pinta o primeiro olho como um sinal de comprometimento. O olho em branco representa o objetivo ainda não alcançado.

    A tradição é a seguinte: quando você recebe um Daruma, você coloca o boneco em um local visível e se concentra em seu desejo ou meta. A cada vez que você faz progresso em direção à realização do seu desejo, você pinta o segundo olho do Daruma. É um lembrete constante de seu objetivo e um incentivo para continuar avançando. Quando o Daruma finalmente tem os dois olhos pintados, isso significa que seu desejo foi realizado ou sua meta foi alcançada!

    Além de ser um objeto de sorte e realização, o Daruma também é conhecido por sua resiliência. Devido à sua forma arredondada, ele sempre volta à posição vertical quando é derrubado. Isso é um símbolo de perseverança e otimismo diante dos obstáculos da vida. O Daruma nos lembra que, mesmo quando enfrentamos adversidades, devemos nos levantar e continuar lutando.

    Você pode encontrar o Daruma em lojas e templos por todo o Japão, especialmente durante o Ano Novo, quando é comum as pessoas adquirirem um novo Daruma para simbolizar um novo começo e estabelecer novos objetivos.

    Então, da próxima vez que você estiver pensando em realizar um desejo ou perseguir um objetivo, lembre-se do Daruma. Esse pequeno boneco japonês não só trará sorte e proteção, mas também será um companheiro resiliente em sua jornada. Pinte um olho, concentre-se em sua meta e não

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    Monge Bodhidharma

    Falando sobre a popularidade do Daruma entre os amantes de tatuagem, bem como a tendência dos estrangeiros e turistas em se tatuar com o Daruma no Japão:

    No mundo da tatuagem, o Daruma ganhou uma popularidade crescente entre os amantes dessa forma de arte corporal. Sua forma única e seu significado cativante tornam o Daruma uma escolha interessante para aqueles que desejam expressar sua determinação, perseverança e busca por objetivos em forma de tatuagem.

    No entanto, é importante ressaltar que a prática de tatuar o Daruma não é tão comum entre os japoneses nativos. O Daruma nao e uma imagem que atraia muito o japoneses, vale a pena lembrar que a cultura das tatuagens ainda carrega um estigma social, sendo muitas vezes associada a membros da máfia japonesa, conhecida como Yakuza. Por essa razão, os japoneses tendem a evitar tatuagens visíveis, especialmente em locais como o local de trabalho.

    Curiosamente, são os turistas e estrangeiros que frequentemente procuram se tatuar com o Daruma no Japão. Eles são atraídos pela forma única do boneco e pelo significado por trás dele, encontrando na tatuagem do Daruma uma forma de celebrar sua viagem ao Japão, bem como incorporar sua própria jornada de busca por objetivos e boa sorte.

    Os tatuadores especializados em tatuagens japonesas e tradicionais estão cada vez mais familiarizados com os pedidos de tatuagens do Daruma, adaptando sua arte para capturar a essência desse boneco tão simbólico. Eles criam belas e intricadas representações do Daruma em tatuagens, muitas vezes combinando-o com outros elementos da cultura japonesa, como flores de cerejeira, peônia, ondas e o fundo tradicional de tatuagens japonesa.

    Essas tatuagens do Daruma tornam-se uma forma pessoal e artística de expressar a coragem, a perseverança e a busca por objetivos na vida. Para os estrangeiros que se tatuam com o Daruma, essa tatuagem se torna um lembrete duradouro de sua conexão com a cultura japonesa e das lições que o Daruma ensina sobre a importância de nunca desistir.

    Então, se você está pensando em se tatuar com o Daruma, esteja ciente de que você estará incorporando um símbolo tradicionalmente apreciado por sua forma e significado cativante. Lembre-se de respeitar a cultura e as tradições japonesas ao se tatuar no Japão, e aproveite a oportunidade de celebrar sua própria jornada de conquistas e desejos realizados enquanto carrega um pedacinho da cultura japonesa consigo.

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    Além dessas características, o boneco possui uma sobrancelha relacionada as aves grou e uma barba relacionada a tartaruga, ambos possuem um significado muito forte com relação à longevidade.

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    Ilustração por Toshio Shimada

    Texto por Rafael Lucente

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    Tigre na cultura asiática (上山虎)

    A cultura asiática é mundialmente conhecida por sua riqueza de histórias, lendas e significados. Além de criaturas mágicas, demônios e divindades, destacam-se também os animais, como é o caso do tigre.

    O tigre (虎 – tora) é considerado um animal divino pelos povos asiáticos e o supremo animal terrestre, sendo um dos 4 animais sagrados ao lado da fênix, tartaruga negra e o dragão.

    O tigre é um animal extremamente feroz, imponente e belo, além de estar no topo da sua cadeia alimentar. Essas características fazem com que as tatuagens de tigres estejam associadas à força, coragem, beleza e poder.

    Na crença budista, o tigre representa a fé, a força espiritual e a disciplina. Já para povos chineses, está mais associado a realeza, especialmente se tratando do tigre siberiano (tigre branco)

    O tigre branco (Byakko) simboliza o outono e o elemento metal e na cultura chinesa, seria o guardião do ponto cardeal oeste.

    Além de todos os significados positivos, o tigre também pode representar a ira e a vingança, de modo que alguns demônios são retratados usando trajes feitos de pele de tigre.

    Na tatuagem em geral, o tigre costuma aparecer associado ao dragão, ou como peça principal da tatuagem, tendo flores como sakura ou rosas como fundo da composição.

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    Hachikō – O cão fiel

    Hachikō ( ハチ公) é o nome de um cão muito famoso no Japão, que por sua história comovente se tornou mundialmente conhecido e lembrado até hoje.

    Pertencente à raça Akita, nasceu em 10 de novembro de 1923 e foi trazido para Tóquio 1 ano depois, por Hidesaburo Ueno, um professor da Universidade de Tóquio e grande amante de cães em geral.

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    Fotografia de Hachiko

    Hachi, como também  era chamado ,  acompanhava seu dono todos os dias até a estação de Shibuya – Tóquio, e retornava mais tarde quando o professor Ueno voltava da Universidade, fato que na época já chamava atenção de algumas pessoas da região.

    Após 1 ano e 4 meses na mesma rotina, no dia 21 de maio de 1925, professor Ueno teve um derrame na Universidade e nunca mais voltou. Pelas histórias contadas, na noite do velório, Hachi chegou a quebrar janelas para atravessar e ficar deitado próximo a seu falecido dono.

    Com a morte do professor Ueno, Hachi foi levado para Asasuka, porém diversas vezes fugia da casa em que estava e ia para sua casa em Shibuya esperar seu dono. Mesmo depois de 1 ano, ainda sem se adaptar, Hachi foi doado ao ex jardineiro do professor Ueno, mas continuava fugindo em direção a sua antiga casa. Quando percebeu que seu dono não morava mais naquela casa, passou a esperá-lo todos os dias na estação de Shibuya e assim foi por quase 10 anos. Obviamente, ao longo desse período comoveu as pessoas que passavam diariamente por lá, e estas por sua vez, passaram a deixar alimentos para ajudá-lo.

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    Cruzamento de  Shibuya (Foto por Rafael Lucente)

    Em  8 de março de 1935, aos 11 anos de idade,  Hachiko faleceu por complicações de uma doença que já possuía,  foi então declarado um dia de luto no Japão. Hachi foi enterrado na sepultura de seu dono, e os dois puderam finalmente descansar juntos.

    Hachiko recebeu diversas homenagens, uma delas foi a construção de uma estátua ao lado da estação de Shibuya, local que hoje é muito visitados por japoneses e turistas em geral. Além disso sua história foi inspiração para o filme japonês Hachiko Monogatarilançado em 1987 e para uma versão americana, lançada em 2009, chamada Hachiko:a Dog´s  story  (Sempre ao Seu Lado) com Richard Gere no papel principal.

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    Estátua de Hachiko (foto por Rafael Lucente)

    Até hoje, todo dia 8 de março, é realizada uma celebração em Shibuya em homenagem à toda lealdade e fidelidade de Hachi com seu dono.

    Texto por Rafael Lucente.

     

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    Horihide – um dos grandes mestres do Tebori

    Kazuo Oguri (conhecido também como Horihide) é um artista e tatuador extremamente conhecido e influente no meio da tatuagem.

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    Horihide em seu studio

    Horihide nasceu em 1937 no Japão, e é um dos grandes mestres do Tebori (técnica de tatuagem com bambus) ainda vivos. Parte de sua fama vem do fato de ter sido o responsável por trazer a cultura da tatuagem oriental para os americanos, influenciando assim outros grandes nomes como Sailor Jerry e Ed Hardy, o que se tornou um marco na tatuagem ocidental e dando origem posteriormente  a um novo estilo, o body suit (tatuagem de corpo inteiro).

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    Ilustrações de Horihide

    Sua vida de aprendiz na tatuagem não foi nada fácil, era comum que aprendizes ficassem anos apenas olhando seu mestre trabalhar. Em alguns momentos chegou a questionar a evolução de seu trabalho, o que fez com que começasse a usar seu próprio corpo como material de estudo, especialmente  depois de ter descoberto que seu mestre possuía partes do corpo totalmente pretas de tinta.

    Só depois de muitos anos de estudo e prática que realmente iniciou seus primeiros trabalhos. Hoje com 79 anos de idade afirma:  “Enquanto puder mover minhas mãos, vou continuar tatuando.”

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    Texto por Rafael Lucente

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    KINTARO É UMA FIGURA LENDÁRIA QUE INSPIRA NAS TATUAGENS JAPONESAS.

    Kintaro é uma figura lendária que ficou conhecida por suas proezas e aventuras, sendo considerado um herói no folclore japonês. Uma das histórias mais famosas sobre ele é a derrota do demônio da floresta Shuten Dōji, na região do Monte Ōe, o que lhe garantiu um lugar nas forças do Príncipe Minamoto-No-Yorimitsu, sob o nome de ‘Sakata Kintoke’. Essa história de coragem e bravura tem inspirado muitas pessoas ao longo dos anos, e uma das formas em que Kintaro tem sido homenageado é através de tatuagens.

    As tatuagens de Kintaro são bastante populares no Japão e em outros países, sendo uma forma de homenagear a força, coragem e determinação deste lendário herói. As tatuagens podem retratar Kintaro em diferentes momentos de sua história, como lutando contra animais da montanha, derrotando o demônio Shuten Dōji ou juntando-se às forças do Príncipe Minamoto-No-Yorimitsu.

    A imagem de Kintaro é frequentemente retratada em tatuagens em estilo tradicional japonês, com linhas fortes, cores vibrantes e detalhes elaborados. Além disso, ele é frequentemente retratado com um sorriso no rosto, o que representa a alegria e a determinação que ele mostrava em suas aventuras.

    As tatuagens de Kintaro têm sido uma forma popular de expressar coragem, força e determinação. Muitas pessoas que desejam fazer uma tatuagem de Kintaro buscam homenagear esses valores e se inspirar na figura lendária deste herói japonês.

    Segundo a lenda, Kintaro se tornou famoso depois de derrotar o demônio da floresta Shuten Dōji na região do Monte Ōe. Após essa vitória, ele se juntou às forças do Príncipe Minamoto-No-Yorimitsu e passou a ser conhecido como ‘Sakata Kintoke (坂田公時). Sua história foi popularizada nos dramas de Noh e Kabuki, tornando-se uma figura muito querida pelo povo japonês.

    Kintaro é considerado um símbolo de força, coragem e empatia com a natureza. Ele inspira muitas pessoas por sua determinação em vencer os obstáculos e por sua capacidade de se conectar com os animais e a natureza. Por essa razão, é comum ver bonecos de Kintaro sendo utilizados no Japão no dia das crianças, como um símbolo de inspiração para que elas possam ser fortes e corajosas como o “Menino Dourado”.

    Acredita-se que Kintaro tenha sido inspirado em uma pessoa real chamada Sakata Kintoki, que viveu no período Heian e se destacou por suas habilidades como guerreiro, servindo ao Príncipe Minamoto-No-Yorimitsu. Seu legado, tanto como figura histórica quanto como personagem lendário, continua a inspirar muitas pessoas no Japão e ao redor do mundo.

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    Existem várias versões sobre a sua origem, mas todas as lendas concordam que Kintaro era uma criança incomum, dotada de uma força prodigiosa e uma grande empatia com os animais da montanha.

    Uma das histórias mais populares é a de que ele foi criado por uma feiticeira no Monte Ashigara, depois de ter sido abandonado por sua mãe na floresta. Outra versão conta que sua mãe fugiu para a floresta com ele para escapar da luta entre seu marido e seu tio. Em todas as versões, no entanto, Kintaro cresceu em meio à natureza, vestindo apenas um babador com o kanji para “ouro” estampado e carregando uma machadinha como seu único equipamento.

    Enquanto crescia, Kintaro se tornou um guerreiro destemido, lutando contra demónios da montanha e ajudando os lenhadores locais a derrubar árvores. Seus amigos animais serviam como mensageiros e montarias, e algumas lendas dizem que ele até mesmo aprendeu a falar com eles. Kintaro era fenomenalmente forte, capaz de quebrar rochas e arrancar árvores enraizadas com facilidade.

    Quando adulto, Kintaro mudou seu nome para Sakata Kintoke e se juntou às forças de Minamoto-No-Yorimitsu, um poderoso líder militar do Japão antigo. Kintoki se tornou um guerreiro habilidoso e reconhecido, eventualmente liderando os Shiten’nō (quatro reis celestiais), os quatro guerreiros mais fortes do exército de Yorimitsu.

    A história de Kintaro inspirou muitas pessoas ao longo dos séculos, não apenas no Japão, mas em todo o mundo. Seu espírito corajoso e sua conexão com a natureza são valores admirados por muitas pessoas, e suas aventuras épicas são contadas em livros, filmes, séries de TV e até mesmo em tatuagens. A imagem do “Menino Dourado” com sua machadinha é um símbolo de força, coragem e perseverança que inspira muitas pessoas a seguir seus próprios caminhos e enfrentar seus desafios de cabeça erguida.